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Análise: Dissidia Final Fantasy NT é uma bela, porém, incompleta experiência

Dissidia Final Fantasy foi originalmente apresentado e lançado no PSP, primeiro console portátil da Sony, no ano de 2008 e juntava diversos personagens da franquia Final Fantasy em uma realidade alternativa onde se enfrentavam em uma mecânica única de luta. Em 2012 tivemos o segundo jogo da franquia, também para o PSP, que evoluía o primeiro jogo e contava uma história anterior ao primeiro jogo.

E agora em 2018 temos o lançamento para PS4 do terceiro jogo da franquia. De cara posso falar que eles utilizaram o potencial do PS4 para criar um produto diferente do que foi oferecido no PSP. Confiram em nossa análise como essas mudanças influenciaram o jogo e se elas foram positivas ou não.

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Uma história interessante com um erro fatal

Assim como em seus predecessores, em Dissidia Final Fantasy NT temos mais uma vez o embate entre duas divindades onde uma representa o bem e a outra o mal. Dando lugar a Cosmos e Chaos, nós temos agora a divindade Matéria para os mocinhos e o Chaos para os vilões. E a história não poderia ser mais simples: Seu mundo encontra-se em risco e cada um invoca seus campeões para defende-lo, ou para acabar com ele. E esses campeões vem cheio de nostalgia e em pares (algumas poucas exceções) baseado em cada jogo já lançado. Por exemplo, será possível pelear com Kefka e Terra de FF6, ou então o melhor e mais lindo vilão de todos os tempos Sephiroth com Cloud de FF7, Tidus e seu pai Jetch de FFX e por ai vai, incluindo Noctis de FF15 e Ace de FF Agito.

A história foca no relacionamento dos personagens e cada um tem suas motivações bem definidas. Ao longo dela irão enfrentar muito inimigos em luta com os vilões e umas “cópias de cristal” deles (uma espécie de NPC). E bem, até aqui tudo estaria perfeito se não fosse por um detalhe que a desenvolvedora errou com todas as forças: O modo que a história funciona…

Quando você inicia um jogo de luta, é possível escolher o modo história, offline ou então partir pro online. Pois bem, em Dissidia Final Fantasy NT isso não é possível. Quando inicia o game você deverá escolher entre o modo offline ou o online. Depois de cada sessão de luta você será recompensando (ou não) com um número pequeno (normalmente 1 a 2) de memórias. Em posse dessas memórias, você irá para o modo história e poderá liberar um mini filme. E depois? Repetir o processo de novo e de novo. Independente da qualidade do modo história e de sua beleza visual (o que o jogo tem de sobra), o ritmo de jogo é completamente errado. Por exemplo, você pode pegar um personagem específico e lutar com ele no offline ou online durante horas, sem nenhuma interação com a história. Ai depois munido de dezenas de memorias, poderá ir desbloqueando a história. Porém, não é assim que se joga um modo história e a canelada foi gritante.

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O gameplay que funciona bem, mas sem toque de RPG

Algo que eu não posso reclamar em Dissidia Final Fantasy NT é sobre o gameplay. Quem jogou as versões de PSP estava acostumado com um gameplay mais dinâmico e  interações no cenário com lutas 1×1. Já em Dissidia Final Fantasy NT teremos lutas de 3×3 mais cadenciadas e sem as interações que vimos nos outros jogos da franquia. A ideia é bem simples, sair do foco 1×1 + interatividade das versões de PSP para usar o potencial do PS4 em lutas 3×3. O gameplay segue com o ataque de Bravery para “amaciar” o oponente e depois de acertos o suficiente, utilizar o HP Attack para finalizar o oponente e ganhar 1 ponto para seu time. O primeiro time a finalizar 3 vezes ganha. Além dos ataques básicos será possível utilizar 2 boosts para seu personagem que poderão ser editáveis antes de iniciar a partida. O mais interessante é que existe um ataque especial para cada personagem que deve ser carregado ao longo da batalha. Por exemplo, o Cloud ativa seu limit break que da uma melhora geral nele. Igual a ele temos o Sephiroth que ativa as células Jenova. Já Zidane e Kuja, assim como Terra, ativam o Trance e ficam mais poderosos e brilhando. Já Squall faz o comando draw perto de um adversário que irá dar um boost aleatório dependendo do inimigo.

A única mecânica que faço uma pequena ressalva é a mecânica de perseguição. Muitas vezes em Dissidia Final Fantasy NT parece que você está brincando de pique pega ao invés de estar lutando, em especial se estiver lutando com a IA onde até a dificuldade Gold é tranquilo e a partir da Platinum é infernal. Acredito que um leve ajuste em sua velocidade iria melhorar muito, no caso em aumentar a velocidade.

Embora por um lado o gameplay esteja rico e divertido, por outro podemos ver uma oportunidade perdida em Dissidia Final Fantasy NT. Quem é jogador da franquia sabe que seus dois primeiros títulos mesclavam a luta com elementos de RPG, alicerce da franquia Final Fantasy. Porém, isso infelizmente não existe para Dissidia Final Fantasy NT. As únicas customizações possíveis serão o set de golpes que terá e as customizações cosméticas. Infelizmente não existe opção de melhorar qualquer coisa de seu personagem seja no modo offline como no online. E isso de certo modo é chato, pois seus companheiros NPC´s não são os mais habilidosos e você não vê uma evolução satisfatória neles.

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Falta de modos, mas muito loot

Algo que me deixou muito frustrado foi com as pouquíssimas opções do que fazer no jogo. Realmente, como mencionei acima, o gameplay funciona muito bem. Além disso o jogo possui muitos personagens, é lindo e tem uma trilha sonora fantástica, mas para por ai. Além do impacto inicial do modo história, você fica preso a dois tipos de luta durante o jogo. A primeira é a 3×3 normal onde quem eliminar 3 vezes primeiro ganha. Isso serve tanto para o online como o offline (aqui eu prefiro muito mais o online, pois a inteligência artificial não te ajuda como seus parceiros de equipe). O segundo e último modo é a mesma coisa do primeiro, mas você deverá atacar a base do adversário. Essa luta será chamada de Core Battle.

Para não ser completamente injusto existe mais possibilidades, porém, que não agregam tanto. Existe a possibilidade de luta livre, mas que não lhe dá nenhum bônus, dinheiro ou experiência, tornando desnecessária a experiência. É aqui onde pode tentar um modo 2×2 ou 1×1, porém, mais uma vez, você ganha absolutamente nada ao fim da luta. O outro “modo” é que que ao longo do modo história você irá escolher uma linha de história onde já vem com uma equipe pré definida. Ou seja, o “novo modo” nada mais é que a mesma luta de sempre, mas com uma equipe fixa.

Para os bravos guerreiros que irão aguentar onda após onda, tenho uma boa notícia. O jogo está recheado de loot. Será possível ganhar/comprar frases de personagens, diversos títulos, miniaturas e muito mais (algo típico em jogos de luta). Porém, o meu destaque vai para as roupas extras. Elas são simplesmente sensacionais e fazem referências a diversos momentos dos jogos. Que tal uma das muitas fases de Sephiroth com sua asa única boladona de anjo? Ou Então Cloud com sua roupa do jogo clássico ou do filme? Ou então pegar a roupa do Squall onde ele dança o baile no inicio do jogo? Realmente são muitas opções e posso dizer que pela primeira vez na vida fiquei animado para comprar roupas e armas para os personagens.

E um ponto positivo que vale ser mencionado, o jogo não tem microtransações. Parabéns Square!

Dissidia Final Fantasy NT

Conclusão

Eu tenho uma série de sentimentos misturados acerca de Dissidia Final Fantasy NT. Por um lado ele tem um fator nostálgico muito grande com gráficos lindos e uma trilha sonora monumental. Aliado a isso, eu entendo o que eles fizeram com o 3×3 e posso afirmar que ficou bom, por mais que esteja um pouco lento. Porém, o jogo mostra um grande potencial desperdiçado com um erro grosseiro de ritmo com o modo história. Sinceramente não sei o que passou na cabeça dos desenvolvedores em tornar o modo história um grande sacrifício sem ritmo. E outro ponto negativo claro é a falta de modos. Não existe um modo arcade no jogo, não existe a possibilidade real de jogar 1×1 ou 2×2 e ganhar os bônus in-game. E, por fim, uma legião de fãs pode se decepcionar pelo jogo não ter mais as opções de RPG.

Para fechar tenho que cravar duas coisas: O jogo como está em seu lançamento não vale os U$60,00. Talvez U$40, mas nunca os U$60 pedidos. O segundo ponto é que os fãs da franquia que estão procurando uma expansão do que viram no PSP, irão se decepcionar profundamente, pois Dissidia Final Fantasy NT segue um outro caminho.

{{

game = [Dissidia Final Fantasy NT]

info = [Lançamento: 30/01/2018]

info = [Produtora: Koei Temco, Team Ninja ]

info = [Distribuidora: Square Enix]

plataformas = [PS4]

nota = [3/5]

decisão = [Espere uma promoção]

texto = [Esse novo Dissidia muda tudo]

texto = [que conhecemos da franquia]

positivo = [Gráficos]

positivo = [Trilha sonora]

positivo = [Nostalgia]

negativo= [Poucos modos]

negativo= [Estilo modo história]

negativo= [“Somente” 3×3]

}}

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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