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Análise: Battlefield 1 resgata a essência da franquia e surpreende

A EA tomou uma decisão ousada com a mudança de época de Battlefield 1. Enquanto Battlefield 4 se passa nos dias atuais e seus concorrentes estão cada vez mais além dos dias de hoje, Battlefield 1 não só se inspirou em seu primeiro jogo (Battlefield 1942) como foi além e regressou até a primeira guerra mundial. Será que esse jogo mais cadenciado e lento, porém, mais visceral vai agradar os fãs?

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Guerra de trincheiras

Logo que você liga seu console para jogar Battlefield 1, ele te mostra que não veio para brincar. Ao invés de você entrar no usual menu e escolher as opções, você é jogado diretamente na guerra. O início é tão frenético que mal é possível reparar na beleza visual do cenário e você automaticamente começa a atirar nos inimigos que estão indo te atacar. O resultado daquela guerra brutal é certo e claro: Você vai morrer!

Porém, não se assuste, faz parte morrer. E de novo, e de novo, e de novo… A guerra é naturalmente algo brutal e a primeira guerra mundial foi, talvez, a mais brutal e visceral de todas. Esse é o sentimento ao ligar o jogo, um soco no seu estômago e um questionamento: Para que serve a guerra? Quantos morreram e eram simplesmente mais um por uma causa tão rasa? No fim, todos eram guerreiros que seu único objetivo era sobreviver.

Além desta clara sensação de desconforto, o jogo lhe apresenta visuais estonteantes. A capacidade de sua engine Frostbite 3 é cada vez mais maravilhosa e retrata os cenários de um século atrás de forma primorosa. Existem cenários de floresta, de deserto, de pântano, lamaçal, vilas e muito mais tendo sempre algo em comum: as trincheiras. Independente da sua forma de ataque ou então do veículo usado, existe uma gama de buracos e paredes que estão presentes para ajudar na sua estratégia. A parte de destrutividade do cenário também é impressionante, pois podemos derrubar muros e casas para ver no que está do outro lado dela.

Por fim, somos compelidos a citar a beleza e os diversos momentos WOW! que o jogo proporciona. A qualidade gráfica é tão grande que podemos tranquilamente comparar com jogos exclusivos como Gears of War 4 ou então Uncharted 4 que são os ápices de cada console. O detalhe de lama na arma está lá, voar no céu ao meio de “nuvens de verdade” impressiona, ver as luzes refletindo no chão te faz achar que é o chão mais real que já viu, e por ai vai. É simplesmente lindo o jogo.

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Pequenas e maravilhosas histórias

Quando você traz a história de uma guerra para as telonas (ou telinhas no caso) você se depara sempre com duas possibilidades. A primeira é a clássica produção estadunidense onde tudo vai explodir, sangue será derramado e você ficará surdo com os efeitos sonoros. Essa é certamente a forma mais rasa de contar uma história de guerra e normalmente o filme/jogo será esquecido num curto espaço de tempo.

Porém, existe a segunda forma de contar a história que é focar nos dramas de cada personagem e, se bem construído, pode ser algo memorável. Muito felizmente Battlefield 1 bebe dessa fonte e nos traz algo que DEVE ser jogado por todos.

Ao invés de optar em uma história com muitas explosões, Battlefield 1 traz 5 histórias rápidas (cerca de 1 hora a 1 hora e meia cada) onde conta-se a história de personagens chaves em batalhas. Além dos enredos serem bem feitos e os personagens e seus dramas serem bem interessantes, o jogo traz um incentivo extra (como se precisasse) para jogar seu modo história: ele é um ótimo guia para todos os cenários e para como usar as armas e veículos.

Ao longo das histórias você poderá operar tanques leves, pesados, aviões e cavalos. Também terá momentos de tiroteio intensivo ou de furtividade. Também poderá optar dentre pegar todos de longe com sua sniper ou então testar as “pauladas” com uma pá, machado ou outros itens devastadores.

A campanha normalmente tem sido algo que existe para complementar a experiência, mas posso afirmar que ela é essencial em Battlefield 1 e que a única crítica vai para a IA que de vez em quando fica parada pedindo para ser morta de forma furtiva.

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Multiplayer

Vamos falar do que o povão gosta, o Modo Multiplayer de Battlefield 1!

Logo quando você entra na aba de multiplayer, fica clara a intenção da DICE de te ensinar a jogar antes de você partir pra uma partida multiplayer e se frustar. O jogo oferece tutorial para tudo: pilotar aviões, modos de jogo, tanques e etc. Tudo isso para você chegar na batalha um pouco mais preparado e tentar não te deixar puta da vida porque você vai morrer muito mesmo assim.

Modos de Jogo

Em BF1 temos 5 modos de jogo online: Cada Equipe por si, Conquista, Dominação, Investida e Pombos de Guerra.

Os modos já são velhos conhecidos da franquia e não precisam de grande apresentação. Só pra ficar mais claro, Pombos de Guerra é um modo de jogo onde você precisa ir de encontro aos bichinhos espalhados pelo mapa com o intuito de mandar a localização de seus inimigos para um ataque aéreo. Você também pode sabotar as aves dos inimigos e impedi-los de enviar sua localização. Muito engraçado.

Classes

As classes de jogador são idênticas as de sempre: você tem o médico, artilharia, suporte, sniper etc. A novidade fica por conta das classes Elite que são adquiridas pelo mapa, como os heróis da série em ‘Star Wars Battlefront’. Você pode virar um soldado com lança-chamas, um soldado com armadura e uma metralhadora pesada chamado de Sentry e um soldado anti-tanques, este possui um rifle 1918 Tankgwehr, capaz de desabilitar tanques com apenas 1 tiro perto dos motores e desabilitar seus canhões.

As classes elites podem mudam drasticamente o sentido da partida se usadas da forma correta, todas possuem um boost de vida e armas que realmente desestabilizam as linhas inimigas.

Jogabilidade

Como falado anteriormente, o jogo possui uma qualidade gráfica altíssima (até mesmo nos consoles), os impactos e coices das armas podem ser sentidos enquanto você está em ação. A arma não parece mais solta e descontrolada como em alguns dos jogos anteriores da franquia. E o design das antigas faz você querer admirá-las por algum tempo antes de sair correndo para o próximo confronto. Neste ponto, a EA está de parabéns! Conseguiu nos colocar na primeira guerra mundial sem deixar de lado o dinamismo e velocidade que um jogo online deve ter.

Operações

Quando me deparei com as opções de modo de jogo bateu um receio por ter visto que se tratava da mesma experiência de sempre, mas depois, jogando mais o game, percebi que na verdade a demanda deve vir dos próprios jogadores. Uma das maiores novidades do multiplayer de Battlefield 1 é o novo modo “Operações” onde uma partida é formada por vários rounds em mapas diferentes, seguindo a cronologia da primeira guerra mundial. 64 jogadores podem se juntar para o que parece ser o maior e mais elaborado modo de jogo já criado na série Battlefield.

E aí que vem a frustração: nem no Ps4 e nem no PC eu consegui achar uma partida que não tivesse eu (e somente eu) no jogo e que nunca começa por conta de “falta de jogadores”. Fica evidente que os players de Battlefield focam somente no modo Conquista e talvez estejam perdendo o que o jogo tem de melhor. Pelo menos no Brasil, poucos se dão a chance de testar outros modos de jogo e isso é realmente uma pena.

Eu particularmente senti falta de um modo cooperativo, ao fazer algumas das missões principais com alguns amigos, ou um modo sobrevivência com ondas de inimigos. Algo que não nos deixasse refém de um servidor cheio.

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Conclusão

Em resumo, Battlefield 1 é um marco para o mundo dos games e merece sim sua atenção. Neste caso em específico ele não só brilha pelo seu conhecido multiplayer, mas como por uma excelente campanha e uma ambientação espetacular que mostra todo o poder da Frostbite 3. Como todo Battlefield, o resultado final será um jogo gigantesco e cheio de opções. Ficou faltando um modo cooperativo e a correção de alguns bugs, apesar de o jogo já estar bem melhor do que foi a fase Beta. Muito conteúdo ainda está por vir, um mapa novo já foi confirmado para dezembro, de forma gratuita, e depois disso as expansões do Passe de Temporada começarão a ter suas datas definidas. Cabe aos jogadores usufruir destes conteúdos e se aventurar mais pelas opções que o jogo traz.

E, por fim, tenho que fazer a nota que cada dia que passa os jogos estão mais caros e com isso ficamos mais exigentes. Mas você, jogador, tem que ser coerente. Não se pode questionar a “falta de conteúdo” de um jogo, por exemplo, se você nem mesmo conhece tudo o que o jogo pode te proporcionar. Então, abuse e use de todos os modos de jogo de Battlefield 1 e faça valer a pena o investimento, pois vale cada centavo!

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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