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Opinião: os games mais importantes da década

Os jogos mais importantes de 2010-2019

Esse é um artigo de opinião do autor e não reflete a posição de toda a Redação.

2019 está chegando ao fim e, com ele, mais uma década se acaba. Antes de entrarmos em 2020, porém, resolvi fazer uma lista dos 10 jogos mais importantes dos últimos 10 anos. Aqui você encontra um compilado preparado com carinho mostrando quais são os games da década e quais as razões para serem considerados os jogos mais importantes desse período.

10 – GONE HOME

Gone Home foi controverso desde seus primeiros momentos. Não pelo game em si, mas pela incapacidade do mundo, à época, em entendê-lo e aceitá-lo como um jogo de verdade. Repórteres de alguns veículos grandes questionaram a validade de chamar Gone Home de videogame já que havia praticamente nenhum desafio/interatividade, apenas exploração. A partir dessa rejeição por parte de alguns críticos, foi popularizado o termo um tanto pejorativo walking simulator. Ou seja, simulador de caminhada.

O foco essencialmente narrativo e o enorme sucesso do game, porém, abriram portas para muitas obras diferenciadas no mundo dos games. Gone Home foi um dos primeiros jogos de sucesso a tratar de assuntos mais factíveis como preconceito e discriminação. Seus desenvolvedores chegaram a revelar que receberam diversas cartas de gamers que sofriam bullying e rejeição familiar dizendo o quanto o jogo os ajudou a entender que não estavam sozinhos e que uma saída era possível. Lindíssimo.

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O termo walking simulator deixou de ser uma afronta e, de lá para cá, muitos walking simulators e filmes interativos (outro gênero de pouca interatividade) foram criados nas bases de Gone Home. Entre eles podemos citar o premiado What Remains of Edith Finch.

09 – DARK SOULS

Você certamente já ouviu alguém resumir um jogo dizendo que é um Soulslike. Pois foi justamente Dark Souls o game que cunhou o termo e popularizou esse estilo. O gênero traz 3 principais fatores em comum: dificuldade alta, combates de alto risco e inimigos sempre poderosos. É comum que os adversários dropem algum recurso para evoluir o personagem e normalmente se você morrer perderá todos esses recursos. A fórmula tem influâncias de diversos outros gêneros de games como RPG, ação, Metroidvania, survival horror, hack & slash, jogos de luta e, é claro, a insana dificuldade dos games dos anos 80 e 90.

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Desde Dark Souls, diversos jogos beberam de seu sucesso e também lacraram hits extremamente populares como Sekiro, Nioh e Bloodborne. Nem mesmo os jogos independentes ficaram de fora, muito pelo contrário, Soulslike virou uma tendência indie junto com o gênero rogue-like. Entre os títulos podemos destacar o recente e aclamado, Hollow Knight, e o frenético Dead Cells.

08 – NIER AUTOMATA

Este título da Platinum Games divide opiniões. Os mais apegados às tradições tendem a não gostar muito, os mais focados em gameplay apenas o veem como um simples jogo bom enquanto que o pessoal que estuda os games acha Nier Automata uma obra-prima.

Com a evolução dos hardwares e dos games, muitos títulos passaram a focar exclusivamente no que se propõe e firma a linguagem nessa escolha. Ou seja, configuração de controle, posicionamentos de câmera, comportamento durante combates, movimentos dos modelos de personagens e NPC, luz, performance etc.  Para entregar a proposta do jogo, seja ela uma aventura em terceira pessoa ou fuzilamento frenético em primeira, tudo que está no game deve ocupar seu lugar para desempenhar seu papel nesse objetivo.

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Essa razão normalmente é delimitada pela escolha inicial sobre o formato do game. Por exemplo: jogos em terceira pessoa, tem seu desenvolvimento inteiro pensado para que tudo funcione em prol de um jogo em terceira pessoa. Mas Nier Automata arriscou! Dentro do mesmo game temos mudança de linguagem que varia desde os clássicos jogos de nave de cima para baixo, passando por game de plataforma, tiro em terceira pessoa etc.

E a cereja no bolo é que tudo isso muda constantemente e de forma orgânica, sem loadings ou cutscenes. Uma experiência completa, quase uma declaração de amor à história do desenvolvimento de games. A possibilidade de misturar todas essas coisas teve seu preço, claro. Nier tem algumas limitações visuais por exemplo, mas a chegada de uma nova geração poderá abrir portas ainda maiores para que esse tipo de aventura se torne mais comum e ainda melhor.

07 – POKÉMON GO

Durante anos e anos, gerações de familiares vieram dizendo para suas crianças: desliga esse vídeo game vai para rua brincar. Pois em 2016 Pokémon GO foi lançado e com ele milhões de pessoas pelo o mundo inteiro foram às ruas para procurar centenas de monstrinhos espalhados por suas cidades.

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Apesar do ceticismo da possibilidade do jogo se manter em alta, Pokémon GO se mostrou mais do que capaz. Hoje, o game continua em dia com atualizações constantes, grandes eventos e uma comunidade enorme. Sua influencia já é sentida em diversos outros títulos para mobile, mas que ainda não tiveram nem de longe o mesmo sucesso.

Além disso, seu alcance certamente deu um estímulo a mais para que pessoas investissem em celulares com a finalidade de jogar games. Isso é de extrema importância já que é um mercado que tem crescido de forma exponencial. Pokémon GO foi um clássico instantâneo.

06 – THE WITCHER 3: THE WILD HUNT

O que dizer sobre The Witcher 3 além do fato de ser The Witcher 3? Tido por muitos (inclusive eu) como o jogo da geração, The Witcher 3: The Wild Hunt revolucionou a maneira de contar histórias no mundo dos games. Tendo como base uma grande e talentosissima equipe de roteiristas, o terceiro game da série The Witcher apresentou side-quests incríveis, atos completíssimos e um sistema que interlaça tudo isso à trama principal de forma bem orgânica e propositiva.

“As aventuras de Geralt nessa geração mudaram a perspectiva sobre as missões secundárias (side-quests) nos jogos de RPG e Aventura. Cada missão, cada caçada a um monstro ou cada simples ajuda a um personagem (NPC) é uma história completa por si só. Existe uma linha narrativa de início, meio e fim, com personagens desenvolvidos com suas próprias histórias e anseios particulares inseridos em suas pequenas realidades. Essas linhas se desenrolam para lados diferentes de acordo com as escolhas que fazemos e, além disso, se entrelaçam com a trama principal do jogo em muitos casos. Poucas são as aventuras laterais que não agregam muito para o mundo de The Witcher 3.



O feito foi tamanho que muitos críticos ao redor do globo não aceitam mais side-quests mal escritas, com missões simples de serem executadas e pouca razão de fato para o personagem principal se engajar nelas. Jogos como Mass Effect Andromeda, Assassin’s Creed Odyssey e até Horizon Zero Dawn (um dos melhores de 2017) sofreram com essas exigências. The Witcher 3 se tornou um marco para as produtoras investirem mais no desenvolvimento das missões extras dos jogos de video game e elevou a referência sobre este quesito.”

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Seu escopo gigantesco abriu espaço para expansões que são maiores e melhores que muito jogo original e adubou terreno para lançamento de novos games. Entre eles Thronebreaker e Gwent, sendo o segundo um jogo de carta, algo secundário dentro de The Witcher 3, que se tornou um game por si só. Gwent é atualmente um dos principais jogos de carta, disutando a parcela de gamers com Hearthstone e Magic: The Gathering Arena. The Witcher 3 e seu sucesso foram definitivos para a expansão da franquia às telonas, a série The Witcher da Netflix chegará em breve e tem uma estetica totalmente inspirada no game.

05 – PLAYERUNKNOWN’S BATTLEGROUNDS (PUBG)

Talvez você já tenha ouvido falar do nome Battle Royale. A expressão foi cunhada em 1999 no Japão, pelo escritor Koushun Takami. O romance Battle Royale contava a história de pessoas que eram lançadas em uma espécie de arena para lutarem até a morte. O sobrevivente final seria declarado o vencedor. Parece familiar? Com certeza.

A ideia foi popularizada no ocidente pela série de livros e filmes Jogos Vorazes e na indústria de games pelo jogo Player’s Unknown Battlegrounds, conhecido carinhosamente como PUBG. Mesmo não sendo pioneiro, foi este título que trouxe a atual febre dos Battle Royale para evidência da mídia, da indústria e dos consumidores de games.

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A partir do sucesso do, até então, independente PUBG, diversos títulos de peso se lançaram no mercado sob o mesmo gênero. Entre eles podemos destacar o principal, Fornite – que é cada vez mais uma febre! Além dele, temos também Apex Legends e Free Fire, sendo este último para celulares. Apesar de ter ficado “para trás” na opinião de muitas pessoas, PUBG foi o pontapé da explosão dos Battle Royales, um dos gêneros mais jogados da atualidade em todas as plataformas.

04 – THE LAST OF US

A aventura de Joel e Ellie foi um marco para a indústria de games. Foi uma das primeiras empreitadas de um estúdio AAA em um conceito de jogo onde o conteúdo ocupa papel principal e não o estilo e/ou o gameplay. Ainda em 2013, o game chegou ao mercado com uma trama e roteiro de altíssimo nível, algo diferenciado frente aos outros jogos de grande orçamento da época.

Complexidade de personagens, roteiro profundo e intimista, além de questões políticas e filosóficas, tudo isso é a base de sustentação de um dos maiores e melhores jogos de todos os tempos. Esses momentos de profunda relação entre os personagens é recheado por doses homeopáticas de um gameplay redondo que mistura stealth com tiroteio frenético em um equilíbrio que combina perfeitamente com a trama.

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The Last of Us foi considerao o melhor game da geração passada e abriu portas para que diversas franquias tomassem rumos mais maduros em seus roteiros. Grande exemplo que podemos indentificar como um resultado dessa mudança no modo de escrever games é o último God of War, lançado para PS4. God of War adotou uma postura mais madura e séria ao trazer a relação familar de Kratos e seu filho para o centro do game, ao contrário dos títulos antreiores da série.

Além disso, sua continuação, The Last of Us Part II é um dos jogos mais aguardados dessa geração.

03 – DOTA 2

DOTA, um simples mod de Warcraft 3, foi o responsável pela popularização do gênero MOBA (Multiplayer online battle arena), jogo de combate multiplayer em arena. Tal estilo de jogo foi usado por diversos outros como League of Legends e Overwatch. Mas foi especificamente a partir de 2013 com seu lançamento na Steam sob o nome de Dota 2 que sua relevância tomou rumos astronômicos.

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The International, como ficou conhecido o mundial de Dota 2, bateu recorde de maior prêmio dos e-sports não somente no ano de lançamento do game, mas em todos os anos consecutivos. O total de prêmio passou de iniciais 1,6 milhão de dólares em 2011 para 25,5 milhões em 2018 e mais de 34 milhões em 2019. Além do sucesso absoluto da competição que tem parte de seu prêmio patrocinado por jogadores através da venda e compra de item online, o torneio passou a ser cada vez mais aberto, com eliminatórias regionais em diversas localidades do mundo.

02 – GTA V

Grand Theft Auto, a franquia de maior sucesso da Rockstar Games e uma das maiores dos videogames,  não poderia estar de fora. Muito pelo contrário. Em abril de 2018, GTA V se tornou o produto de entretenimento mais rentável da história. O game já passou 100 milhões de cópias vendidas e 6 bilhões de dólares em lucro.

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Tamanhos números vem em sua maioria do suporte ao modo Online do jogo, onde jogadores podem (e fazem) gastar inúmeras quantias com cosméticos e outros itens que variam desde casas, à simples peças de roupa. Para o bem ou para o mal, o modelo de microtransações deu à GTA V diversos títulos e números absurdos, influenciando inúmeras empresas da indústria na sua maneira de fazer videogame.

01 – MINECRAFT

Lançado ainda em 2009, porém em uma versão um tanto inacabada, Minecraft teve sua popularização a partir dos meses seguintes e hoje é um dos maiores sucessos dos games de todos os tempos. Seu criador conseguiu, em poucos meses após esse lançamento apressado, cerca de 2 milhões de reais e, mais recentemente, embolsou mais de 2 bilhões com a compra da marca pela Microsoft.

Mas por qual razão?

Minecraft é tudo em um único pacote. É praticamente uma plataforma em si só, uma dimensão secundária da nossa realidade e serve para dezenas de propósitos. Jogo casual, hard, desafiador, criativo ou fantasioso, tudo, praticamente tudo, você encontra no mundo de Minecraft. Você pode correr sem objetivo concreto por essa dimensão digital, se isolar de todos, fazer sua casa, virar um ermitão, cavar a superfície ou encontrar grandes aglomerados e se envolver em diversas atividades comunitárias.



Além disso, a sua comunidade é sem dúvida a mais ativa em diversas redes sociais mantendo inúmeros recordes pelo Youtube e pela plataforma de streaming Twitch. O sucesso foi tamanho que muitos afirmam que as plataformas de streaming só são grandes da maneira que são hoje em dia por causa da febre Minecraft.

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O jogo também influenciou diversos outros games a incluir mecânicas de construção e sobrevivência e o maior exemplo é Fortnite, o Battle Royale mais jogado da atualidade e um dos jogos de maior sucesso dos últimos anos. Sua popularização também alcançou, assim como o antigo Nintendo Wii, camadas do mercado mais casuais, trazendo ainda mais gente para o mundo dos videogames.

Ou seja, o jogo mudou a maneira de jogar, de interagir, de criar e de consumir games.

00 – DEATH STRANDING (Menção Honrosa)

O criador e diretor deste game é ninguém menos que Hideo Kojima, uma das mentes mais brilhantes da história dos jogos eletrônicos, que firmou o gênero Stealth como conhecemos hoje em dia. É seu primeiro trabalho fora da série que o elevou ao olímpio dos games, Metal Gear Solid. Só por isso, possivelmente Death Stranding mereceria estar nessa lista, fosse para o bem ou para o mal.

Mas afinal é bom ou ruim?

Death Strading não é um jogo divertido.

Muitas análises (reviews) pelo mundo disseram isso e algumas, ainda assim, cravaram notas altíssimas. Como pode um jogo de vídeo game não ser divertido? Essa pergunta já foi feita ao longo da história sobre filmes, livros, música. Ou seja, qualquer arte eventualmente passa por esse questionamento e eu diria até que os games estão atrasados nesse sentido.

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Portanto, se você procura uma resposta simples para essa pergunta é: sim, artes podem não ser divertidas e ainda sim serem ótimas. Muito pelo contrário, muitas são criadas a fim de incomodar, são difíceis e pesadas de se digerir e não por isso menos excelentes. Death Strading, trouxe à superfície essa discussão, que talvez molde de vez a maneira de muitos diretores pensarem suas próximas obras.

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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