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Análise: Blue Reflection traz um dorama em forma de RPG

Blue Reflection é a nova aposta do estúdio Guts que já é bastante conhecido pela sua principal franquia Atelier e a recém-criada Nights of Azure. Diferente dos outros jogos, Blue Reflection tenta mesclar dilemas da realidade envolvendo uma colegial com a fantasia de mahou shoujo (animes envolvendo garotas que se transformam para lutar, podendo citar Sailor Moon e Sakura Card Captor como exemplo) clássicos.

UM DRAMA JAPONÊS EM FORMA DE RPG

Como dito no título da análise este jogo é praticamente um dorama (novelas japonesas) em forma de jogo de RPG. Vivemos a história de Hinako. Uma colegial que quase desistiu de seus estudos após sofrer um acidente e ter que abandonar a sua carreira de bailarina por conta de uma sequela que ficou em seu joelho.

Em seu primeiro dia na nova escola, Hinako reencontra uma colega que estudou com ela na instituição anterior. A protagonista nâo faz ideia de quem seja essa menina, mas ela conhece Hinako muito bem por sua fama no balé. Numa breve conversa, a personagem principal nota que a garota está com uma estranha aura sombria em sua volta e que mais ninguém estava notando isso. Ela é teletransportada para um mundo estranho e é surpreendida por uma criatura. Uma voz misteriosa começa a explicar a situação a qual ela se encontra.

Para começo de conversa aquele mundo se chama Common, é onde habita os verdadeiros sentimentos das pessoas e aquela criatura que a atacou quer destruir o sentimento da menina mencionada anteriormente. Um estranho anel surge no dedo de Hinako e proporciona à ela a possibilidade de se transformar numa “Refletida”. Em resumo, o cabelo dela fica mais claro, suas roupas mudam e ganha uma espada badass.

Agora com habilidades sobre-humanas que ignoram os defeitos físicos dela, Hinako consegue entrar em confronto com o monstro que a atacou e salvar os sentimentos de sua colega.

As surpresas não param quando a garota conhece Lime e Yuzu, duas veteranas sobre esse mundo mágico que estudam na mesma sala da protagonista, que ensinam para ela tudo sobre o Common e a importância que elas possuem para salvar ambos os mundos.

O motivo de eu comparar o jogo com um dorama é por causa da forma que sua história é contada, além disso, o “jogo de câmera” é o mesmo utilizado nos dramas japoneses. Do começo ao fim, quando elas não estão no Common, tenho a sensação que estou assistindo uma dessas novelas em forma de jogo. Além disso, as personagens presentes tem um carisma que prendem o jogador de forma que ele continue a ver o que acontecerá. As tramas envolvendo cada uma também desperta curiosidade, mesmo que boa parte seja clichê.

MESCLAR VIDA ESTUDANTIL E DE SUPER-HEROÍNA

Se estudar já é complicado, quem dirá viver uma vida dupla como super-heroína. Não é mesmo?! Num conceito familiar à Persona 5, aqui temos que mesclar a vida de estudante de Hinako com a sua busca para proteger o Common e suas colegas de escola. Várias quests envolvem questões do dia-a-dia, enquanto outras te fazem ir até o mundo mágico para recuperar os fragmentos de sentimentos de alguma pessoa. Além do mais, existe um sistema de afinidade onde a cada ponto obtido é um novo fragmento liberado, servindo como uma espécie de social link da série da Atlus.

Já mencionei tanto sobre fragmentos, mas o que seria isso? Cada sentimento salvo ou afinidade aumentada gera um fragmento. E isso é o que dá poder para as Refletidas. Numa linguagem fora do plot, podemos dizer que seja os seus equipamentos. Você pode equipar tal objeto numa das skills e ele irá gerar efeitos adicionais como: aumento do dano, absorver parte do dano para regenerar sua própria vida e etc.

Aqui não temos aulas e tampouco provas. A vida escolar se baseia em Hinako auxiliando suas amigas e, no fim do dia, um momento em casa onde podemos escolher o que ela fará: Refletir no banho, estudar, dormir e etc. Cada função dá algum tipo de bônus direto em seus status, possibilitando uma leve vantagem.

COMMON É ONDE ACONTECE A AÇÃO

A parte mais “RPG” está presente no Common. Sempre somos teletransportados a um local desse mundo tendo que conseguir cumprir o objetivo. O mapa é consideravelmente limitado, muitas vezes repetitivo. De início o sistema de combate pode parecer um tanto chato, mas a medida que vai jogando e novas opções são liberadas acaba se tornando agradável. Mesmo que um tanto demorado por conta das animações.

Ao nosso dispor temos opções de atacar, fugir, suporte, ether charge e overdrive. O que torna o sistema interessante é o ether charge onde a personagem demora mais para ter seu turno, porém, carrega o ether (logo estarei explicando isso) juntamente de seu HP e MP.  Sendo de suma importância saber o momento certo de utilizá-lo, já que isto a deixa com a guarda baixa durante esse processo.

Ether é o que faz o sistema de combate brilhar. Quanto maior a porcentagem dele, maior será o poder de suas Refletidas. Quando está acima dos 40% é possível utilizar o overdrive o que permite ganhar uma ação extra naquele turno como realizar dois ataques ou um ataque e um suporte. É possível utilizar mais vezes o overdrive num único turno de acordo com o seu nível. E, falando sobre nível, outra coisa que chama atenção é o fato de não existir XP (experiência), já que sua evolução depende unicamente de estar ajudando as pessoas em sua volta. Toda vez que ajuda uma colega com algo relacionado a este mundo mágico, você consegue crescer um level e a possibilidade de depositar um ponto em seus status. Não adianta ficar matando inimigo adoidado, pois só irá conseguir drop de itens fazendo isso.

CONCLUSÃO

Blue Reflection é um jogo bom de jogar. Não diria que seja algo fenomenal, mas está longe de ser apenas mediano. Você sente um carisma forte e não enjoa facilmente – mesmo que sofra com alguns problemas de repetição em seus cenários e um pouco de tédio numas lutas mais longas. Sua história é carismática a ponto do jogador ficar ansioso em saber como Hinako vai superar os seus problemas do dia-a-dia e se ela conseguirá retornar a dançar balé. Com qualidades e alguns defeitos técnicos, Blue Reflection é uma aposta de sucesso para Koei Tecmo e o estúdio Gust.

{{

plataformas = [PS4 e PC] nota = [4/5] game = [Blue Reflection] game = [] info = [Lançamento: 26/09/2017] info = [Distribuidora: Koei Tecmo] info = [Produtora: Gust] texto = [Enredo que te prende com clichês] texto = [trabalhados de forma criativa] decisão = [JRPG necessário para fãs] positivo = [História] positivo = [Personagens bem trabalhados] positivo = [Gameplay muito bem ambientado]

negativo = [Cenários repetitivos]

negativo = [Batalhas longas]

}}

Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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