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Hands-on: Mafia 3 traz uma experiência cinematográfica aos videogames

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Um dos momentos mais aguardados da visita que fiz à 2k Games em Novato, Califórnia, foi o hands-on de Mafia 3. Em um contexto diferente dos seus predecessores, a obra tenta trazer máfias menos conhecidas, mas extremamente poderosas e traiçoeiras. A sequência da aclamada série de gângster será lançada no dia 7 de outubro e vem com muita força para se tornar um dos melhores jogos do ano. Leia abaixo tudo o que achei do título.

Uma cidade muito viva

Localizado em 1968 em New Bordeaux, versão fictícia da cidade de Nova Orleans, Mafia 3 vem com um enorme orçamento para trazer talvez o melhor jogo da série. O título traz a história de Lincoln Clay, um órfão adotado pela máfia negra que mais tarde viria a lutar na guerra do Vietnã. Após retornar como veterano, Lincoln se vê no meio de uma guerra de máfias locais em busca de poder e controle da cidade. Para fazer com que sua máfia prevaleça, o protagonista deve destituir cada uma das gangues que controlam as diferentes áreas da cidade através de tiroteios intensos e muito sangue.

Um ponto importante que a 2k Games deixou claro na nossa apresentação e logo no início do jogo é que os diálogos racistas e cenas violentas não foram colocadas de forma gratuita, e sim para demonstrar fielmente o contexto histórico do jogo. Em um momento de busca por direitos civis, a desigualdade entre brancos e negros na sociedade sulista americana está em cada esquina percorrida e em cada diálogo. O jogo busca colocar o jogador na pele de uma pessoa que sofre preconceito a todo momento e que tem que achar seus meios de conviver com isso. Experimente só andar com Lincoln Clay próximo de policiais pela cidade para ver o que eles falam para você. Em alguns momentos você percebe que está sendo observado pelas autoridades somente pelo fato de estar andando pela cidade. O menor deslize, seja um esbarrão em alguém ou um delito no trânsito, já pode fazer com que eles te persigam. Toma essa realidade na cara.

Roteiro digno de Globo de Ouro

Dirigido por Haden Blackman, conhecido por seus trabalhos nos estúdios da LucasArts, o jogo traz uma história simplesmente fenomenal. Há muito tempo eu não me atrevia a dizer algo do tipo, mas as praticamente 4 horas que joguei me fazem crer que Mafia 3 terá uma das melhores histórias já feitas para um jogo. Talvez uma das maiores sacadas do diretor tenha sido fazer algo que poucos jogos tentaram, criar uma história no formato de documentário. A ideia é bem simples, mas a sua execução é simplesmente fenomenal. Basicamente, o roteiro do jogo se dá por meio de cutscenes criteriosamente colocadas durante o gameplay. O que quero dizer com isto é que podemos estar no meio de um tiroteio e, do nada, somos transferidos para uma cena com um personagem falando sobre o acontecimento e seu contexto. Junte isso a uma atuação incrível por parte de todos os atores, gráficos e animações extremamente detalhados, e um roteiro carinhosamente escrito e temos uma obra prima AAA. No tempo de gameplay que tive, pude ver que a maleta gorda de dinheiro que a 2k Games colocou em Mafia 3 está de fato dando frutos.

Não foram muitas vezes que um jogo open-world trouxe um enredo e uma história tão envolventes quanto Mafia 3. Em certo momento da história, eu e todos os outros jornalistas convidados ficamos simplesmente perplexos com um plot-twist histórico. Certamente a cena que vimos é uma das melhores já vistas nas telas dos videogames (infelizmente não posso comentar o que se passa, mas aguardem e saberão do que estou falando). A forma como cada personagem é construído e desenvolvido cria laços entre esses e o jogador como poucas vezes vi em um videogame. A experiência de Haden Blackman com filmes e quadrinhos agregou muita coisa ao enredo do jogo. Parabéns, 2k Games, pelo excelente esforço em criar uma boa história para o jogo.

Jogabilidade medalha de bronze

Porém, de nada adianta um jogo ter uma boa história e um gameplay que não condiz com a mesma. Não é que Mafia 3 não tenha uma jogabilidade boa. Pelo contrário, me senti bastante satisfeito com as responsividade dos controles a pé. O problema é que não há nada de novo neste ponto, o gameplay me parece mais genérico do que gostaria. Os confrontos, por mais que sejam intensos e muito bem trabalhados, se resumem a procurar cobertura, mirar em inimigos, atirar e seguir. Isso é algo intrínseco à maioria dos jogos de tiro em terceira pessoa, mas veja bem, exatamente para não cairmos no problema da repetição, elementos variados são introduzidos durante essas batalhas em outros jogos. GTA V, por exemplo, gosta bastante de alternar momentos de trocas de tiro com perseguições, obrigando o jogador a improvisar e variar o armamento. Além disso, nos momentos de tiroteio intenso, achei difícil de mirar sem a ajuda de mira do jogo. Tudo bem que atirar na vida real não é algo tão fácil quanto pegar em uma arma e apertar o gatilho de forma precisa, mas pra quê tanto tremilique? Graças ao bom Deus, contudo, podemos utilizar uma abordagem stealth se quisermos. Apesar de também não ter nenhuma inovação aqui, gostei do fato de que qualquer situação ou missão pode ser concluída sem que um tiro sequer seja dado. É possível de se chegar aos objetivos somente eliminando inimigos através de combate corpo-a-corpo. As animações de cada uma delas, inclusive, são extremamente violentas e sadicamente satisfatórias.

Para finalizar o quesito jogabilidade, devo dizer que minhas sensações ao dirigir no jogo são um tanto paradoxais. Eu gostei e desgostei ao mesmo tempo dela e vocês vão entender o porquê. Os carros parecem estar meio que deslizando demais e não são muito responsivos. Entretanto, entendo completamente que esta seja minha visão pessoal, já que esta dificuldade na dirigibilidade se dá pelo fato de que os carros em 1968 não eram exatamente tranquilos de se dirigir. Agregado a isso, a Hangar 13 optou por trazer realismo na direção dos carros (há inclusive a opção de direção realista nas configurações), ou seja, faz total sentido que a direção não seja mais arcade (o que me agradaria mais). Novamente, não ache que a jogabilidade de Mafia 3 seja ruim, ela é boa sim, só não está no mesmo nível da história incrível criada ou dos gráficos muito bem feitos. É só um ponto que poderia estar à altura de todo o resto, mas que acabou na média de todos os jogos do gênero.

Visuais para se ver e música para se ouvir

Agora, vamos fazer uma pausa para vangloriar os dois pontos últimos pontos que citarei e que fazem Mafia 3 simplesmente brilhar: Gráficos e trilha sonora. Jovens, a 2k Games não deixa a desejar nesses dois quesitos nunca. Assim como no meu Preview de Civilization VI, tenho que parabenizar a produtora por reproduzir a Nova Orleans de 1968 de forma impecável e, ao mesmo tempo, introduzir uma trilha sonora que se complementa perfeitamente com o desenrolar da história. Assim como a fotografia interfere completamente na sensação que um filme passa ao espectador, a trilha sonora de Mafia 3 funciona quase como um personagem a cada momento impactante, cada conversa, cada plot-twist. Infelizmente, nos vídeos que capturei durante meu hands-on, não foi permitido que as músicas estivessem habilitadas. Resta esperar pelo jogo final para saber o real gosto que a trilha sonora traz para Mafia 3.

Por fim, é impressionante de se ver cada detalhe da cidade surgindo, cada sombra andando conforme a hora do dia, o volume das fumaças em cada explosão, e o reflexo do asfalto a cada chuva. Tudo é lindo em Mafia 3, desde o menor detalhe das imperfeições no rosto de Lincoln Clay até a iluminação do pôr-do-sol refletindo maravilhosamente na baía. Vale à pena gastar um tempo do jogo somente admirando a paisagem enquanto Jimi Hendrix toca no rádio do carro. É simplesmente de tirar o fôlego.

E aí?

Bom, galera, essas foram as minhas impressões de Mafia 3 nas poucas horas que pude jogar o jogo. Tenho convicção de que a versão completa do jogo será fenomenal. Mal posso esperar para colocar as mãos na obra e descobrir o resto da história intrigante e cheia de plot-twists. Espero muito, contudo, que o jogo varie bastante no que tange as missões ao longo da história. Permitir que o jogo seja repetitivo seria um erro da Hangar 13, já que o potencial de Mafia 3 ser um dos melhores do ano é enorme.

E quais são as suas expectativas de vocês, galera? Deixem seus comentários abaixo para que possamos tirar todas as dúvidas sobre Mafia 3. O jogo será lançado no dia 7 de outubro para PC, PS4 e Xbox One. Para saber tudo sobre o título, acompanhe o Última Ficha em todas as redes sociais.

 

 

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

4 Comentários

  1. O primeiro é sensacional, o segundo pecou em alguns aspectos, mas os gráficos e a jogabilidade são ótimos.
    Acho que esse terceiro tem tudo para ser o melhor da franquia.

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