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Análise: Lost Sphear segue a receita de bolo para o clássico J-RPG

A Tokyo RPG Factory foi criada para trazer de volta a velha magia dos jogos de RPG orientais que faziam tanto sucesso na década de 90. Em 2016 ela trouxe o bom I am Setsuna se inspirando em jogos como Chrono Trigger e Final Fantasy. Agora em 2018, ela lança seu segundo jogo chamado Lost Sphear que evolui algumas mecânicas vistas em I am Setsuna e segue o mesmo estilo visual.

Certamente a Tokyo RPG Factory segue com primor a checklist para fazer um J-RPG. Vamos conferir abaixo seus destaques e possíveis caneladas.

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A jornada do Herói

Em Lost Sphear nós vamos ver a mais do que clássica “jornada do herói” onde um personagem inicialmente comum terá que salvar o mundo de sua destruição. E o nome do herói em Lost Sphear é Kanata. Um jovem simples da pequena cidade de Elgarthe tem como amigos a forte e destemida Lumina assim como o jovem, inocente e bobalhão Locke. Após irem pescar um peixe para o almoço (um pleito muito justo), eles se deparam com um fenômeno estranho, Elgarthe havia desaparecido! No lugar da cidade e de suas casas, tudo o que a turma de Kanata consegue enxergar é um grande vulto branco. Logo em seguida o misterioso personagem Van se junta a equipe e Kanata descobre que ele tem o poder de restaurar as coisas que foram perdidas.

A partir desse ponto Kanata e seus amigos embarcam em uma jornada para salvar o mundo deste fenômeno dos perdidos tendo como aliado o grande Império. Agora se lembram o que falei acima sobre a “checklist para fazer um J-RPG”? Aqui nós já podemos ver o primeiro item da lista que é o império. E por mais que o império tente se fazer de bom, sabemos que em algum momento vamos ver o quão mal ele será. Além disso iremos ver os clássicos plot twists ao longo do jogo como traições e redenções de muitos personagens. E claro, um mal que irá ameaçar toda a existência.

Particularmente eu achei a história boa e inclusive achei melhor do que I am Setsuna. E tenho que fazer dois destaques na história, um positivo e um negativo.

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Positivo – Os personagens estão muito bem desenhados e a interação entre eles é muito boa. Você vê claramente que eles são amigos e que em algum momento um vai implicar com o outro. Existem personagens mais amigáveis, os bobalhões, os mais calmos, agressivos e por ai vai. No final do jogo você terá um grupo bem distinto que se respeita cada um do seu jeito.

Negativo – Para mim um bom RPG é quando o vilão é construído desde o início e que tenhamos um momento impactante. Acho importante que você sinta raiva do grande vilão por trás de tudo e que você queira acabar com ele e salvar o mundo. Infelizmente isso não acontece em Lost Sphear. Depois de jogar cerca de 15 horas (não contei as horas exatamente) será revelado a você o vilão final que a motivação é muito boba. Ele simplesmente aparece e não tem um link com os personagens que você passou mais de 10 horas com eles. É simplesmente desnecessário e bobo o que fizeram neste ponto.

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Mecânicas evoluídas

Quem jogou I am Setsuna irá se sentir em casa com Lost Sphear. Muitas das mecânicas originais estão aqui. As batalhas por turno passarão dentro de uma área onde você poderá movimentar seus personagens para dar o “melhor ataque”. Como os inimigos ficarão espalhados pela tela, caberá a você escolher o melhor angulo para desferir seu ataque e atingir o maior número de inimigos. Durante as muitas batalhas eu perdia meu tempo sempre tentando atingir 3, 4, 5 ou mais inimigos em um único ataque e isso era extremamente recompensador.

Além disso, ao longo da luta você terá acesso ao ataque de momentum. Cada personagem irá carregar uma barra que pode ser ativada para melhorar ou um ataque básico ou uma magia/skill. Isso normalmente irá aumentar o dano e/ou dobrar o ataque. Além disso, será possível equipar as Spritnites de ataques (você que irá montar seu set de magias/skills) e linkar a cada ataque um benefício de Momentum através de uma segunda Spritnite. Deixa eu exemplificar: Digamos que a Lumina tenha um ataque normal e um de fogo. No ataque normal eu coloco a spritnite de ampliar poder de fogo. Primeiro eu vou usar (com o momentum ativado) o ataque normal que irá ampliar meu dano de fogo. Já meu segundo ataque será o ataque de fogo que ficará mais forte do que o normal. Essa é uma das centenas de estratégias e benefícios de toda a mecânica de luta.

Por fim ainda existe mais um item em toda essa equação, as Vulcosuits. A história do jogo apresenta um povo antigo com uma tecnologia avançada que utilizava trajes mecânicos de batalha. Muitos desses trajes ainda são utilizáveis e nossos heróis terão acesso a eles ao longo do jogo e poderão (ou não) despertar suas habilidades. Duas habilidades que se destacaram para mim foi a possibilidade de fazer ataque em conjunto com outros personagens, o icônico X-Strike, e de poder selecionar 3 skills para serem usadas em sequência no mesmo ataque. O ponto negativo é que você tem muito pouco “pontos da Vulcosuits” para usar. Ou seja, seu uso é curto e limitado, então deverá usar com sabedoria.

Algo que tenho que adicionar é: O jogo é difícil. São poucos os jogos de J-RPG que entram na categoria de ser difícil e ter que usar itens para recuperar vida e HP. Eu suei em muitos chefões para derrotá-los. Particularmente eu enxergo isso com bons olhos, mas outros podem não gostar.

Restaurando o mundo

O objetivo de Kanata é muito simples, restaurar tudo o que foi perdido. Ao longo da aventura será possível criar muitos artefatos que irão influenciar cada luta sua. Cada artefato lhe dará habilidades passivas ou até ativas nas batalhas. Por exemplo, um dos artefatos que construí foi que ao passar no save point, eu iria recuperar meu HP, mana e pontos de Vulcosuits. Outro que também foi bem útil desde o início, foi a possibilidade de ver o HP do inimigo e com isso eu podia melhorar a minha estratégia de luta. Ao todo você poderá construir cerca de 30 artefatos que irão afetar diversos pontos da batalha que envolve melhoria de ataque, porcentagem de acerto crítico, melhoria de magia e muito mais.

E como já havia falado no início, Lost Sphear segue o mesmo estilo visual de I am Setsuna. Particularmente esse estilo me agrada, pois é simples e tem sua beleza. Não só isso, por mais simples que seja, em alguns momentos ele te impressiona com sua beleza. Particularmente o lugar que fiquei mais deslumbrado foi no lago espelhado, achei aquela fase absurdamente linda.

E por fim a trilha sonora não é nada espetacular, mas me agradou por sua simplicidade e delicadeza. Diferente de I am Setsuna onde usaram somente música de piano, desta vez temos toda a banda presente fazendo a trilha sonora.

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Conclusão

No geral, Lost Sphear me agradou muito e irá agradar os fãs do estilo J-RPG. Caso você tenha jogado I am Setsuna, você poderá ficar incomodado de como algumas coisas foram recicladas, mas não é algo que atrapalha a experiência do jogo. E se não tiver jogado, melhor ainda! As mecânicas do jogo claramente foram o que mais evoluíram e fiquei positivamente surpreso com a dificuldade de certos chefões onde tive que me empenhar para matá-los. A única decepção fica para o chefão final que foi muito mal construído e acaba afetando a história por não ser tão impactante quanto poderia ter sido.

{{

game = [Lost Sphear]

game = [] 

info = [Lançamento: 23/01/2018]

info = [Produtora: Tokyo RPG Factory]

info = [Distribuidora: Square Enix]

plataformas = [PS4, PC e Nintendo Switch]

nota = [4/5]

decisão = [Vale a compra]

texto = [Lost Sphear tem tudo o que]

texto = [um J-RPG precisa]

positivo = [Mecânica complexa]

positivo = [Boa dificuldade]

positivo = [Personagens bem feito]

negativo= [Chefão final fraco]

}}

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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