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Análise: Styx Shards of Darkness tem carisma e potencial, mas esbarra em alguns problemas


Jogos furtivos fazem parte da história da indústria dos videogames. No longínquo Amiga/MSX já tínhamos o lendário Metal Gear, e de lá pra cá tivemos inúmeros títulos que representaram o estilo. Ícones como o próprio Metal Gear, o fenômeno Tenchu, que veio juntamente com a poderosa “geração PlayStation”, o clássico Thief, e inúmeros outros títulos que vieram depois trouxeram horas de diversão aos muitos fãs de stealth pelo mundo.

Styx é mais um título do gênero e, justamente para não ser mais um, o game busca se diferenciar do que já vimos por aí. Em Styx: Shards of Darkness vemos novamente o divertido protagonista em ação. Sequência direta de Styx: Master of Shadows, o título aprofunda a guerra entre raças no belo mundo medieval que envolve o jogo. Em meio a pitadas de steam punk, anões, humanos, elfos e, claro, goblins lutam em uma batalha sem fim (não adentrarei mais na história para evitar spoilers).

Styx é um goblin que fala. Isso por si só já seria curioso o suficiente, vide que goblins são seres brutos e pouco versados. Um falante e ainda ladino é demasiadamente curioso. A cereja do bolo nisso tudo é o humor ácido de Styx. Entre palavrões e trolladas, ele recorrentemente soltará algum comentário enquanto você se esgueira pelas sombras, assassina um inimigo incauto ou simplesmente observa o cenário. Toda essa atitude cômica ajuda bastante a caracterizar o personagem e auxilia na imersão do jogo, no qual você vive como um ser que está em situação inferior e tem o mundo a sua volta querendo matá-lo.

styx shards of darkness review

Mas a coisa fica realmente divertida mesmo quando Styx entra em ação. Em Shards of Darkness é possível cumprir as missões de maneiras variadas. Você pode passar totalmente desapercebido andando pelas sombras usando seus poderes de invisibilidade, ser um assassino frio que eliminará todos os inimigos em seu caminho, mesclar entre furtividade e frieza ao envenenar comidas, criar armadilhas que aniquilarão seus inimigos, invocar clones de Styx para investigar uma área, ou distrair seus inimigos e ainda usar objetos do cenário para fazer o jogo sujo por você.

Para melhorar a execução dessas tarefas, Styx pode evoluir em cinco ramificações diferentes: assassinato, sombras, clones, alquimia e percepção. Acredite, essas ramificações farão toda a diferença durante o gameplay. Essa árvore de habilidades é alimentada por pontos de experiência que você acumula durante as missões, estas que podem ser re-jogadas a partir dos esconderijos que você encontrará ao final de cada uma.

Styx: Shards of Darkeness foi desenvolvido na poderosa engine Unreal 4, o que garantiu gráficos bonitos para o jogo. Não são excepcionais, mas fazem um trabalho razoável. Inclusive, os NPCs e as cutcenes apresentam gráficos bem simplórios. A magia acontece mesmo quando você chega em cenários abertos, como o inesquecível assalto ao dirigível, em que se pode apreciar o cenário a uma distância incrível.

04 (1)

Controlar Styx, apesar de divertido, não é tarefa das mais fáceis. Se por um lado a movimentação é rápida e fluida, por outro a coisa se complica quando nos engajamos em batalhas. Além não poder combater nenhum inimigo diretamente (sim, eu gostaria gostaria travar uma batalha “mano a mano” com alguns guardas), o comando parry funciona relativamente mal, exigindo um nível de precisão alto para executá-lo com perfeição. Mesmo quando você acerta o timing, há vezes que o jogo te pune por conta de um posicionamento equivocado na hora de executar o comando. Isso se dá pelo fato de que não há a possibilidade de manualmente travar a mira no inimigo. O que existe é um auto “lock target”, que mais dificulta do que ajuda.

styx shards of darkness review

Outra coisa que dificulta a vida de Styx, e consequentemente do jogador, é a falta de arsenal para mortes à distância, já que de perto as opções são pouquíssimas. Styx conta com um exíguo dardo que mata ao primeiro contato. E só. Nada de arco e flecha, pedras, shurikens ou qualquer tipo de utensílio que te ajude a não ter que usar o falho sistema de parry para matar um inimigo. Praticamente sem possibilidade de lutar no corpo-a-corpo e com raras opções de ataque a distância, resta a Styx se esgueirar pelas costas dos inimigos e executar uma morte indetectável. Para piorar, as poucas opções de ataques de longe exigem um número de itens exorbitante frente a grande quantidade de inimigos que cruzarão o caminho de Styx.

Para ajudar nesta difícil missão, Styx: Shards of Darkness manda bem em trazer um inovador modo cooperativo para o jogo. Com ele, é possível chamar um amigo online (ou entrar em uma partida) para lhe ajudar. Neste modo, algumas habilidades são restritas, mas a diversão é dobrada. Ver dois Goblins em ação simultaneamente trazem uma nova dinâmica para o jogo.

Conclusão

Styx: Shards of Darkness é uma ótima continuação para a série, melhorando vários aspectos em relação ao título anterior. Mesmo nas dificuldades mais baixas, Styx é um jogo bastante desafiador e exigirá paciência e muita habilidade até mesmo para jogadores experientes no gênero. Novatos em jogos do estilo stealth serão bastante desafiados em Styx. Apesar de problemas com algumas mecânicas, Shards of Darkness marca importantes pontos ao inovar na questão multiplayer e ao criar um universo rico e extremamente agradável.

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game = [Styx: Shards of Darkness]

game = []

info = [Lançamento: 14/03/2017]

info = [Produtora: Cyanide]

info = [Distribuidora: Focus Home Interactive]

plataformas = [PS4, Xbox One e Windows PC]

nota = [3/5]

decisão = [Agradará fãs do gênero stealth]

texto = [Tem carisma e potencial,]

texto = [mas sofre com problemas técnicos]

positivo = [Styx é muito carismático]

positivo = [Formas de concluir missões]

positivo = [Árvore de habilidades]

positivo = [Universo rico e cativante]

negativo = [Poucos recursos de crafting]

negativo = [Execução de ações falha]

negativo = [Assassinatos pouco diversos] }}

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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