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Análise: John Wick Hex mistura estratégia e ritmo frenético

Mistura parece estranha, mas dá certo

Todo mundo conhece John Wick, o personagem vivido por ninguém menos que Keanu Reeves e estrela da série de filmes com mesmo nome. John Wick já está no Hall da Fama dos figurões dos filmes de ação, como James Bond (007) e Ethan Hunt (Missão Impossível). Portanto, trabalhar com um jogo mais lento de John Wick certamente é uma jogada arriscada, mas o pessoal da Bithell Games fez isso com primor e justiça. Confira como na análise de John Wick Hex abaixo:

John Wick dispensa apresentações, pois o personagem resolve a parada sozinho e todos nós sabemos disso. Exemplo claro deste fato é que na animação inicial do jogo, os vilões já declaram que “Fodeu tudo” quando eles descobrem que é John Wick quem está a caminho. Isso resume bem a história do jogo, assim como dos filmes, sem grandes e profundos roteiros e questionamentos filosóficos, porém com muita ação e doses certas de estética, haja vista o visual do protagonista.

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Combate baseado em turnos tempo!

John Wick Hex é um jogo de estratégia com visão de cima para baixo onde personagens se movem em uma espécie de tabuleiro projetado no cenário. Nada diferente do que vemos por aí em jogos como XCom e tantos outros RPGs com uma pegada mais clássica. Porém, John Wick se diferencia no fato de que seu combate não se baseia em turnos, mas sim em tempo, em relógio.

Cada personagem, seja John ou seus inimigos, possuem uma espécie de cronômetro para realizar sua próxima ação. Tal cronômetro é influenciado por diversos fatores: elemento surpresa, quem viu quem primeiro, habilidades pessoais etc. Logo, os turnos que estamos acostumados em outros estilos de combate podem ocorrer diversas vezes e em tempos e formatos diferentes durante esta aventura. Por exemplo, enquanto um inimigo toma tempo para realizar duas ações ao ser surpreendido, você pode executar duas e abatê-lo sem problemas.

Tudo isso ocorre sob o controle de uma linha do tempo no topo da tela que, apesar de inicialmente confusa, rapidamente se torna sua aliada. Através dela você pode ver quais bonecos tomarão ações primeiro (você ou algum inimigo) e com isso planejar movimentações, golpes, tiros ou cobertura. Com isso o jogo tomou uma dinâmica muito mais rápida em relação ao que vemos no gênero, fazendo com que tudo isso fizesse sentido em uma franquia conhecida por sua ação mais frenética.

Posicionamento, itens e probleminhas

Como todo jogo de estratégia neste estilo, o posicionamento é fato chave em John Wick Hex e não poderia estar de fora dessa análise. Tomar cuidado com quinas para ter mais visão de um corredor, empurrar um inimigo alguns quadrados para trás e fugir da linha de visão de outro ou se colocar atrás de uma pilastra a fim de recuperar seu foco, tudo tem que ser bem planejado, haja vista que a esgotar sua bandagem pode dar uma dor de cabeça.

Bandagens são como as poções e você usa para recuperar vida. Ela vai ser seu principal inimigo durante o game, pois após se preparar para o início da missão você não tem como conseguir mais, a não ser que encontre pelo caminho, até o final da linha. Isso pode travar seu progresso e incomodar os jogadores mais apressados que odeiam recomeçar fases.

Além disso, o jogo tem um problema de mecânica que é o fato de que uma vez o inimigo te vendo, não há maneira de despistá-los. Isso é horrível em combo com o fato de que muitas vezes esgotamos nossa munição e precisamos trocar de armas pelo chão e pelo já exposto limite de bandagens (principalmente no início). Se você for visto, parte da estratégia oferecida pelo game vai pelo buraco e torna tudo um tanto quanto enfadonho.

Orçamento

Claramente John Wick Hex não é um jogo AAA com um super investimento. Justamente por isso é possível ver outras limitações como animações simples demais no ataque corpo-a-corpo, principalmente quando os inimigos em questão já estão caídos.

Por outro lado, o visual do jogo é muito bonito e explora bem a limitação do orçamento. Em vez de investir em detalhes que seriam perda de tempo para quem tem pouco, o game caprichou no que tá em foco na tela, contando com uma boa interface para o usuário entender tudo o que precisa para conseguir progredir nas missões.

Além do invetimento visual no que importa, a escolha cartunesca faz muito sentido com o propósito inicial da franquia, idealizada em cima de influencias de animes e noir. A combinação do rosa com elemento sombrios fez total sentido e o jogo tomou uma personalidade própria sem abrir mão do sentimento de John Wick.

Vale a pena?

John Wick Hex está custando apenas R$ 37,99 e por esse preço o jogo está excelente! Com um relativo baixo orçamento e cerca de 6 hoas de campanha o game consegue misturar um gênero acessível financeiramente com uma franquia milionária de ação. Ficarei ainda mais satisfeito se lançarem John Wick Hex para Nintendo Switch, esse será a chave de ouro. Até, porém, podemos nos divertir nas horas vagas com esse bom jogo publicado pela Good Sheperd.

Vale a pena!

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 7
Diversão - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 7.5
Custo-Benefício - 8.5

7.6

Preço baixo, nota alta

Trabalhar com um jogo mais lento de John Wick certamente é uma jogada arriscada, mas o pessoa da Bithell Games fez isso com primor! Com um relativo baixo orçamento e cerca de 6 hoas de campanha o game consegue misturar um gênero acessível financeiramente com uma franquia milionária de ação entregando boa estética e um sistema divertido.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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