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Análise: Horizon: Zero Dawn no PC é simplesmente lindo

Horizon: Zero Dawn no PC vai exigir uma máquina potente

*** Esta análise de Horizon: Zero Dawn é estritamente técnica, mostrando os diferenciais da versão PC frente a versão PS4. Para análise do jogo em si, confira aqui nosso review completo! Informações da configuração utilizada para análise no final do texto ***

*** A versão do jogo utilizada foi um early-access, sem lançamento de atualizações de desempenho que devem estar presentes na versão final e sem atualizações de drivers específicos para o jogo, o que é comum por parte das fabricantes no lançamento de um grande título ***

Horizon: Zero Dawn foi aclamado pela crítica e pelos jogadores como um dos melhores jogos já feitos para PS4. Eu não seria ousado se falasse que o título fica tranquilamente na lista dos 10 jogos mais incríveis da década. Com todo esse sucesso, seria natural que a Guerilla Games pensasse em proporcionar essa experiência também para PC, afinal Horizon: Zero Dawn é lindo. Imagine só um PC potente rodando o jogo com framerate desbloqueado, melhorias gráficas, suporte a ultra-wide, resolução dinâmica e campo de visão customizável. Parece um sonho, não?

Muita gente ficou bastante animada quando a Guerilla Games anunciou que Horizon: Zero Dawn seria lançado para PC incluindo a DLC The Frozen Wilds. O então exclusivo de PS4 era não somente um espetáculo visual, mas um primor técnico sem igual. Fazer toda aquela natureza viva acontecer no nível de detalhe apresentado pelo jogo não era fácil, e as soluções encontradas pelos desenvolvedores foram engenhosas, para não dizer inovadoras. O mundo de Horizon: Zero Dawn é extremamente rico, e levou o hardware do PS4 ao limite, só que pelo que parece a Guerilla Games não ficou satisfeita em fazer o jogo mais bonito da geração até então, e resolveu portá-lo também para PCs. Pois é, essa hora chegou. Confira abaixo a nossa análise técnica de Horizon: Zero Dawn no PC.

Traduzindo do PS4 para o PC

Bom, antes de começar a falar sobre a questão técnica desse port, vale aqui eu deixar claro que eu sempre fico receoso quando o assunto é port. Todo jogo feito para múltiplas plataformas é desenvolvido de forma a otimizá-lo para diversos tipos de arquitetura de hardware. Agora, quando empresas decidem lançar jogos até então exclusivos para outras plataformas é que o bicho pega. Toda a programação do jogo é desenvolvida para que se tire proveito total de uma única arquitetura. Traduzir isso para outros tipos de placas pode ser um desafio enorme e, na maioria dos casos, o resultado acaba insatisfatório.

Isso aconteceu com jogos como Red Dead Redemption 2, por exemplo, que foi desenvolvido de forma primária para consoles e depois foi portado para o PC. O desempenho do jogo, pelo menos no seu lançamento, era bastante pobre, e a crítica naturalmente caiu em cima do trabalho da Rockstar. Olha que esse tipo de erro não acontece somente quando se trata de um port de console para PC. Não é raro encontrarmos jogos feitos para Nintendo Switch que esbarram nesse tipo de problema. Claro, quando o erro é de um console de mesa para o Nintendo Switch é até perdoável, já que o poderio do portátil da Nintendo é muito menor que um PC. Agora, quando vemos um port de console para computadores insatisfatório, a sensação de frustração é grande, já que todo o poderio do PC é perdido por uma questão técnica de programação.

Alloy roda em 4K 60FPS?

Horizon: Zero Dawn traz diversas melhorias na sua versão de PC com relação à versão original de PS4. A primeira e mais importante delas é a possibilidade de se jogar sem limite de FPS. Por limitações do PS4, o jogo original rodava a 30 FPS, caindo um pouco em momentos de ação intensa. Essas situações eram um tanto quanto raras, e até justificáveis, já que o jogo exige muito. No PC, entretanto, é possível de se jogar em taxas de frames maiores que isso e, acreditem, isso muda completamente a experiência do jogo. Ainda, há suporte a resoluções dinâmicas para manter um FPS mínimo escolhido pelo jogador.

Se antes, com um controle, o jogo já era divertido, imagine com um mouse e teclado e FPS desbloqueado. O arco e flecha da Alloy se torna extremamente preciso, sendo possível de se acertar headshots consecutivos com um pouco de habilidade. A sensibilidade nativa do jogo, inclusive, é ideal para que isso aconteça. Não tive que mexer em qualquer configuração para que pudesse ser mais ágil nos meus tiros. Só isso já faz com que o port ofereça uma experiência sem igual se compararmos com o jogo original no PS4.

Ainda, o port feito pela Guerilla Games oferece a possibilidade de customizar o FOV, que é o campo de visão. Ou seja, podemos afastar ou aproximar a câmera da Alloy, permitindo que mais objetos apareçam na tela de uma só vez. Obviamente, esse tipo de mecânica muda completamente o gameplay do jogo, permitindo batalhas ainda mais intensas, já que se pode avistar inimigos com muito mais facilidade. Se você é um daqueles que gosta de parar e apreciar os visuais do jogo, o FOV customizável cai como uma mão na roda, permitindo que você simplesmente admire o lindo horizonte de Horizon: Zero Dawn.

Mais natureza e beleza no campo de visão

Um grande diferencial de Horizon: Zero Dawn na sua versão de PC é o fato de que mais objetos são carregados na tela de uma vez, além de apareceram com uma distância maior. Novamente, esse é o tipo de melhoria esperada na versão do jogo de PC, já que depende de GPU’s, CPU’s e HD’s mais rápidos do que os disponíveis no PS4. Realmente, é impressionante de se ver a grama se estendendo pelo campo de visão, além de folhas caindo, árvores, partículas e animais. Agora, não fica claro se isso é somente um bug presente na build que nos foi enviada, mas em diversos momentos era possível de se ver objetos aparecendo e sumindo constantemente no horizonte, e às vezes até próximo de Alloy. Não ficou claro o que pode estar acontecendo durante a renderização do jogo, mas é algo que acontece com frequência. Isso compromete a imersão no jogo em diversas situações.

Um dos pontos que mais me animou quando o port de Horizon: Zero Dawn foi anunciado foi a melhoria no sistema de reflexão. O jogo possui muitos rios e texturas reflexivas que já eram bonitas no PS4, então imaginei que seriam sensacionais na versão de PC. Contudo, o que pude notar foi somente que as reflexões funcionam um pouco melhor em comparação com a versão de console. A oclusão ambiente é sim mais precisa, e junto com as reflexões do jogo, geram um efeito bem bonito, mas não é nada que salte tanto os olhos assim. Inclusive, para que se possa perceber esse tipo de melhoria é necessário pausar tudo que se está fazendo e prestar muita atenção na imagem.

Nem tudo são flores

Depois da analise das melhorias de Horizon: Zero Dawn em sua versão para PC, é importante deixar claro que o jogo tem muitas questões técnicas para consertar. Assim que comecei a jogar, já vi que o buraco seria mais embaixo com esse port. Para contextualizar, eu estou jogando o port de Death Stranding no PC, que é provavelmente um dos melhores já feitos e inclui tecnologias como DLSS 2.0. Para se ter noção, o jogo roda a 1440P 60FPS sem problemas no Ultra na minha RTX 2060. Não são todos os jogos que conseguem realizar esse nível de otimização e eu bato palma para o que a Kojima Productions conseguiu fazer.

Pelo fato de que Horizon: Zero Dawn e Death Stranding utilizam a Decima Engine, achei que o nível do port seria mais ou menos parecido, visto que a re-programação em tese seria similar. Eu estava muito errado. Comecei a história do jogo no preset “Priorizar Desempenho”, que coloca todas as opções gráficas no mínimo, removendo principalmente efeitos de sombra, oclusão ambiente, draw-distance e anti-aliasing. A perda gráfica é notável principalmente porque tudo fica mais chapado com uma iluminação mais básica.

E aí vêm os problemas técnicos

Agora, o que eu não esperava era que eu alcançaria somente de 47 à 52 FPS nesse modo dependendo do local no mapa. É uma surpresa que uma RTX 2060 não consiga alcançar ao menos 60FPS a 1440p no menor nível gráfico do jogo. Após esse resultado, fui testando diferentes resoluções e presets para entender o que estava acontecendo e percebi uma falha. Conforme vocês podem perceber no benchmark que fizemos a 1440P, o clock da CPU no jogo é extremamente instável. Por algum motivo o meu processador I7 9750H ia de 4GHz para 1.5 GHz, depois descia para 800MHz e voltava. O uso da CPU está extremamente instável. Ao que parece, o mesmo não acontece com a GPU, que é estressada ao máximo pelo jogo independente da situação. Espero que esse problema seja corrigido no patch de lançamento, mas é um tanto quanto estranho que isso esteja acontecendo em uma build tão próxima da versão final do jogo.

Uma outra questão que atrapalha bastante é o fato de que certas texturas ao longo do cenário ficam trocando de resolução constantemente. O mais impressionante é que isso aconteceu principalmente no modo Ultra mesmo com espaço de memória na GPU o suficiente para suportar o estresse. Aliás, vale lembrar que mesmo a 1080p com as texturas no Low o jogo utiliza aproximadamente 5GB de memória da placa de vídeo. Se a sua placa de vídeo não possui ao menos 5GB de espaço para texturas, recomendo que você veja diversos benchmarks na internet de Horizon: Zero Dawn rodando na sua GPU para evitar surpresas.

Conclusão

Horizon: Zero Dawn é simplesmente lindo no PC. Todas as melhorias gráficas feitas pela Guerilla Games são muito bem vindas e acrescentam muito na experiência visual do jogo, que já era impressionante no PS4. Entretanto, os problemas técnicos de utilização da memória de textura da GPU de forma excessiva e a instabilidade na CPU atrapalham na experiência do jogo, que poderia ser simplesmente sensacional. Se você possui um computador poderoso, com uma RTX 2060 ou superior, vá fundo e explore o mundo incrível da Horizon: Zero Dawn no PC como concluímos nesta análise. Caso contrário, pesquise bastante sobre a performance do jogo na sua GPU para evitar surpresas.

CONFIGURAÇÃO UTILIZADA

Notebook Lenovo Y540
Processador: Intel Core i7-9750H
RAM: 16GB 2666MHz
Armazenamento: NVME ADATA 1TB
Placa de Vídeo: RTX 2060
Monitor: ASUS ROG 1440P 144hz 1ms

 

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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