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Preview: Trigger Run um FPS competitivo que rodará em qualquer maquina!

Com os ajustes corretos, Trigger Run tem muito futuro

Trigger Run é um jogo de FPS multiplayer desenvolvido pelos brasileiros da 2Axion, e que será lançado gratuitamente para PCs. O jogo que mescla as principais características de jogos multiplayers como: Overwatch, Paladins e Team Fortress 2, traz um pool de personagens interessantes e divertidos, além de modos clássicos como payload e capture the point que os jogadores de FPS amam.

Antes de começar a falar sobre o jogo em si é importante frisar que o preview foi feito baseado no beta fechado que foi disponibilizado pela Ongame no entre os dias 01/04/2020 e 09/04/2020. Além disso, nos foram cedidas duas contas. A primeira com todo conteúdo liberado, além gold e diamantes para comprarmos skins, runas e etc. A segunda uma conta padrão onde nós teríamos que desbloquear todo conteúdo como qualquer jogador comum. Assim, teríamos a real noção de como seria a progressão dentro do jogo.

Modos e Mapas

Durante o período do beta nós tivemos acesso a 2 modos de jogo, Escort e Capture

Escort:

Escort é o clássico modo inventado por Team Fortress 2, onde um time tem que escoltar um carrinho até o objetivo, enquanto o outro time tem que defender e impedir que a carga seja entregue. 

De todos os modos disponíveis no beta, Escort foi o meu preferido. O mapa deste modo, City of Starry Sky, é muito bem construído e bem balanceado. Ele é bem estreito, mas com uma grande variedade de túneis e variáveis verticais que proporcionam diferentes possibilidades de abordar uma team fight, e ao mesmo tempo ficar perto do objetivo principal que é o payload.

Para não dizer que tudo estava perfeito, o que me incomodou um pouco é o fato do mapa ser apenas um ataque contra uma defesa. Ou seja, os times não trocam de lado após o fim do tempo. Portanto, após o fim de uma partida eu fiquei com a sensação de que o jogo tirou a oportunidade de um dos times ter uma  revanche. No entanto, eu particularmente acredito que isso será mudado quando o jogo for lançado.

Capture

O jogo teve algo que eu gostei muito, que é o fato de os jogadores poderem escolher a fila do modo que eles querem jogar. Diferentemente de jogos como Overwatch por exemplo, onde a busca pode resultar em mapa de capture, king of the hill, payload ou híbrido sem que nós possamos escolher.

Por ser um beta fechado haviam poucos jogadores online. Portanto, resolvi perguntar no chat qual fila os jogadores estavam buscando partida. Prontamente fui respondido: “ Estamos no escort, ninguém joga capture…” Pois bem, acabei jogando algumas partidas de capture e entendi o que o jogador quis me falar no chat.    

O modo consiste em dominar o objetivo que fica no mapa, e quem ficar com ele até atingir uma determinada pontuação como em um King of the Hill padrão. Porém, ao invés de ser apenas um ponto de controle, o mapa possuía dois, o que deixou o modo extremamente bagunçado.

Problemas do modo

Entendo que a ideia de um King of the Hill seja forçar a luta entre os times, e fazer com que o vencedor controle o objetivo. Ao colocar dois pontos de controle no mesmo mapa, o modo tem os seguintes problemas.

1 – Os pontos já estão liberados desde o começo do mapa. Portanto, o time que captura o primeiro ponto, seja por diferença de segundos, já tem uma extrema vantagem, pois forçará o outro time a ter que correr atrás e ter que dominar os dois pontos por algum tempo.

2 – Para capturar o ponto, basta que um jogador fique em cima dele. E muitas vezes um dos jogadores vai tentar ser grande herói da partida, e vai passar o jogo todo sozinho correndo atrás do ponto que seu time não controla e vai deixar o seu time na mão perdendo as team fights.

Quando falamos de um jogo multiplayer competitivo, em que provavelmente as pessoas passarão a maior parte do tempo jogando com o famoso “random da net”, o ideal é que o mapa seja construído de uma forma em que todo time vá em busca de um objetivo em comum. Caso contrário, o que vai acontecer vai ser justamente o que o outro jogador falou no chat: “Ninguém joga capture…”

Os personagens de Trigger Run

O Beta de Trigger Run possuiu um pool de 12 personagens divididos em: Tanks, Support, Ataque e Defesa. Todos eles seguem o mesmo padrão, possuem um ataque básico, duas habilidades simples e um ultimate.

Eu senti que alguns personagens são bem mais fortes e úteis que os outros, e que eventualmente sofrerão algum nerf. Na maioria das partidas que eu joguei, o jogador que estava de Vincent foi o MVP da partida, causando mais dano e obtendo a maior quantidade de kills. 

Vincent tem uma skill em que ele atira uma Kunai que deixa o jogador stunado tempo suficiente para que ele consiga descarregar toda sua arma. Portanto, caso você tome o stun você irá morrer 90% das vezes.

Já a Sniper Alice, é capaz de matar qualquer personagem com a vida padrão de 1000 com um tiro na cabeça, ou dois tiros no corpo. Normalmente os snipers de jogos desse tipo demoram um pouco para carregar até atingir o potencial máximo de dano. Porém, Alice tem sempre o dano máximo da arma com o scope ligado, e um bom jogador é capaz de fazer um estrago com ela. (igual eu fiz no gif abaixo #mepeganalive) 

Como estamos no beta, é normal que haja um certo desbalanceamento dos personagens. O importante, é que a desenvolvedora consiga tanto analisar os dados quanto ouvir a comunidade, e fazer os ajustes necessários para deixar o jogo mais balanceado possível.

Por ser ter sido um exímio Demonman no Team Fortress 2, meu personagem preferido é o Loki. Uma mistura de Junkrat (Overwatch) e Gargas (League of Legends), que possui um lança granadas como arma principal. 

Suas skills são:

Energy Cannon que deixa seu personagem imortal durante um período de tempo e faz com que ao final deste tempo irá refletir todo dano recebido em forma de um raio. 

Remote bomb é uma bomba que é arremessada e que pode ser ativada clicando com o botão direito do Mouse.

Seu ultimate é o Bombing, um barril explosivo que é arremessado por Loki e que explode depois de um tempo causando um dano gigantesco aos personagens que estiverem desprotegidos, muito similar ao ultimate da DVA de Overwatch.

Num todo, todos personagens são divertidos de jogar e tem a sua utilidade. Porém, a escolha da composição da sua equipe vai sempre depender da situação, do mapa, e do time adversário.

Customização

Trigger Run permite aos jogadores customizar os seus personagens de diversos modos. Primeiramente temos as *runas* que podem ser usadas para aumentar o seu dano, vida ou até mesmo a velocidade de movimento. O ponto negativo é que as runas vem em lootboxes que devem ser compradas com diamantes e/ou moedas. Portanto, para que você consiga as runas necessárias para você equipar/melhorar os seus personagens, você precisará grindar para conseguir as moedas ou investir dinheiro no jogo para adquirir diamantes.

Além disso, temos as skins que além de mudar o visual dos personagens também podem adicionar modificadores aos seus atributos. Durante o beta, as skins estavam desbloqueáveis apenas por diamantes (dinheiro real). No entanto, existiam skins que poderiam ser obtidas como prêmio por se logar diariamente por 12 e 13 dias.

Até onde consegui jogar, não senti que as modificações nas runas e skins causaram um impacto tão grande. Quando joguei com as skins e runas mais fortes só chamei a atenção da rapaziada, pois todos acharam que eu era um GM. Porém, no fundo eu acredito que em um jogo competitivo onde a diferença de skill entre os jogadores sejam muito pequenas, essas modificações podem ser decisivas.  

Grindando em Trigger Run

Um dos pontos mais importantes nesse beta foi jogar com a conta onde tudo estava bloqueado. Assim, consegui sentir o quanto de grind seria necessário para desbloquear os personagens, o que graças a deus não é muito. 

Com exatamente 2 horas de gameplay eu já tinha conseguido pegar nível 18 e desbloqueado o primeiro dos 4 personagens, pegado 390 de moeda através das missões e recompensas por subir de nível. Diferentemente de outros jogos, Trigger Run tem uma progressão suave e que você quase não percebe por conta das recompensas e das missões e o fato do jogo ser realmente divertido. 

Gráficos e Desempenho

O jogo foi testado em um Notebook Dell G3 15 com as seguintes especificações:

  • Processador:  Intel Core I7- 9750H @ 2.60GHz com 8GB 
  • Placa de vídeo: NVIDIA® GeForce® GTX 1660 Ti Max-Q com 6GB de GDDR6
  • Memória RAM: 8GB (2x4GB), DDR4, 2666MHz

Com a minha configuração eu consegui jogar com 300 a 250 de FPS com tudo no high e em 1920x1080p.  A verdade é que o jogo foi desenvolvido com gráficos super leves e capaz de rodar em todas as máquinas. Mesmo com esse intuito, Trigger Run apresenta gráficos muito bons, onde os efeitos das armas e habilidades são únicos e não tornam o visual de uma batalha poluído. 

No entanto, senti que falta ainda algumas animações por parte dos personagens, mas entendo totalmente se isso for relevado em prol de mais FPS e de deixar o jogo rodando em mais máquinas possíveis.

Conclusão

Trigger Run é um jogo extremamente divertido e leve que vai rodar em qualquer PC. Os modos ainda precisam ser trabalhados com carinho, caso contrário a comunidade vai abraçar alguns e abandonar outros. 

O jogo está no caminho certo por ser gratuito e por rodar em qualquer PC. Mas ainda sim vai precisar de muita atenção dos desenvolvedores e GM com a comunidade, especialmente na parte do balanceamento dos personagens, e na parte competitiva/rankeada que vai deve ser o carro chefe do jogo.


Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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