Enquanto a EA derrapa na tentativa de devolver Need For Speed aos seus tempos de glória, a resposta parece estar bem debaixo do seu nariz. Burnout Paradise Remastered, a versão tunada do clássico jogo lançado em 22 de janeiro de 2008, mostra como um jogo de corrida arcade deve ser feito.
Take me home!
“Take me down to the paradise city. Where the grass is green and the girls are pretty. Take me home”. Ao som deste clássico dos Guns n’ Roses começa Burnout Paradise Remastered. Enquanto seu carro dispara pelas ruas de Paradise City e essa sonzeira de uma das maiores bandas de rock da história como pano de fundo, você sente a adrenalina correr pelas veias em segundos. O coração dá uma leve acelerada e um sorriso inevitavelmente surge em seu rosto. A velocidade, as cores, o cenário e a sensação de poder correr a toda… É diversão pura.
Se não temos uma história propriamente dita, sobra diversão. Em Burnout Paradise, seu objetivo é aumentar o grau de sua licença de motorista (haja ironia nisso, pois você dirige igual um lunático). Quanto mais provas vencer, mais perto você estará de aumentar sua nota na carteira de motorista. E as provas são bem variadas. Há provas de velocidade, nas quais você precisa se deslocar de um ponto a outro no mapa de Paradise city e chegar em primeiro. Em outras, você precisa destruir um determinado número de carros até que o contador de tempo chegue a zero (essas provas são divertidíssimas). E há somente provas nas quais você precisa chegar bem rápido de um local ao outro.
A variedade de veículos impressiona. Eles são divididos em categorias como Paradise, Carros, Motos, Clássicos, etc. Dependendo do veículo escolhido, você terá acesso ou não a determinadas provas. As motos, somente para pegar um exemplo, não participam de provas de destruição por motivos óbvios. Porém, elas tem provas de velocidade exclusivas. E você vai querer participar de uma delas. As motos correm a uma velocidade insana e qualquer erro pode acabar com a corrida imediatamente.
A beleza dos 60 FPS
Se você quer agradar aos gamers, faça algo com 60 FPS. Tudo fica mais bonito quando 60 frames são visualizados no espaço de um segundo. Tanto que, um jogo de 2008, consegue ficar extremamente agradável em um console da nova geração.
E não só são os frames. Burnout Paradise Remaster tem uma composição muito harmônica. A pegada jovem de Paradise City, misturada da jogabilidade bastante arcade, fazem de Burnout Paradise Remaster uma revigorante e rejuvenescedora experiência. É divertido, é rápido, é insano. É divertido pra caramba!
A passagem do tempo é outro ponto forte no jogo. O anoitecer é lindíssimo. Um tom de laranja vai tomando conta do cenário e, pouco a pouco, vai migrando para um roxo até que a noite caia finalmente. A sensação é que estamos passando férias em uma cidade praiana, cheia de desafios, mistérios em uma inocente aventura juvenil.
Desvendando Paradise City
Como falei, há muito o que fazer em Paradise City. Além das missões, que são o principal do jogo, você pode por exemplo, destruir outdoors espalhados pela cidade. E geralmente você consegue destruí-los após saltar sobre uma rampa, o que torna tudo muito legal. Você também pode disputar uma corrida contra o tempo ao entrar nas ruas do centro da cidade. É basicamente uma disputa de melhor tempo nas retas de asfalto da cidade.
Paradise City não é gigante, mas certamente oferece horas de diversão. Sua estrutura certamente serviu de inspiração para Need For speed Rivals, pois elas são bem similares. Porém, Paradise City ainda conta com uma robusta área urbana. Além das ruas do centro, Paradise City conta com uma enseada, com praia e com uma região montanhosa.
Enredo
Bom, infelizmente esse parágrafo ficará praticamente vazio, pois Burnout Paradise Remaster não tem enredo. Assim como o jogo original, você é lançado em Paradise City para correr e se divertir. Ponto. Qualquer coisa além disso simplesmente não existe ou precisa ser entendido com base na cidade e nos detalhes dos cenários. Ou seja: use sua criatividade para imaginar uma razão e uma história por trás das corridas alucinantes e divertidas de Burnout Paradise Remaster.
Corrida “arcade” em uma geração de corridas pasteurizadas
Burnout Paradise surgiu em uma época extremamente fértil para os jogo de corrida da geração passada. Motorstorm, Split/Second, Pure e muitos outros títulos para lá de divertidos davam o tom. Hoje, quase uma década depois disso tudo, o cenário está dominado por jogos focados em simulação. Grand Turismo, Forza, Driveclub, Project Cars e tantos outros. Nada contra os simuladores, muito pelo contrário, mas é que uma corrida arcade faz uma falta danada. Ainda mais para os mais nostálgicos que viveram na pele a chegada de títulos como Enduro, Out Run, Super Hang On e tantos outros. Infelizmente, Need For Speed, outro representante desta categoria, derrapa para encontrar um lugar no mercado atual.
Dessa forma, Burnout Paradise Remaster chega em um momento extremamente importante para a indústria e para a EA. Burnout Paradise Remaster é um exemplo de jogo arcade que te prende pelo simples fato de ter sido pensado da maneira certa. Sua fundamentação é toda focada em diversão e o resultado entregado atende às expectativas.
Conclusão
Burnout Paradise Remaster é um clássico da EA que ressurge na hora certa. Além de ser um jogo incrível, ele dá o caminho das pedras para a própria desenvolvedora, que não conseguiu achar o ponto certo de seus jogos mais casuais para agradar aos fãs da categoria.
Clássicos nunca morrem. Graças a Deus, pois podemos reviver as aventuras de Burnout Paradise na geração atual de consoles.
{{
game = [Burnout Paradise]
game = [Remastered]
info = [Lançamento: 16/03/2018]
info = [Produtora: Criterion Games]
info = [Distribuidora: Electronic Arts]
plataformas = [PS4 e Xbox One]
nota = [4/5]
decisão = [Diversão garantida]
texto = [O jogo deixa na boca um gostinho de quero mais]
texto = [e aumenta o hype para um novo jogo da série]
positivo = [Diversão]
positivo = [Variedade de veículos]
positivo = [Gameplay]
positivo = [60 FPS]
negativo = [Falta desafio]
negativo = [Falta de enredo]
}}
