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Estamos Vivendo a Crise dos Multiplayers?

Quem viveu sabe. A década de 2000 foi marcante pela expansão da informática e da internet no Brasil e no mundo. Nessa mesma onda, jogos emblemáticos fizeram bonito em alavancar o boom de jogos multiplayer (para mais de um jogador), entre os destaques, temos o histórico Counter-Strike e o épico RTS Warcraft 3, que decolou de vez com a popularização de DOTA, precursor do estilo de jogo MOBA. Além desses, os MMORPGs (RPG Online de Massa para Multiplos Jogadores) surgiram e se firmaram de vez culminando no ápice do gênero com World of Warcraft (WOW). Foi a época áurea dos jogos multiplayer. Todos esses números se traduzem em uma palavra: bufunfa, dinheiro, money, $$$. Empresas que largaram mais lentas trataram de correr atrás e pegar sua fatia do bolo.

Nos anos recentes, principalmente com a nova geração de consoles, a comunidade gamer multiplayer se expandiu ainda mais em números totais, até jogos singleplayer (focado para apenas um jogador) faziam um puxadinho aqui ou ali, tipo um barraquinho, e oferecia uma opção de multilayer mesmo não sendo muito úteis e, em alguns casos, até ruins. Não importava, o que eles queriam era dinheiro. Porém, todo esse frenesi empresarial em explorar esse nicho tem causado uma grande bolha de oferta de opções multiplayers. Porém, a tendência de toda bolha é que um dia ela exploda. Essa realidade já parece ter chegado, estamos vivenciando o início da crise dos jogos multiplayers.

Esse momento de crise provavelmente começou com a decadência da população nos jogos que mais necessitam dessa hype: os MMOs (Jogos Online de Massa). Os milhares de MMORPGs espalhados pela internet morreram em um espaço relativamente curto de tempo ou estão para acabar. Até mesmo WOW, o maior e mais emblemático de todos, tem registrado queda significativa de usuários ao longo dos últimos anos, respirando um pouco melhor agora com lançamento de mais uma expansão. Porém, não são somente os MMOs que estão sofrendo com o abandono, pois jogos mais arcades, como FPS (tiro em primeira pessoa), também já enfrentam esses problemas.

‘Battlefield 1’ e ‘Call of Duty: Infinite Warfare’ (COD), dois jogos de duas franquias que sempre mostraram força titânica na quantidade de jogadores online mal chegaram ao mercado e já demonstram fragilidade em montar partidas em diversos modos de jogo. Star Wars Battlefront foi lançado com diversas opções de jogo, mas achar jogadores nelas sempre foi, desde o primeiro dia, uma tarefa árdua, mesmo com a força da marca Star Wars. Jogos focados em modo história, os singleplayers, nem se fala… basta umas semanas após o lançamento para encontrar alguns gatos pingados, quando encontramos.

Videogames sempre foram um entretenimento de privilegiados. O preço dos consoles e dos jogos sempre foi uma barreira para as massas. Para se ter como referência, um PS4 custa R$ 1500,00 achando barato, equivalente à renda por cabeça brasileira. Um console = salário, complicado. Logo, o público potencial já não é tão grande e a existência de incontáveis jogos multiplayer, ou com opções de multiplayer, cria uma gama excessivamente grande de opções que a demanda reduzida não tem como abocanhar. Os jogadores estão divididos tanto em opções quanto em exclusões geradas pelo próprio mercado, que se nega a fazer o cross-plays (jogos entre plataformas, por exemplo PS4 jogar junto com Xbox One) e, em caso recente com COD, ainda separam jogadores dentro da mesma plataforma: PC Windows x Steam.

O desafio está sendo prender os jogadores ao jogo já que existe tanta oferta. Alguns games escolhem o lado autoritário, picotando o jogo em dezenas de updates, expansões e temporadas, como Battlefront e RainbowSix; outros tentam um esquema de progressão recompensador; e alguns experimentam desesperadamente dar a sensação falsa de que o jogador joga muito bem, como COD e sua matança desenfreada. Nennhum tem dado muito certo, na verdade. A oferta ainda tem sido um problema muito forte. Tudo isso é também uma das razões pelas quais alguns jogos já começaram a repensar a inexistência de um singleplayer, como o caso de TitanFall 2 que veio com uma campanha ao contrário do seu primeiro título. Infelizmente ainda vai piorar antes de melhorar.

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

Um Comentário

  1. Ótima análise. Lembro que antigamente tudo tinha que ser on line. Empresas como a Valve, lucraram muito nesse segmento.
    Só discordo do caso da bolha no Brasil. Recentemente a Anatel divulgou que a banda larga fixa está presente em quase 39% das residências brasileiras. Não há como falar em bolha aqui.

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