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Preview: Nioh, só um Dark Souls com ambientação nipônica?

Na terça-feira da semana passada, a Team Ninja liberou mais uma demo do jogo Nioh, uma espécie de rpg-ação ambientado no Japão feudal com muitas nuâncias sobrenaturais e bastante brutalidade. O jogo segue a história de um Samurai Inglês (tentativa de agradar muitos públicos? Talvez) durante o período Sengoku (Guerra Civil) por volta de 1600.

No início da Demo, somos introduzidos às mecânicas de combate do jogo com um tutorial (que deixa um tanto a desejar). Já podemos ver logo cedo que se assemelham em muito à mecânica da série Souls. Ataque, defesa, dash etc. Outras similaridades são a opção de chamar um aliado para jogar consigo; coletar almas (Amritas), recuperá-las quando morrer (ou perder para sempre); e as “lanternas” para ‘level up’. Porém, alguns detalhes tornam o jogo mais interessante, difícil e até mesmo brutal.

A exemplo, temos a exaustão que, ao se esgotar e ser atingido, fará com que o personagem fique desnorteado, completamente aberto a um ataque visceral, o que às vezes é realmente frustrante. Entretanto, o mesmo acontece com os inimigos e, com isso, podemos executar um ataque de finalização, mas que deixa um gostinho de quero mais por não causar dano realmente comparável à animação do golpe. Para compensar, existe um comando que acelera a recuperação da stamina ao fim de cada combo e tudo isso torna a jogabilidade difícil, mas não problemática e ao mesmo tempo mais interessante por inserir um novo elemento à mecânica já tão conhecida.

As três diferentes posturas de combate – alta, média e baixa, adicionam mais variedade e dinamismo, principalmente com habilidades e golpes específicos de cada postura. Possibilitando enfretarmos melhor determinados inimigos, sairmos de situações complicadas e acelerarmos outras. Isso tudo além dos items, skills, níveis etc. Já comuns ao gênero.

Não sei se é coisa da Demo ou se o jogo em si será dessa maneira, bem parecida com Bloodborne também, mas ao iniciarmos a jornada, pouco é dito para o jogador, que se aventura a matar samurais e criaturas das sombras sem muita explicação do que está acontecendo. Apenas vemos pitadas de algo maior por trás conforme prosseguimos adiante. Por outro lado, a ambientação no Japão feudal é simplesmente muito bonita e tem uma mitologia por trás muito interessante que, se explorada de forma correta, pode trazer um bom conteúdo para a história do jogo.

Nioh tem potencial, mas ainda falta muito para chegar lá. Se o jogo final for algo parecido com o que temos na demo, poderemos presenciar um fracasso dos grandes. Digo isso pois, apesar das melhoras desde o último demo, o jogo ainda está desbalanceado para o seu propósito e ainda falta algumas coisas a serem corrigidas. Dois inimigos pra cima é morte quase certa; os adversários percorrem quase todo o cenário atrás de você sem cansarem; o movimento do personagem é esquisito e frustrante em alguns momentos, principalmente quando usamos ‘dash’; a mira do arco é bem estranha de se acostumar, acho que propositalmente, implementando aqui uma dificuldade desnecessária; e os gráficos estão abaixo do que já vimos para exclusivos de PS4, principalmente em jogos mais lineares como esse.

As bases de Nioh, que são claramente influenciadas pela série Souls, estão bem consolidadas e existe aqui uma boa promessa para seguir adiante e elevar o gênero a um novo patamar, mas é válido lembrar que o mundo já viu diversas experiências Souls, então é quase uma obrigação da Team Ninja fazer algo melhor e mais interessante e não apenas um outro título. Se a ideia é melhorar até o lançamento final, então sim, a desenvolvedora tem tudo para fazer um grande jogo.

Mas afinal, Nioh, é só um Dark Souls com ambientação nipônica? Ao que tudo parece, não é somente isso. A ambientação não está largada lá de qualquer jeito e o uso da mitologia da época e da cultura dos samurais está sendo, até então, bem explorados pelo jogo. Como disse antes também, basta que a desenvolvedora siga nessa direção para que o game seja autêntico, mesmo que se aproveitando de fórmulas típicas da série Souls.

Nioh está previsto para lançamento ainda em 2016.

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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