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Análise: Crysis Remastered, lindão e pesadão

Obrigado Crytek por me fazer relembrar que delícia é jogar e viver a história de Crysis com Crysis Remastered

Esta análise só foi possível graças a uma cópia digital de Crysis Remastered gentilmente cedida pela Crytek, versão de PC via Epic Store. Esta análise é estritamente técnica, não entrando nos detalhes do modo história e modos de jogo. As versões do jogo jogadas durante a análise foram a 1.0.1 e 1.1.0.

2007, lançamento de Crysis. Que saudades. Eu tinha um PC bem de entrada, mas que rodava meus poucos jogos originais como Need for Speed Underground 2, Need for Speed Most Wanted (o melhor de todos os tempos), The Sims e GunZ The Duel. Sim, eu era feliz com apenas isso. Mas ai saíram trailers do jogo mais épico até então, com gráficos e física que nunca tinham sido vistos em consoles ou em jogos exclusivos de PC.

Como meu PC vivia dando problema e na época eu já tinha juntado uma pequena graninha fazendo uns trabalhinhos aqui e ali na adolescência, tive certeza que era hora de evoluir minha máquina para tentar rodar Crysis, nem que fosse no médio. Um Athlon 64 X2 6400+ e uma XFX NVIDIA GeForce 9800GT 512MB DDR3. Com isso, na época, eu conseguia um desempenho bem razoável, tendo perdido a conta de quantas vezes eu zerei o Crysis e o Crysis Warhead. Algo no jogo me viciava a jogar e rejogar a campanha, algo que raramente faço em jogos.

Tirando a nostalgia e minha história pessoal que ninguém se importa, 13 anos depois, temos Crysis Remastered. 13 anos se passaram, vários jogos tiveram que evoluir graças ao Crysis e ele está de volta. O meme dos anos 2010 voltou, inclusive aceitou ser um meme quando colocou a opção gráfica mais avançada como “Can it run Crysis?” (Roda Crysis?). Sim jovem, durante anos e anos um PC gamer era avaliado de acordo com a máxima, “roda Crysis?”.

Assim que anunciado, o esperado eram melhorias gráficas, como qualquer remake, e de quebra alguma coisa super fora do comum, como foi o jogo na época. Parece que Crysis foi remasterizado para ser o que foi em 2007, um DEVORADOR de PCs!

PRINCIPAIS MUDANÇAS GRÁFICAS

São algumas as mudanças e implementações feitas em Crysis Remastered em comparação com o Crysis de 2007. Dentre elas temos novas texturas, resolução até 8K, nova iluminação global com o popular ray tracing e nova profundidade de campo. Aqui iremos falar das que mais saltam aos olhos.

ILUMINAÇÃO

É impressionante como a iluminação dos jogos foi evoluindo ao longo do tempo. Sem colocar lado a lado com um título antigo, você acaba nem se ligando o quanto é importante um jogo feito com boa iluminação. E graças a SVOGI (Sparse Voxel Octree Global Illumination), da CryEngine, faz um trabalho fenomenal nesse título. É através da SVOGI que é possível a implementação de uma técnica específica de ray tracing, que somada a nova iluminação dinâmica e oclusão ambiente, são as estrelas de Crysis Remastered. 

O comportamento da luz natural em toda a ilha é incrível. Em todo canto que você possa explorar, e olha que Crysis foi revolucionário colocando um “mundo quase aberto” para cada missão, o realismo estará presente. Há também ray tracing a nível de hardware, logo temos neste título instrução via hardware e software. O resultado você imagina qual seja. Isso é outro aspecto incrível, pois quem não possui hardware compatível com ray tracing, poderá se deleitar com a técnica via software da engine.

TEXTURAS

Provavelmente você se chocou com trailers e fotos de divulgação da versão remaster em 8K. Sim, temos 8K, com texturas em 8K para a versão de PC. Os detalhes da sua Nanosuit são impressionantes, mesmo que você jogue em 1080p. Toda a vegetação das florestas densas de Crysis e as magníficas praias paradisíacas também são positivamente afetadas pelas novas texturas.

Texturas em 8K não são feitas apenas para o 1% da população que consegue jogar em 8K. O jogo possuir texturas com este nível de detalhamento proporciona uma experiência melhor para todas as resoluções. O seu 1080p ou 720p também ganha com a adição de texturas em resoluções absurdas como a 8K.

PROBLEMAS E DECISÕES ERRADAS

As coisas legais e fantásticas do Crysis Remastered param nos parágrafos acima. Alguns comportamentos da programação do jogo, polimento e qualidades dos presets mais modestos estragam a experiência.

Optando por jogar no low ou medium (o que provavelmente farás caso queira mais quadros por segundo) estará de certa forma jogando Crysis 2007 no máximo, ou seu remaster de PS3/Xbox 360. Para se ter ideia a opção de ray tracing nem fica disponível nos presets low e medium.

Para fazer live em 1080p60, por exemplo, tive diversos problemas. O primeiro e mais bizarro, ao utilizar modo janela ou fullscreen, a live refletia um jogo travadíssimo, quadro à quadro. Só era possível jogar e streamar no modo borderless. O mesmo se aplica a gravar o jogo.

Stremando, com o New Nvenc da série RTX que tira pouquíssimo desempenho da máquina no geral, preferi jogar no preset mínimo devido ao desempenho. Jogando sozinho é até possível jogar no high, tirando proveito da beleza do jogo e do ray tracing, mas a partir daí começam a complicar as coisas.

A configuração do PC usado na análise se encontra no final deste artigo.

Falando de very high e ‘can it run Crysis?’ o negócio começa a ficar impraticável. Dei uma boa pesquisada em outros sites e, mesmo aqueles que possuíam máquinas bem mais parrudas, sofreram com altos presets de ray tracing. O frametime passa a ficar alto e muito inconsistente, não sendo uma experiência agradável jogar desta forma.

Para a configuração usada nesta análise (que conta com uma RTX 2060 SUPER) a diferença dos presets medium e high é enorme. Enquanto em high os 60 fps raramente ficam cravados, em medium passa dos 100. Muito provavelmente além das texturas melhores e todo o resto, no medium o Ray Tracing não é ligado, o que deve impactar positivamente o desempenho de placas mais intermediárias. 

CONCLUSÃO

Trazer o Crysis de 2007 ao presente com Crysis Remastered foi acertadíssimo. Um publico que nunca ouviu falar deste divisor de águas, terá acesso a uma versão atualizada, com Ray Tracing e texturas em ridículos 8K. A história poderá ser contada aos mais novos de forma mais fácil. Porém, a história se repete para eles. 

Da mesma forma que em 2007 bons PCs sofriam para alcançar os 60 quadros por segundo, os PCs de 2020 sofrem para sequer jogar em high nos 60 quadros por segundo. O polimento não foi bom o suficiente, visto que Death Stranding entrega gráficos lindíssimos, melhores que o de consoles de onde ele veio, com um desempenho fabuloso em placas intermediárias. Parte disso pode acontecer devido ao estilo de consumo de CPU antigo que Crysis Remastered faz, focando em apenas perfomance de um núcleo de seu processador, não fazendo diferença você usar um Intel Core i9 ou um AMD Ryzen 9.

Fico dividido entre a nostalgia, melhorias visuais para algo que já era incrível mesmo com idade avançada, e o desempenho que deixa muito a desejar. Torço para que patches futuro consertem o desempenho e tragam o tão esperado DLSS 2.0. Esta tecnologia pode mudar completamente a experiência de quem joga com placas da NVIDIA. 

Meu conselho de fã da série Crysis? Espere um pouquinho as atualizações polirem mais o jogo antes de comprá-lo. Caso possua alguma placa da série RTX espere pelo DLSS 2.0, este poderá ser um divisor de águas em termos de desempenho para estas placas. No mais, obrigado Crytek por me fazer relembrar que delícia é jogar e viver a história de Crysis!

CONFIGURAÇÃO UTILIZADA

Processador: Intel Core i9-9900K
Cooler CPU: Corsair H110i
Placa Mãe: Gigabyte Z390 M-Gaming
RAM: 2x8GB Patriot Viper Steel 3866MHz
Armazenamento: NVME Crucial 500P 500GB
Placa de Vídeo: Gainward RTX 2060 SUPER GS
Gabinete: NZXT H700
Fonte: R1000MX

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Lindão e pesadão

Visual, ambientação e gráficos - 9.5
Jogabilidade - 9
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8
Polimento e Desempenho - 5

8.1

Ótimo

Fico dividido entre a nostalgia, melhorias visuais para algo que já era incrível mesmo com idade avançada, e o desempenho que deixa muito a desejar. Torço para que patches futuro consertem o desempenho e tragam o tão esperado DLSS 2.0. Esta tecnologia pode mudar completamente a experiência de quem joga com placas da NVIDIA. 

User Rating: 4.5 ( 1 votes)

Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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