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Análise: Shakedown Hawaii é o GTA perfeito em 16 bits e politicamente incorreto

Muitos podem não saber, mas o amado GTA começou na década de 90 para o Playstation 1 e PC como um jogo 2D com visão superior. Esqueça os gráficos chiques e físicas completas de hoje, na época era tiro, porrada e bomba da forma mais simplificada possível.

Cerca de 30 anos depois de seu lançamento, a desenvolvedora Vblank reviveu (com louvor) essa ideia trazendo uma pegada indie com gráficos remetendo a saudosa era dos 16 bit. Se gosta de atirar, atropelar inocentes, atirar em tudo que é possível, coagir trabalhadores e ser o maior babaca possível (mas tudo só dentro do joguinho, hein?!), já adianto que Shakedown Hawaii é o seu jogo e vai te divertir por horas!

Uma empresa a beira da falência

O jogo se passa na ilha do Havaí (não confundir com o time de futebol Avaí de Santa Catarina) onde a empresa multinacional Feeble está a beira da falência. Ao assistir a TV seu CEO recebes as péssimas notícias e resolve se envolver nos negócios que tanto lutou no passado. Para tal, nada o impedirá de reerguer seu império.

O jogo segue uma estrutura que vimos em GTA 5 onde utilizaremos três personagens. O principal será o dono da empresa que é um senhor com seus 60 e poucos anos e se impressiona com basicamente tudo da vida moderna como livestream, anúncios e muito mais. Graças a essas ideias  “muito boas” ele irá expandir seus negócio a base de ferro, fogo e trapaças. Nenhum trabalho será pequeno ou sujo para ele onde se envolverá com especulação imobiliária, destruição de terrenos para construir casa, marketing vigarista, produtos de baixa qualidade, ameaçar competidores, chantagem e muito mais. Imagine algo ruim que um empresário faria, ele faz pior.

O segundo personagem é seu filho. Tendo o pai que tem não pode se esperar muita coisa, certo? Seu sonho é ser um DJ famoso, mas na verdade é um grande sangue suga que não quer fazer nada da vida. Basicamente ele fará tarefas que seu pai passará para servir de aluguel, jogará muito vídeo game e tentará disparar sua carreira entrando para uma turma de gangsters.

Por fim temos o “contatinho” da América do Sul. Ele irá libertar fazendas dos narco traficantes para que a Feeble possa conseguir as plantações de volta para os honestos fazendeiros e em troca exportarão sua matéria prima para o Havaí.

O interessante da história de Shakedown: Hawaii é que ele faz diversas paródias e homenagens com a cultura pop e os games. Por exemplo, o filho comprar um jogo no dia de lançamento e tem que esperar baixar mais de 70 patches de atualização. E quando vai jogar ele pode comprar loot box para desbloquear os personagens que deveriam ser principais. Esse é apenas um exemplo, existe o chefão que lembra o Blanka, tem piada com o controle do Xbox usar pilha e muito mais.

Shakedown Hawaii irá arrancar muitas risadas.

Comprando a ilha

Como falei acima, o objetivo do jogo é reerguer a Feeble, porém, em determinado momento você simplesmente comprar absolutamente tudo e inflar os preços. E essa é uma grande mecânica do jogo que se divide em duas partes.

A primeira é o que dá o nome ao jogo, o Shakedown. Quem jogou o poderoso chefão no PS2 sabe muito bem essa mecânica. Você deve entrar nas lojas e negócios da cidade (é possível entrar em mais de 200 estabelecimentos) e ameaçar eles de alguma forma para te pagar dinheiro de proteção. O que é extremamente bem feito em Shakedown Hawaii é que existem diversas extorsões e muitas vezes elas farão sentido com o tipo de loja. Ao entrar em uma cabeleireiro, você perseguirá o responsável para cortar seu cabelo. Ao entrar em um restaurante, você irá quebrar as cadeiras. E por ai vai. Claro que existe as extorsões onde matará todos.

A outra mecânica é o gerenciamento de recursos. Para comprar esses negócios será necessário ter dinheiro e para conseguir dinheiro, os negócios necessariamente tem que dar um lucro. Não adianta sair matando todo mundo, pois esse dinheiro será seu e não da empresa. Para tal, com o andar do jogo, você irá desbloquear modificadores. Esses modificadores irão ampliar o lucro e com cerca de 5/6 horas de jogo você estará ganhando rios de dinheiro caso invista nisso. O que começa sendo super difícil e limitado, depois de um tempo parece que ganhou na mega sena acumulada. Por exemplo, eu tenho mais de 200 milhões que simplesmente não tenho aonde gastar mais.

O interessante dessas mecânicas é que traz um fator de gerenciamento que me agrada e muito. Não somente é ameaçar e comprar, mas você pode interagir com o mundo. Eis um exemplo: Ao comprar as casas de café, é possível roubar os carregamentos de café pelo mapa e conseguir “recursos gratuitos” o que diminuirá seus custos e aumentará seus lucros.

Gráficos, física, trilha sonora e mais elogios

Temos uma bos história, boas piadas, referências e uma viciante mecânica de gerenciamento. E mais o que? Bem, fique feliz em saber que Shakedown Hawaii é um jogo completo.

Primeiro seu gráfico remete a era dos 16 bits e tem uma animação muito boa. É  impressionante muitos dos cenários e a quantidade de coisa que acontece e pode ser destruída. Para mim a parte da floresta é a melhor de todas, visualmente falando. E durante as cutscenes o jogo muda para um desenho bem mais detalhado onde mostra os personagens conversando e sendo bem expressivos e cômicos.

E não ache que por ser um jogo simples eles não fizeram uma física boa. Mesmo sem ser 3D, Shakedown Hawaii conta com física de impacto dos personagens, carros, é possível se queimar, atropelar e ser atropelado e por ai vai. Isso e uma vasta interação com o mapa e personagens.

Além das missões principais (mais de 100 no total), existem diversas side-quests que expandem o mundo e muitas delas manterão o humor apresentado em todo gameplay. Essas side-quests se dividem em missões secundárias, achar colecionáveis e desafios de matança pelo mapa.

A trilha sonora é algo que impressiona também, pois encaixa bem com todos os momentos. Inclusive é possível trocar a estação de rádio quando estiver dirigindo.

Ou seja, por mais que Shakedown Hawaii pareça simples, ele tem bastante conteúdo e muito bem trabalhado.

Problemas?

Eu não posso e não vou dizer que Shakedown Hawaii tem problemas. A realidade é que o jogo é muito bem feito e ele é completamente viciante, porém, algumas coisas me incomodaram um pouco.

A primeira foi o mapa. Demorei um tempo para entender que deveria entrar em uma opção do mapa para poder ligar uns marcadores. Como ele é pequeno e tem muita coisa a navegação fica complexa em certos momentos e não faz sentidos eles já virem ligados e eu desligá-los quando quiser.

Outra coisa que me incomodou um pouco foi a direção. Eu não achei ruim dirigir, mas achei fraca a experiência da “várzea”. Vou explicar… Sua velocidade sempre será superior a de todos os carros e acidentes irão acontecer certamente. Sempre irá atropelar as pessoas, mas ao entrar em uma missão principal ou secundária, simplesmente sua “barra de calor” desaparece. Além disso, eu testei ficar matando centenas de inocentes e a polícia nunca teve um aumento significativo nesta barra.

Conclusão

Shakedown Hawaii é um JOGARAÇO, um insta-buy que irá te divertir por cerca de 10 a 12 horas. Tudo nele funciona muito bem, tem uma boa mecânica de gerenciamento, a história agrada e personagens são bons, existem muitas armas e muito tudo, no geral. É uma releitura perfeita do GTA da década de 90, mas com as mecânicas e humor de hoje em dia.

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game = [Shakedown: Hawaii]

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info = [Lançamento: 07/05/2019]

info = [Produtora: Vblank Entertainment]

info = [Distribuidora: Vblank Entertainment]

plataformas = [Nintendo Switch, PS4, PS Vita e PC]

notaV2 = [9,0]

decisão = [Compre de uma vez]

texto = [Shakedown Hawaii é o GTA 16 Bits]

texto = [que irá te viciar por horas]

positivo = [Personagens e situações]

positivo = [Referências e homenagens]

positivo = [Gameplay completo]

positivo = [Gerenciamento de empresa]

positivo = [Gráficos bem feito]

negativo = []

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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