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Opinião: Rocket League – Sony demonstra arrogância quanto ao cross-plataformas

Nos últimos dias, foi confirmado na apresentação online da Nintendo durante a E3 que a empresa japonesa e a desenvolvedora Psyonix vão levar o aclamdo jogo de futebol com carros, Rocket League, para o mais novo console Nintendo Switch. O mais interessante é que, além dos itens e especificidades exclusivas da versão para o console da Nintendo (como também ocorreu com o Xbox One), a versão Switch vai ter cross-plataforma com Xbox e PC. Dessa maneira, o único console isolado dos outros é o Playstation 4 da Sony.

O incômodo com essa “incapacidade” dos jogadores do Playstation jogarem com os do Xbox sempre foi marcante na comunidade de Rocket League desde o lançamento do título para o console americano. Com a chegada da versão Switch, a expeculação se confirmou, o cross-plataforma só não é total por causa da Sony. A Psyonix, inclusive, afirmou que já está com toda sua estrutura pronta para integrar todos os consoles e o PC na, que provavelmente será, maior experiência cross-plataforma da história dos games, em termos de horas online, quantidade de jogadores, partidas, streamming etc.

“A resposta honesta é que a Playstation não nos autorizou ainda,” disse Jeremy Dunham, Vice-Presidente para distribuição da Psyonix, ao portal Polygon. “Ainda estamos esperançosos sobre a possibilidade de cruzar as redes, nós acreditamos que fomos os grandes campeões dessa modalidade nos últimos dois anos tentando trazer pessoas para essa ideia… acreditamos que esse será o futuro da indústria e que tanto a comunidade quanto a mídia podem nos ajudar a espalhar essa ideia e pressionar para que tudo isso se torne uma realidade. Esse é o nosso sonho.”

Recentemente, publiquei um artigo em que afirmava que a liderança inconteste da Sony no mercado traz mais prejuízos do que ganhos para a comunidade gamer e afirmo aqui que provavelmente essa postura da Sony se dá muito pela falta de necessidade em agradar certos grupos. Lembrando que Rocket League teve sua estreia como jogo grátis da PSPlus dois anos atrás e que o console da Sony ainda é a plataforma mais usada pelos jogadores desse game.

“A resposta honesta é que a Playstation não nos autorizou ainda”

Por outro lado, vejo um esforço digno de aplauso por parte tanto da Microsoft quanto da, recém chegada à comunidade Rocket League, Nintendo, pois ambas já autorizaram e estão dispostas a tornar esse sonho possível. Muito em breve, jogadores do PC, Xbox e Switch compartilharão do prazer de jogarem juntos, aumentando a quantidade de jogadores online, facilitando a busca por partidas e melhorando a qualidade do matchmaking do jogo. É válido lembrar também que a Nintendo e a Microsoft também terão cross-plataforma em Minecraft, as duas estão seguindo um caminho saudável.

Está na hora da Sony ouvir um pouco de reclamação. Você, jogador de Rocket League no Playstation, tem o dever moral como gamer de cobrar a Sony a aceitar o inevitável. O mundo gamer, o mundo dos e-sports, a mídia e todo o mundo vão sair ganhando com isso. É incabível que aceitemos que a Sony não autoriza isso por preocupação com as crianças que jogam em sua plataforma enquanto a Nintendo, que sempre se mostrou contrária a jogos violentos e outras interatividades pela mesma razão, está entrando nessa empreitada de cabeça.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

3 Comentários

  1. Não estou defendendo a Sony, longe disso, mas entendo a guerra de consoles sobre dois aspectos: do lado dos consumidores, é uma estupidez, quanto mais equilibrada for a concorrência, melhores consoles, melhores jogos, preços mais honestos, é realmente uma imbecilidade ser fanboy de empresa. Já do lado dos fabricantes, ela sempre existirá e faz todo o sentido, por uma simples questão de mercado: pouca gente tem dinheiro e disposição pra investir em mais de uma plataforma. Então segue o raciocínio: se alguém compra o console do concorrente, fatalmente não comprará o seu, simples assim. Então, quem lidera não vai ceder um centímetro de espaço pra concorrência. Se a Sony tiver uma base instalada para um determinado jogo, que é o dobro da soma dos outros, abri-la pra cross-play, seria abrir mão de uma massa considerável de fidelização ao seu console, o que seria uma decisão empresarial questionável (esqueçamos a estapafúrdia explicação oficial). É escr0to? É, bem vindo ao capitalismo! E se a Microsoft um dia vier a dar uma surra na Sony, ela agirá do mesmo jeito, como aliás já o faz em várias outras áreas em que é líder. Não me engana a falsa troca de confetes entre CEOs de Sony, MS e Big N, no fundo há uma disputa visceral pra que os jogos mais bem sucedidos, não cheguem às outras plataformas. Nós gamers que não podemos entrar nessa e comprar brigas bestas, mas para os acionistas e executivos das empresas, essa guerra é um reality survivor.

      1. Simbora, já respondi ao Leonardo, em um artigo também muito bom, como admiro o trabalho jornalístico de vocês, focado em uma análise realista do mercado, sem paixões. O domínio da Sony, hoje, não é um delírio de sonysta, infelizmente (e nada saudável para o mercado, o ideal era o equilíbrio da geração X360, PS3 e Wii) é fato e explicado pelo movimento dos 3 principais players.

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