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Hands-on: Civilization VI traz o melhor da série

Nesta semana, tive o imenso prazer de conhecer os estúdios da 2k Games em Novato, Califórnia, e testar alguns dos próximos títulos que serão lançados pela a empresa em algumas semanas. Dentre eles, joguei Civilization VI, aclamado e consolidado jogo de estratégia por turnos de PC, que será lançado no dia 21 de outubro deste ano. Muitas novidades foram acrescentadas e muitas ideias que haviam sido retiradas da última versão base do jogo foram recolocadas para tornar a experiência do jogador ainda mais sólida. Confira abaixo tudo o que achei de Civilization VI até o momento.

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Que saudades do Civ!

Assim que entramos no Hangar 13, lar de toda a mágica de Civilization VI, vi o quão dedicados a Firaxis e a 2k Games estão em fazer o melhor jogo da série. Fomos muito bem recebidos pela animada equipe de produção do jogo e levados a uma rápida introdução das novas funcionalidades do mesmo. E, rapaz, como eu fiquei animado com tudo que me foi mostrado.

Primeiramente, falaram a todos os presentes no evento sobre os 20 líderes que estarão disponíveis já quando o jogo for lançado e as principais nuances de alguns deles. Muito me agradou o fato de que, diferente dos Civilization anteriores, os chefes de cada civilização agora terão uma agenda secundária secreta além da principal baseada em suas linhas características históricas. Na própria experiência de algumas horas que tive já foi possível de se perceber o quanto isso afeta o gameplay e diferencia este jogo dos anteriores. A qualquer momento um líder poderá surpreendê-lo, fazendo com que toda a sua estratégia tenha que ser redesenhada. Neste quesito, Civilization VI traz mais uma camada de estratégia à jogabilidade, já que é crucial que se tome precauções para esses eventuais plot-twists, ou que se tente descobrir de antemão quais são os objetivos secretos de cada líder. Sempre esteja preparado para algo surpreendente mesmo quando tudo parecer estável.

Pois bem, logo em seguida a equipe de desenvolvimento nos falou sobre algumas características novas e outras que foram reintroduzidas em Civilization VI. Devo confessar, minhas impressões sobre o título só foram ficando melhores à cada sistema novo que eles anunciavam na apresentação. Todos os elementos que fazem a série Civilization ser uma grande obra estão presentes, mas o grande lance são as novas mecânicas que tornam cada partida uma experiência diferente. Com gráficos polidos e coloridos, animações bem feitas, UI intuitiva, e sistemas de pesquisa bem construídos, o jogo dá múltiplas escolhas para que a sua civilização avance conforme a sua vontade e, principalmente, de acordo com as opções disponíveis na mesa. O que quero dizer com isto é: Não mais teremos táticas padrões para fazer evoluir nossa civilização. A receita de bolo que muitos jogadores seguiam nos títulos anteriores não mais funcionará, já que a influência de terreno, posição inicial, e recursos fazem com que as ações tomadas sejam feitas de forma muito menos premeditada. Particularmente, vejo este esforço da Firaxis como algo extremamente positivo, já que em muitos momentos me via seguindo o mesmo passo-a-passo do que fazer com todas as civilizações que criava nos jogos anteriores.

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Antigas ideias reintroduzidas

Além de tudo o que já conhecemos, Civilization VI traz também novidades interessantíssimas. Afinal, de que adianta um novo jogo com as mesmas mecânicas de sempre, certo? Alguns dos sistema disponibilizados em Civilization V como DLC foram reintroduzidos, como o sistema de Religião e de Espionagem. Ambos retornam melhorados, dando uma nova dimensão à experiência do jogo.

Em minha atuação desastrosa com o império britânico, fui inundado por unidades religiosas japonesas, que acabaram influenciando muito na minha administração. Minhas cidades foram se tornando cada vez mais adeptas da cultura japonesa, o que tornou muito difícil o controle da minha região. Por ter jogado algumas horas do jogo, não foi possível travar uma verdadeira guerra religiosa, mas estou muito ansioso para ver isto acontecendo na versão final do jogo. Novas unidades religiosas foram criadas, o que certamente trará novas e interessantes formas de fazer com que sua civilização seja hegemônica. Dois pontos são importantes de se salientar quanto ao sistema de Religião: 1) A quantidade de religiões é limitada. Caso todas sejam pegas por outras civilizações, caberá ao jogador seguir com um Estado ateu sem as bonificações provenientes da fé no jogo. 2) Será possível de se criar sua própria religião, desde seus preceitos até o seu símbolo (preparem-se para as zoeiras da internet).

Quanto ao sistema de Espionagem, ele será essencial para se descobrir a agenda secreta dos outros líderes, assim como para premeditar ataques, invasões ou intenções de outras civilizações. Meu primeiro teste do novo sistema durante o gameplay no estúdio da 2k Games mostrou que este será primordial para criar alianças durante o jogo e roubar tecnologias adversárias. Assim que descobri que Theodore Roosevelt tinha como agenda destruir o império japonês fui fazer uma aliança com ele. Infelizmente, acabei tomando pau ainda assim e depois ele ficou bolado por eu ter colocado gente demais nas fronteiras dele. Malz ae, Thed!

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Desaglomerando as cidades

Agora, talvez a maior mudança em Civilization VI esteja na administração das cidades. Diferentemente dos jogos anteriores, melhorias e construções não mais se concentram somente no bloco onde a cidade está localizada. Por meio do conceito “Unstacking the Cities”, apresentado pela Firaxis, cada construção terá seu próprio bloco dentro dos limites da cidade. Isso significa que o jogo terá um outro nível de complexidade no que tange a evolução de cada uma delas. Cada construção se tornará um distrito da cidade, este que, dependendo da localização e do terreno no mapa, poderá trazer ainda mais bônus. Por exemplo, Universidades serão mais efetivas caso sejam colocadas próximas à florestas, o que reflete o avanço científico através do estudo das espécies e biomas. Além disso, distritos militares, como Acampamentos, farão com que unidades inimigas sejam atacadas por flechas antes mesmo de chegarem ao bloco central da sua cidade. Em muitos casos, inimigos terão que atacar primeiro distritos militares antes de atacar diretamente a cidade.

Por falar em territórios afetando o modo como o jogo se desenrola, agora o sistema de Pesquisas será drasticamente afetado pelo terreno onde a cidade é iniciada. Ou seja, o jogador poderá criar uma cidade naval estando no meio do continente sim, mas isso será uma tarefa muito mais difícil do que se ele estivesse na costa. Para falar a verdade, não sei o porquê de isto não ter existido nos jogos anteriores, já que faz total sentido que algumas cidades estejam limitadas pela sua posição. Assim como no mundo real, é natural que civilizações próximas da costa tenham poderio naval, enquanto países com localização central no continente sejam mais aptos nos exércitos de terra. Ponto para a Firaxis por ter tido esse insight, ainda que tardio.

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Redescobrindo os gráficos

Por fim, e não menos importante, falemos dos lindos gráficos e impecável trilha sonora do jogo. Assim como em todos os outros Civilization, não tenho o que fazer a não ser bater palmas. Jovens, o jogo está lindo e a trilha sonora talvez seja a melhor do ano. Na nossa visita, os desenvolvedores explicaram que a pegada dos visuais do jogo foi inspirada na Era do Descobrimento. Imaginem, então, unidades com animações muito bem feitas em cima de um mapa extremamente bonito inspirado nas cartografias dos séculos XV à XVIII. É extremamente prazeroso de se desfrutar do jogo enquanto tudo acontece de forma viva. Para completar, então, temos uma magnífica trilha sonora feita por Geoff Knorr (Civilization V, Galactic Civilizations III), Roland Rizzo (XCOM: Enemy Unknown), Griffin Cohen (Civilization: Beyond Earth), e Phill Boucher (compositor de inúmeros filmes de Hollywood). Cada civilização teve sua trilha sonora carinhosamente feita por essa seleção de compositores baseada nos próprios ritmos de cada civilização. E que sensação gostosa é sentar na cadeira, jogar com a civilização da sua escolha e ouvir cada música tocar suavemente enquanto se toma decisões para evoluir suas cidades. A Firaxis e a 2k Games merecem nada menos que 10 neste quesito. Para fechar com chave de ouro ainda, o jogo tem narração de Sean Bean (Boromir e Nedd Stark). Novamente, que acertada monumental da produtora!

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Civilization VI manterá o nível da série?

Bom, tudo indica que Civilization VI será o mais completo jogo da série. Com o retorno de muitos sistemas e ferramentas antigas, o título traz complexidade suficiente para muitas e muitas horas de divertimento levando suas civilizações à evolução primeiro. Por mais que eu tenha jogado uma build ainda em Beta do jogo, tudo parecia estar pronto e no lugar. Não encontrei nenhum ponto em específico que me fizesse ficar com o pé atrás para a obra (esse jogo merece ser chamado de obra de arte). Resta saber, entretanto, sobre o multiplayer, ponto que muito fará diferença na minha decisão de comprar o jogo ou não. Até o momento, Civilization VI parece ser obrigatório a todo amante de jogos de estratégia.

Estas foram as minhas impressões de Civilization VI após a feliz visita aos estúdios da 2k Games em Novato, Califórnia. Não poderia ter ficado mais animado com este incrível jogo, que será lançado no dia 21 de outubro deste ano. Qual a opinião de vocês para o próximo jogo da série? Estão animados? Deixem seus comentários abaixo para que possamos tirar todas as suas dúvidas. Para tudo sobre Civilization VI, acompanhe o Última Ficha em todos as redes sociais.

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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