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Análise: Gears Tactics traz a franquia ao combate tático com o pé direito

Um novo AAA de peso no gênero de combate tático

A série Gears of War é amada por muitas pessoas desde seu lançamento em 2006 no Xbox 360. Me incluo nesse grupo, e me recordo das muitas horas gastadas na adolescência jogando o primeiro jogo da série, que trazia uma jogabilidade única para a época, com seu sistema de cover inovador. Desde então, muitas iterações do jogo surgiram, seguindo sua história e mostrando um pouco da origem de tudo. Gears Tactics é mais um capítulo dessa epopeia, e o primeiro no gênero de combate tático. Quer saber se o título está à altura da série? Confira abaixo na nossa análise.

Após muito tempo de espera, finalmente pude colocar minhas mãos em Gears Tactics na semana passada e jogar sua história de mais ou menos 30 horas por completo. Passei a semana anterior jogando Gears 5, título que não havia tido chance de jogar, mas que queria experimentar antes do lançamento de Gears Tactics. Queria ter mais do gosto de imergir no mundo catastrófico de Gears of War e já ter uma noção do que esperar da Unreal Engine 4 aplicada maravilhosamente pelo time da The Coalition. Aliás, aproveite para ler nossa análise de Gears 5 aqui.

Uma das melhores otimizações já feitas

Bom, comecemos pela própria engine e fazendo algumas pontuações sobre o desenvolvimento do jogo. A primeira coisa que eu costumo fazer antes de iniciar um jogo é um benchmark. No momento possuo uma singela NVIDIA GeForce GTX 1050 Ti, uma das placas de vídeo mais populares do mundo pelo seu preço acessível e capacidade de rodar jogos com qualidade acima do padrão atual dos consoles. De cara, fiquei impressionado não somente pelos resultados proporcionados pela singela placa, mas pela quantidade de detalhes e análises que o jogo dá.

Os desenvolvedores fizeram proveito da Unreal Engine 4 da melhor forma possível. A otimização é simplesmente impressionante. Pude rodar o jogo em grande parte na configuração alta, trocando algumas poucas configurações mais custosas para o médio como sombras e oclusão ambiente. Ainda, optei por habilitar a opção de quantidade mínima de frames por segundo para 60, ferramenta incrível que ajusta a resolução da tela em tempo real para baixo a fim de facilitar o trabalho para placas de vídeo mais fracas. Funcionou maravilhosamente sem grandes perdas visuais.

O Frankenstein Locust

Feitos os devidos ajustes para rodar o jogo satisfatoriamente, vamos ao enredo e história do jogo. Gears Tactics se passa 12 anos antes do primeiro jogo da série e introduz Gabe Diaz, soldado da COG mencionado pela primeira vez em Gears of War 4, e Sid Redburn, citado em Gears 5. Os dois soldados são enviados pelo já muito bem conhecido Presidente Richard Prescott para assassinar o principal cientista Locust, Ukkon, responsável pela criação de monstros geneticamente modificados que vão de Tickers a impressionantes Brumaks. Pararei por aqui a fim de evitar spoilers para eventuais jogadores de primeira viagem que se interessem pela história da franquia e queiram saber mais.

Vale pontuar, entretanto, que a história de Gears Tactics, apesar de começar muito bem e instigar a curiosidade do que virá pela frente, acaba se perdendo durante praticamente o segundo terço do jogo, se tornando inclusive enfadonha em algumas partes. Mais para o final as coisas ficam um pouco mais interessantes com o acréscimo de revelações interessantes relativas à história geral da série, que inclusive fazem menções a outras iterações.

A narrativa de Gears Tactics consiste de três atos, estes que possuem entre seis e oito capítulos cada. Geralmente os jogos da franquia possuem de quatro a seis atos, mas não pense que o título seja pequeno. Além de todas as missões principais da história há missões secundárias obrigatórias em muitos capítulos que servem basicamente para recrutar novos soldados e obter novos equipamentos para a equipe. Ao longo de todo o jogo há basicamente quatro tipos de missões: Controle, Ronda de Coleta, Incursão e Sabotagem. Pela pouca quantidade de tipos de missões existentes o jogo acaba ficando um pouco repetitivo ao longo de todos os capítulos. O que salva é a boa IA, que traz bons combates e desafios, principalmente nas dificuldades maiores.

Crie seu estilo de combate

Através do recrutamento de mais soldados COG e rebeldes ao longo do jogo, é possível de se montar uma equipe de até quatro combatentes com diferentes habilidades que farão parte dessa incursão perigosa em busca do Ukkon. Como um bom jogo de combate tático, Gears Tactics possui cinco tipos de combatentes com diferentes classes e especialidades, a fim de que os jogadores possam criar um estilo próprio de combate. Estas variam de Snipers, que buscam eliminar inimigos à distância cobrindo o caminho para seus soldados de Vanguarda, à Pesos-Pesado, especializados em poder de fogo. O estilo de jogo é totalmente montado de acordo com os desejos do jogador. Quer um combate mais stealth? Invista em Scouts. Quer garantir que todos os seus soldados sobrevivam? Vá de Suporte. Pessoalmente, gosto do bom e velho tiroteio frenético à la Gears of War, então meus times sempre contavam com pelo menos um Peso-Pesado.

Além de suas especialidades, cada classe possui uma árvore de skills que dá a possibilidade de personalizar ainda mais o gameplay. Há quatro caminhos diferentes dentro dessas árvores, que dão perícias passivas e ativas defensivas ou ofensivas de acordo com a sua escolha. À medida que os combates são finalizados, os personagens ganham pontos de experiência que aumentam seus levels e dão pontos que podem ser gastos nessas perícias.

Para fechar a cereja do bolo da personalização há também um sistema de looting e aprimoramento de armas e armaduras. O armamento utilizado pelas diferentes classes não pode ser trocado, infelizmente, mas suas partes sim. Cada missão fornece caixas com itens que podem ser acoplados ao arsenal e dão diferentes bônus, que variam de precisão e dano à perícias passivas. É bastante satisfatório poder trocar todos os detalhes dos personagens e criar estilos próprios de jogo para cada um. Isso faz com que cada jogador possa zerar o mesmo jogo com uma experiência completamente diferente.

Arte de primeira

No que tange aos gráficos e o design de som, Gears Tactics simplesmente aumenta a barra do gênero de combate tático. Como já dito, o jogo utiliza a Unreal Engine 4, um dos principais motores gráficos da atualidade e, meu amigo, que show para os olhos e ouvidos! É impressionante o nível de detalhe em cada combate e, principalmente, cada cutscene em tempo real. É perceptível o carinho dado à cada cena, ambiente e personagem.

Não somente a modelagem é incrivelmente bem feita, mas as animações são dignas de filmes em CGI. Seria completamente possível de se produzir um filme sobre Gears of War completamente renderizado em tempo real utilizando o motor de Gears Tactics. Apesar da jogabilidade de Gears Tactics ser completamente diferente dos outros jogos da série, o selo de excelência Gears of War continua lá. Uma salva de palmas à equipe da The Coalition pelo incrível feito.

Conclusão

Em suma, Gears Tactics é uma excelente adição à série Gears of War e um concorrente de peso no gênero de combate tático. É interessante o que virá pela frente, visto que esta primeira incursão da The Coalition ao gênero foi muito bem sucedida. Há diversos pontos de melhoria sim, como a história que não foi tão bem mesclada com a mecânica do jogo no segundo terço da obra e a pouca variedade das missões. Entretanto, Gears Tactics levanta a barra em outros quesitos, como gráficos e personalização do arsenal e habilidades. Caso você seja um fã do gênero tático, sugiro a assinatura do Xbox Game Pass, que traz diversos jogos da série Gears of War de brinde ainda.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Gears Tactics é excelente introdução da série ao combate tático

Enredo - 8
Gráficos - 9.5
Otimização - 9.5
Gameplay - 8.5
Diversão - 8
Trilha Sonora e Áudio - 8

8.6

Ótimo

Para os fãs do gênero de combate tático, Gears Tactics é obrigatório, mesmo com algumas pequenas falhas.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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