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Análise: Ageless – e se você tivesse tal poder?

O jogo te coloca na pele de Kiara, uma jovem que procura o sentido de sua vida.

Ageless é o mais novo jogo de plataforma da Team17 e vem com uma proposta bem interessante: Você deve interferir a idade e tempo de plantas e seres para conseguir passar por seus desafios. O gênero ainda é considerado um dos melhores, principalmente pelos veteranos, uma ótima saída para estúdios indie como a One More Dream Studios, responsável por Ageless.

Em busca de um propósito

Ageless conta a história de Kiara, a jovem está em busca de seu propósito no mundo e decide viajar até um santuário para entender seu objetivo neste plano. Lá, Kiara recebe um poder, um presente, que é a capacidade de influenciar na idade e tempo de plantas, animais e seres.

Logo no início de sua caminhada, ela conhece Vi, que tem uma irmã mais nova que está doente. Kiara logo decide usar seu dom recém descoberto na pobre criança, mas é informada de que ela está doente desde o nascimento e que, usando seus poderes, ela estaria apenas revertendo a idade da garota, não a doença. Nossa protagonista então decide seguir sua jornada em busca de uma solução para curar a irmã de Vi.

Gráficos e Jogabilidade de Ageless

A arte de Ageless lembra muito o pixel-art de Celeste, com cores mais sutis e baixa resolução (onde o personagem nem tem rosto por falta de detalhes). Isso traz um estilo muito interessante para o jogo e a leveza necessária para um titulo de plataforma que, a primeiro momento, parece necessitar de ações rápidas e precisas. Cada um dos cenários é bem detalhados e com elementos distintos, porém não posso dizer o mesmo dos seres que você irá interferir. A gama de plantas e animais é bem limitada e mais para o final da aventura você pode sentir falta de algo mais desconhecido nesse sentido. A trilha sonora, por sua vez, é bem agradável e irá dar um bom tom ao jogo por todo o tempo.

O jogo possui 15 fases distribuídas em 5 ambientes distintos: Pandora, Remnant, Vestige, Spectre e Exodus. O objetivo de cada área é coletar três borboletas verdes para abrir uma porta e seguir pelo caminho. Para conseguir pegar todas as borboletas e passar por alguns puzzles/desafios você deve usar seu arco e flecha – o gatilho direito do controle torna o alvo mais velho e o esquerdo torna o alvo mais jovem.

As plantas podem mudar de pequenas mudas (que você pula em cima) para arbustos espinhosos que vão disparar seus espinhos em você e, em sua terceira forma, um pequeno Ent (toco de árvore vivo) que vai conjurar outro toco do chão a cada poucos segundos para catapultá-lo para o ar. Você pode montar um golfinho em cachoeiras, envelhecê-lo ainda mais para ser impulsionado por sua respiração ou torná-lo uma criatura menor em uma bolha e usar a bolha para recuperar o ar debaixo d’água.

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Essas são só alguns exemplos e descobrir como cada um funciona é o que torna o jogo divertido então não irei me estender nesse ponto.

Você também tem a capacidade de se tornar “Ageless”, o que interrompe o tempo por alguns momentos (parecido com quando você puxa o arco). Nesse modo, você poderá enxergar e coletar as letras “A”, espalhadas pelos cenários como um objetivo bônus. Tocar em qualquer coisa que você normalmente poderia envelhecer e diminuir irá congelá-lo no lugar por um momento e permitir que você se lance em em qualquer direção, ao mesmo tempo que lança o que você tocou na direção oposta, quando for possível.

Execução e escolhas feitas em Ageless

A ideia de Ageless é muito boa e funciona em boa parte de sua execução, porém, comandos simples e mudanças nas escolhas de jogabilidade feitas pela One More Dream Studios me pegaram pensando no que Ageless realmente poderia ter se tornado.

Um dos problemas mais recorrentes é que quando você usa seu arco, o tempo fica em câmera lenta para você poder acertar seu alvo e se o jogador apertou o botão com Kiara ainda em movimento, ela continuará se locomovendo em câmera lenta e poderá cair em um buraco ou ser atingida por algo. Como a mira do jogo não tem uma assistência nem é tão precisa para alvos, as vezes, pequenos, você poderá se frustrar em alguns momentos quando isso der errado. Isso faz com que o jogo perca velocidade, porque, para se proteger você deverá sempre parar antes de atirar, tirando o ritmo e deixando o jogo nada dinâmico.

Essa crítica pode ser pelo fato de eu gostar de jogos rápidos e não paro de imaginar que Ageless poderia se tornar algo muito interessante se com apenas um botão você pudesse envelhecer ou rejuvenescer as coisas enquanto pula pelos desafios. Pode ser só a ideia na mente de um jogador hardcore, mas se você se identifica vai me entender.

No aguardo por Ageless 2 ou algo do gênero

Se tem uma coisa que Ageless conseguiu deixar marcado, foi a vontade de ver uma versão mais evoluída do jogo. Não me entendam mal, temos aqui um bom jogo da One More Dream Studios, publicado pela Team17, que irá entregar várias horas de desafios, frustrações e conquistas. Porém, fica uma sensação clara que o jogo poderia ter sido algo ainda mais grandioso se algumas mecânicas fossem melhoradas ou experimentadas. A ideia de não deixar o desafio somente nas plataformas mas também embaixo d’água (Sonic feelings) mostra que a desenvolvedora tem uma boa bagagem de exemplos e ótimas ideias. Talvez deixar o jogo um pouco mais rápido e dinâmico pudesse ter levado Ageless à título de um jogo realmente “que não envelhecerá”.

Ageless tem gráficos agradáveis, com artes parecidas com Celeste, e uma ótima mecânica. Porém, o jogo acaba parecendo um pouco desajeitado quanto a mira e câmera lenta. Mesmo assim, é muito bem indicado para amantes do gênero de plataforma com quebra-cabeças e para quem curte jogos que fazem você filosofar sobre a vida enquanto joga.

Ageless já está disponível para Switch (via Eshop) e PC (Steam – Demo disponível).

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

 

Ageless

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 7

7.1

Bom

Ageless tem gráficos agradáveis, com artes parecidas com Celeste, e uma ótima mecânica. Porém, o jogo acaba parecendo um pouco desajeitado quanto a mira e câmera lenta. Mesmo assim, é muito bem indicado para amantes do gênero de plataforma com quebra-cabeças e para quem curte jogos que fazem você filosofar sobre a vida enquanto joga.

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Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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