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Análise: Bioshock: The Collection

Em 2007, Bioshock foi lançado com exclusividade para o Xbox 360 (e depois “portado” para PS3 e PC) e foi recebido como um jogo que rompeu barreiras de jogabilidade e narrativa, mostrando que a mídia pode tratar de maneira madura sobre temas sérios e filosóficos e, simultaneamente, encantar e entreter o público. Suas duas sequências foram também bastante aclamadas e a trilogia tem hoje lugar cativo no coração dos games. Para celebrar o sucesso da série e trazê-la à geração atual, a 2K e a Blind Squirrel Games, elaboraram versões remasterizadas dos jogos em uma grande coletânea para PC, Xbox One e PS4. Esta é Bioshock: The Collection.

É um grande prazer ter motivos para jogar os grandes títulos da franquia, nada menos que “clássicos contemporâneos”. A jogabilidade de Bioshock, bem como sua ambientação e trama, continuam incrivelmente relevantes hoje em dia e agradarão novatos e veteranos da franquia. Um ponto que pode atrapalhar alguns jogadores é o fato de que os remasters, assim como os jogos originais, não está localizado no idioma português brasileiro e nem tampouco legendado.

Nos consoles, a coletânea inclui os 3 jogos com texturas maiores, melhorias na iluminação, resolução em 1080p e 60 FPS. O trabalho é excelente e comparar os jogos com seus pares da geração anterior torna as diferenças muito claras. O pacote é completo com a reintrodução dos troféus/conquistas e das DLCs de Bioschock 2 e Infinite (com atenção especial para Minerva’s Den, do segundo jogo). Para o jogador de PS4 e Xbox One, a coletânea chega às lojas no preço de 60 dólares, ou, em média, R$ 220,00 – o preço de um lançamento. Na Steam, os dois primeiros jogos chegam em sua versão remasterizada para os que já já os tinham eu suas bibliotecas sem custo adicional (Bioshock Infinite não foi remasterizado para PC, mas provavelmente não era necessário, por se tratar de um jogo mais novo), ou pelo preço muito mais em conta de R$ 119,00.

Muitos jogadores puderam receber a coletânea no PC de graça, mas isso não impediu a revolta de um grande número de jogadores com a situação atual do remaster para a plataforma.

bioschock remaster bioshock remaster

Os números não mentem: nas avaliações feitas pelos próprios jogadores, as versões remasterizadas dos jogos vêm sendo muito fustigadas. E não é pra menos, afinal, a versão para PC conseguiu conservar os mesmos bugs observados nos jogos originais, incluindo o terrível esquema de aceleração de mouse. Não podemos nos esquecer também da paupérrima tela de opções gráficas do game no PC. Uma imagem diz mais que mil palavras:

bioshock 3

A tela acima mostra as opções gráficas de Bioschock 2 Remastered, que consegue oferecer menos opções do que sua versão original. Esqueça sombras, FOV e iluminação: você não vai achar essas opções um tanto quanto básicas por aqui. O AA, que provavelmente é FXAA, restringe-se a um simples botão ON/OFF e estou convencido de que “ajuste de brilho” não faz muita coisa, pois Bioschock 2 Remastered é MUITO claro independente de suas configurações. Rapture poderia ser confundida com a ensolarada Columbia, a cidade nas nuvens de Bioschock Infinite, porque a iluminação de estádio de futebol arruína a sensação de horror e suspense que o game originalmente trazia. Por outro lado, Bioschock Remastered (o primeiro jogo da franquia), oferece luzes e sombras bem mais fiéis ao original, mas a pobreza de opções gráficas no jogo é basicamente a mesma.

Alguns jogadores vêm reportando sobre a instabilidade dos remasters, que fecham sozinhos ou congelam, obrigando que o programa seja encerrado à força. Não tive nenhum problema do gênero enquanto jogava ambos os jogos no PC. Aliás, é importante deixar claro que os jogos rodam bem apesar de tudo, sem queda na taxa de quadros ou “engasgadas”. Mas a crítica à 2K e à Blind Squirrel por terem lançado aquele que provavelmente é o remaster mais preguiçoso de um jogo lançado no PC dos últimos anos permanece. O fato dessas novas versões não custarem um único centavo a quem já possuía os games anteriormente no PC, me convence de que a 2K já estava ciente da remasterização “nas coxas” e buscava minimizar a dura recepção por parte de seus fãs. Na última segunda-feira, a produtora soltou uma nota na Steam onde compromete-se a atualizar os jogos com atenção para os pontos de reclamação dos jogadores, incluindo a inserção de uma barra de FOV e de maior estabilidade para o game.

Bioshock 2 Remastered também não conta com seu parrudo modo multiplayer, o que é um pouco triste. A recriação do primeiro jogo, entretanto, oferece algumas opções a mais que sua sequência, incluindo um “museu” virtual interativo onde os jogadores podem observar alguns exemplos de conteúdo cortado que não figuram no jogo final. Outra adição ao primeiro jogo são os comentários do diretor, que são destravados no menu principal à medida em que o jogador encontra rolos de filme durante a campanha.

Em tempos em que Halo 2 Anniversary e Skyrim Special Edition destacam-se no campo de remasters AAA, é uma pena que Bioschock: The Collection não seja capaz de seguir o exemplo. Para consoles, Bioschock: The Collection é uma grande aposta, mas, para o PC, os fãs terão uma experiência melhor com os jogos originais.

Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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