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Análise: Disaster Report 4: Summer Memories

Disaster Report 4 um jogo com potencial mas que foi desperdiçado

Desde o primeiro título lançado originalmente para o PlayStation 2, Disaster Report tem o objetivo de colocar o jogador em uma armadilha de concreto e poeira para tornar a vida dele em um verdadeiro inferno. Disaster Report 4: Summer Memories (ou Zettai Zetsumei Toshi 4) retorna das cinzas, de uma forma peculiar e estranha após 9 anos de espera.

Disaster Report 4 teve um desenvolvimento turbulento e problemático. O jogo inicialmente tinha sido mostrado na Tokyo Game Show de 2010, sendo previsto para ser lançado no inverno do mesmo ano para o PlayStation 3, mas foi adiado diversas vezes até verão de 2011, mas no dia 11 março de 2011, Japão sofreu um terremoto de magnitude 9,1 e Disaster Reporter foi cancelado oficialmente pela a Irem, 3 dias depois após esses desastres.

Além do do terremoto, a desenvolvedora teve problemas com o Conselho de Classificação Japonês (CERO) e brigas internas entre as equipes de desenvolvimento e produção do jogo, que fez levar o criador do Disaster Report (Kujou Kazumae) e os principais membros da divisão de desenvolvimento, a abandonarem a Irem. Isso tudo aconteceu no mês seguinte do cancelamento, apos a saída da Irem Kujou Kazumae e Takeshi Nagura fundaram uma nova empresa chamada Granzella, em resposta aos projetos cancelados por causa do terremoto de 2011. Após 3 anos de existência, Granzella comprou os direitos autorais de Disaster Report em 2014 e reiniciou o projeto do Disaster Report 4 para o PlayStation 4 e após 9 anos de problemas e dificuldades o jogo finalmente foi lançado.

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História

O jogo se passa em uma metrópole japonesa no verão de 201X, onde o personagem principal que estava visitando a cidade para tratar de negócios, ou que estava simplesmente indo andar pelo parque da região (o jogo te das múltiplas opções de escolha, do porque o personagem estava visitando a cidade) quando soa o alarme de terremoto de alta magnitude. O local é atingido por um terremoto forte o suficiente para derrubar prédios, criar buracos gigantescos em pistas e inundar vários locais, que dificultará a chegada das equipes de resgate comprometendo assim a sobrevivência das pessoas.

Gameplay e Temática

Infelizmente o jogo não consegue fazer um bom trabalho na hora de retratar os acontecimentos, onde diversas vezes observamos centenas de pessoas se preocupando mais com o trabalho ou com o carro do que apropria sobrevivência. As escolhas te passam uma falsa sensação de controle e muita vezes o jogador é obrigado a seguir aquela escolha, pois sem ela ele não consegue prosseguir na história e até mesmo deixando ele perdido na área com uma falsa sensação de ter outro caminho mesmo só possuindo aquele.A jogabilidade, por sua vez, consegue ser bem datada, possuindo telas de transições em todas as portas e loadings em todos os eventos do jogo.

Os eventos são totalmente independentes um dos outros e espalhados pela área, possuindo nenhum indicativo na interface, fazendo o jogador ficar perambulando pela cidade até ele esbarrar por outros eventos e descobrir o que fazer em seguida. A movimentação é relativamente boa em locais abertos e em locais fechados, a câmera é fixa e a medida que o jogador vai se aproximando dela as câmeras trocam e fazem os controles ficarem meio perdidos no processo (estilo os primeiros jogos de Resident Evil no PS1). Nos momentos onde se controla veículos, a jogabilidade é bem básica mas as partes onde você controla o bote é simplesmente terrível!

 

Em um resumo geral, a jogabilidade lembra muitos os jogos de aventura dos anos 90 onde o jogador fica perambulando pela cidade até o próximo evento acontecer, sendo muitos deles independentes e levando o jogador a ficar perdido no ambiente.

Um exemplo disso temos na primeira hora do jogo, onde você encontra uma pessoa em uma loja de conveniência, presa no banheiro sem papel higiênico. Para passar para a área seguinte, você precisa falar com um funcionário do local, para depois você ajudar ele como caixa da loja, assim conseguir o papel higiênico e levar até a pessoa presa no banheiro – e esperar um terremoto acontecer, para assim liberar um evento para a próxima área. Além de terremotos e tremores frequentes no jogo, às vezes o jogo ativa um terremoto que faz cair um prédio ou faz o chão começar a afundar com o jogador no local, matando o jogador por simplesmente estar no local errado.

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Assim como nos outros jogos da série, a morte parece uma piada. Diversas vezes você vê um grande número de pessoas sofrendo devido aos acontecimentos, mas o personagem e o público em volta simplesmente ignora tudo. Por exemplo: tem um momento que o jogador está perto de uma ponte e ela cai sobre centenas de pessoas, matando todo mundo e espalhando corpos pela rua, mas o personagem principal e as pessoas em volta, só reagem à queda da ponte e não das mortes.

Áudio

O áudio do jogo é bom você consegue ouvir com detalhes, até as menores coisas que estão no local, e saber em que lado esta caindo um prédio ou um objeto com precisão, salvo dos momentos com trilhas sonoras, infelizmente o jogo não possui muitas trilhas sonoras e geralmente elas são cortadas brutalmente quando o jogador sai de perto de onde aconteceu o evento.

Conclusão

Disaster Reporter 4 continua firme em suas raízes e, mesmo sendo um jogo interessante, ele não é particularmente “Bom”. Possui uma jogabilidade datada, uma história bem superficial com vários elementos desnecessários e por muitas vezes sem pé nem cabeça. Uma péssima maneira de apresentar os objetivos para o jogador deixando ele perdido em diversos momentos, além de diversos problemas de desempenho e renderizações. Aos jogadores dos outros títulos do Disaster Reporter, que gostaram do jogo, e jogadores procurando algo diferente vão encontrar algum valor nele. Para os jogadores casuais é altamente recomendado ler esta análise completamente e procurar gameplays do jogo para tomar sua decisão.

Disaster Report 4: Summer Memories estará disponível a partir do dia 7 de abril de 2020 para PlayStation 4, Nintendo Switch e PC via Steam.

Disaster Report 4: Summer Memories um potencial desperdiciado

Visual, ambientação e gráficos - 5.6
Jogabilidade - 5.2
Diversão - 4.9
Áudio e trilha-sonora - 6.3
Realismo - 5.8

5.6

Decepção

Mesmo com uma ambientação bem realista e com novos elementos, Disaster Report 4 consegue decepcionar em diversos aspectos. Tornando ele as vezes chato e até mesmo frustrante para o jogador.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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