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Ateu, conciliador e altruísta: o perfil do jogador de Detroit

Os jogos da Quantic Dream oferecem um diferencial que eu particularmente acho muito divertido, a comparação das suas escolhas com as escolhas dos outros jogadores ao redor do mundo. Além da curiosidade inata por saber os caminhos que os outros optam, nós jogadores e jornalistas também podemos traçar o perfil do tipo de consumidor que adquire e joga esse game. Jogos com uma pegada mais artística tendem a atrair um consumidor mais sensível, preocupado e mente aberta, nada diferente dos outros tipos de arte que temos por aí como a literatura e cinema. Detroit Become Human não é exceção à regra. Segue abaixo os principais traços do jogador de Detroit quase cinco meses após seu lançamento.

Atenção, esse post pode conter spoilers.

ALTRUÍSTA

Detroit nos coloca em dilemas morais e éticos a todo momento após os primeiros minutos do jogo. Diversas são as ocasiões onde temos que escolher entre salvar alguém ou não. Para piorar, essas escolhas muitas vezes requerem uma decisão entre a vida dessa outra pessoa ou a própria vida do personagem em questão. É nesses casos onde mais torcemos o nariz e desejamos não ter que passar por isso.


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Apesar de uma parte considerável da comunidade gamer, especialmente de eSports, ser bastante tóxica, eu me surpreendi com as escolhas dos jogadores de Detroit Become Human. No quesito “Vida Alheia” o perfil do consumidor de Detroit é claro: Altruísta. Quase todos os casos em que somos obrigados a correr risco para ajudar alguém, há a tendencia para a escolha altruísta. Nas ocasiões entre salvar a vida humana alheia ou a própria, os jogadores optaram por salvar a vida indefesa na maioria dos casos.

CONCILIADOR

Basicamente, Detroit Become Human é um jogo sobre revolução de uma minoria. Não é intenção desse post traçar paralelos com casos históricos, apesar de ser claro, mas o fato é que a principal temática é a insurgência de uma população destinada a viver em condições de servidão e escravidão. Apesar desse embate claro e inflamado desde o início da história, o jogador de Detroit opta pela não violência.

Bastilha

O embate entre humanos e androides toma proporções similares a de guerra civil em certo momento do jogo. É a partir dali que somos confrontados com as escolhas entre revolução violenta ou pacífica. Apesar das constantes injustiças, violências e brutalidades a que somos expostos ao longo do game, a maioria das pessoas do mundo ainda opta pelos caminhos conciliadores, martirizantes e pacifistas, tentando, mesmo sofrendo e morrendo em muitos casos, chegar a uma resolução por via da política e da negociação (não foi o meu caso hehe).

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ATEU

Chegamos, então, ao ponto mais controverso: a crença em Deus. Em determinado momento do jogo, a Chloe nos pergunta clara e diretamente se acreditamos em Deus. Fiquei chocado com o resultado. Como podem ver na imagem abaixo, a maioria dos jogadores de Detroit Become Human não acreditam em deus e uma parcela significativa do total diz não ter muita certeza.

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Será que o fato da maioria ser Ateu influencia nas escolhas empáticas e em busca da paz? Se a maioria acreditasse em Deus, talvez teríamos outros resultados mais inflamados e egoístas? Mais perguntas que respostas, pois talvez sequer saberemos um dia. Por enquanto vamos nos agarrar ao lado bom: paz e altruísmo, independente da religião.


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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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