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Análise: Gears of War 4 é um início empolgante para um novo arco

Gears of War, na minha opinião, é simplesmente a melhor franquia da Microsoft e ela chegou nesse patamar de grandiosidade pela Epic Games. Agora, a série troca de mãos e vai para a recém fundada Coalition Studios, que tem a missão de agradar velhos fãs e atrair novatos nesse novo arco da história.

História

Muitos anos se passaram desde a guerra contra os Locusts em Gears of War 3. A humanidade segue seu novo rumo de paz e reorganização da sociedade. Os heróis da guerra estão todos vivos, porém mais velhos, e cabe a seus filhos dar seguimento aos seus legados.

Obviamente, algo não está muito certo no meio dessa sociedade perfeita e cabe a JD Fenix, filho de Marcus Fenix, e seus amigos Kait Diaz e Delmont “Del” Walker irem a fundo nessa investigação. Após desertarem da COG, tanto JD quanto Del se unem a Kait e se tornam forasteiros vivendo longe da sociedade.

Inicialmente, sua motivação é bem simples, invadir uma base da atual COG para capturar um forjador e ajudar sua vila. Porém, com o decorrer do jogo eles encontram problemas políticos e velhos conhecidos, como os Locusts que ainda estão presentes no mundo…

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Novos e velhos personagens

Com o passar das décadas, o “novo subsistiu o velho” e aqui bato palmas para os novos personagens. Diferente da trilogia inicial, o novo bando formado por JD, Del e Kait são adultos jóvens. Cada um tem sua história e envolvimento com os outros personagens, porém, eles em momento algum perdem os aspectos típicos de sua idade. Como exemplo, em certo momento, antes de entrar numa caverna assustadora, eles (JD e Del) jogam pedra-papel-tesoura para ver quem entraria primeiro. Esses respiros são muito importantes para construir a amizade dentre os três e para acalmar o coração do jogador a cada onda de ação desenfreada.

Porém, o destaque não fica somente com o novo trio. Marcus Fenix também aparece muito durante o jogo e está mais ranzinza do que nunca. Chamo atenção para o início conturbado que ele tem com seu filho e, com os acontecimentos do jogo, eles estreitam seus laços e é visível a mudança de postura de ambos.

Um outro personagem que é extremamente carismático é o tio de Kait. Eu poderia classificá-lo como o tiozão da família que faz piada de “é pavê ou pacumê”. Não preciso dizer mais nada sobre ele, certo? E ainda focando na família de Kait, temos que citar sua mãe Reyna que é uma forte guerreira e líder de sua vila. Ela é a personagem forte que não deixa ninguém mandar nela.

E essa combinação de momentos, personalidades, inimigos traz uma vida incrível ao jogo. Não só isso, todas as situações pelas quais as personagens passam e suas atuações são incríveis e convincentes. Isso tudo traz o mundo à vida!

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Feminismo presente

É incontestável que existe hoje em dia uma luta muito grande por direitos iguais e dentre eles temos o feminismo. Foi uma ótima sacada a Coalition explorar este tema em Gears of War 4.

Evitarei spoilers, mas duas situações em específico me chamaram a atenção. A primeira é quando a Kait tem que entrar em uma maternidade e ela questiona a necessidade de ela ser forçada a atender esteriótipos da sociedade de ter que ter um filho. Ela simplesmente não se sentia confortável com essa pressão.

E aparentemente o feminismo está presente no sangue da família, pois sua mãe em outra cena (quando o pau está comendo) deixa bem claro que não necessita da ajuda de nenhum homem para exercer sua função de líder e de defender sua aldeia.

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Ambientação à la Alien

Gears of War é um jogo linear, sabemos disso, mas em Gears of War 4 a Coalition trabalhou para que tivéssemos muitos “momentos de cinema” e deixou a experiência ainda mais agradável se fugir ao espírito do jogo. Já deixei claro acima como a atuação dos personagens é boa. Agora, junte esta atuação a cenários incríveis, a um mundo que sofre com problemas naturais e a hordas de Locusts. O resultado é magnifico e ele te enche de momentos marcantes.

Não sei se foi a intenção ou não, mas a Coalition trouxe Gears of War 4 mais perto de um aspecto de terror e cenários mais “úmidos” onde, diversas vezes, me senti assistindo um filme de Alien. Locais apertados com uma ótima caracterização obrigado o jogador a ter cuidado onde e quando atirar e como andar para não atrair ainda mais Locusts.

E saindo desses cenários mais apertados, temos diversos ambientes muito bem construídos e com diversos detalhes na tela. É muito legal ficar explorando e simplesmente admirando as cidades e mega construções. Campos, florestas, jardins, usina elétrica e muito mais. Só que no meio dessa beleza existe um problema natural que a Terra está passando por, e diversas vezes você será atacado por uma tempestade de ventos e raios que é magnifica e destrutiva ao mesmo tempo.

E só pedirei sua atenção para uma cena específica. A fuga das minas é simplesmente o melhor e mais espetacular momento do jogo. Fiquei boquiaberto com ele. Quando você chegar lá, saberá.

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Gameplay sólido com ‘tower defense’

Desde os primórdios o gameplay de Gears of War é o mesmo e devo dizer que ele se mantem em Gears of War 4. Porém, existem algumas pequenas novidades e armas que deixam ele mais estratégico e interessante.

A primeira foi o modo “Tower Defense” (modo Horda 3.0) na campanha principal. Na realidade eles aplicaram o modo horda que apareceu em Gears of War Judgment em alguns momentos durante o a narrativa do jogo. Nele você ficará restrito a uma base e deverá forjar itens de defesas como metralhadoras automáticas, um tipo de grade, um decoy para atrair os inimigos, qualquer arma a sua disposição e muito mais.

Dois detalhes que pude notar é a possibilidade de trocar sua arma com um amigo. Ou seja, você pode ter uma metralhadora e uma escopeta por exemplo, enquanto um de seus amigos tem uma sniper. Caso você queira trocar uma das suas armas por essa sniper, você pode fazê-lo “on the fly” e traçar uma nova estratégia. O outro detalhe é o uso do cenário (e o não uso de minas) durante a tempestade de areia. Algumas partes do ambiente poderão ser alvejadas e você verá dejetos enormes “comendo” todo o cenário e os inimigos no caminho. E caso você queira lançar uma granada, digamos que ela será levada pelo vento e ela vai parar em um lugar que você não planejava inicialmente.

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Co-op, cross play e online

Uma das marcas registradas de Gears of War é o co-op de sua campanha. Em Gears of War 4 temos isso expandido, pois além do cooperativo offline, temos cooperativo online. E não é só isso não, você tem Cross-play com o PC. Ou seja, além de poder jogar os modos online, você poderá jogar a campanha também, uma possibilidade louvável por parte da Coalition que funciona perfeitamente bem (nós testamos por algumas horas sem nenhum problema).

Quanto aos modos online, temos o retorno (como já mencionado anteriormente) do modo horda onde até 6 pessoas se unem para deter diversas ondas de ataques inimigos. A loucura deste modo é que são 50 rounds e cada um tem sua classe distinta. Essas classes irão influenciar e dar a cada jogador um poder especial que será usado ao longo do resto da partida. Um exemplo é o engenheiro que pode consertar os equipamentos danificados. Então junte seus amigos e gaste um belo tempo neste modo que pode demorar até 2 horas.

E temos também o clássico modo de multiplayer PVP que conta com diversos modos e um é mais divertido do que o outro. O primeiro modo é o “Queimada”. Nele jogamos uma partida PVP normal tendo dois times de 5 pessoas onde cada um escolhe seu armamento de saída. Caso alguém seja morto, você terá que esperar uma pessoa do seu time matar alguém para você poder entrar (que nem numa partida de queimada).

O outro modo (e meu preferido) é o corrida de armas. Nele cada time iniciará com a mesma arma e a cada X segundos todas as armas do time serão trocadas. Isso acontecerá num total de 13 vezes até encerrar a partida. Aqui vale muito a organização e estratégia, pois em certo momento você estará com uma escopeta e no segundo seguinte com uma sniper.

Por fim, existe um modo em que cada time tem que capturar três pontos de controle específicos e mantê-los sob domínio o máximo de tempo possível. Porém, ele vem cheio de nuâncias. A primeira é que a cada partida o tempo de respawn muda, ou seja, se morrer cedo poderá ficar mais de 10 segundos esperando sua volta. Caso os 3 pontos sejam dominados simultaneamente por alguns poucos segundos, aquele time levará a partida. Também é possível ganhar a partida quem fizer 210 pontos primeiro. Isso leva a MUITAS reviravoltas durante a partida e deixa seu final sempre em aberto. Isso tudo acontece em uma melhor de 7 vitórias, ou seja, pode ter de 7 a 13 rounds até o vencedor ser decretado.

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Conclusão

Como puderam ver, me empolguei diversas vezes durante esta análise e esse é o sentimento que tive ao jogar Gears of War 4. A Coalition está de parabéns, pois pegou tudo o que era Gears of War e o transformou em algo maior e melhor. A performance dos personagens é ótima aliada a uma boa história e momentos únicos que o jogo lhe proporciona. E claro que temos que destacar seu PVP com seus diversos e divertidos modos juntamente com a Horda 3.0, na qual somente os fortes chegarão ao final.

Certamente Gears of War 4 agradará muito os fãs da franquia e irá trazer novos jogadores que desconheçam a série.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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