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Análise: Esmurre seus inimigos e vingue-se em Mother Russia Bleeds

O mundo está um  caos. A violência domina as cidades, drogas escravizam pessoas e a miséria faz com que seres humanos se rebaixem aos níveis mais humilhantes em troca de entorpecentes ou uma simples porção de comida. É neste contexto que conhecemos os “heróis” de Mother Russia Bleeds. Em meio a esse cenário apocalíptico (nem tão distante assim da realidade de muitas regiões pelo mundo), um grupo de sobreviventes vive/luta para ganhar o pão de cada dia. Sergei, Natasha, Boris e Ivan não são artistas marciais como conhecemos nos filmes de Hollywood. Eles foram forjados na dor, na agonia e no sofrimento. Em vez de golpes acrobáticos, murros, cotoveladas, voadoras e muito sangue.

Mother Russia Bleeds é um jogo de plataforma com progressão em 2d. Esse gênero foi um fenômeno dos fliperamas na década de 80 até a chegada do PlayStation, que revolucionou o mercado de games. Portanto, fazer um jogo nesse estilo não é apenas uma homenagem aos anos de ouro dos arcades, mas sim um enorme desafio para agradar os jogadores mais antigos e conseguir criar desejo nos mais novos.

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No comando da pancadaria

Mother Russia Bleeds traz uma jogabilidade deliciosa com comandos precisos e ajustados. O jogo oferece uma variedade tão bacana para um gênero muitas vezes simplista que é preciso tirar o chapéu para a galera da Le Cartel. Além disso, os estilos diferentes de cada jogador transformam a experiência muito mais rica e complementar, podendo os jogadores escolherem seus parceiros de acordo com o estilo de jogo que mais agrada.

Reunir de dois a quatro amigos para jogarem ao mesmo tempo localmente é sempre o mais recomendado, mas na falta deles, você pode colocar o computador para lhe auxiliar nas missões. Também há a opção de jogar com outras pessoas online. Além do modo história, jogo oferece ainda um modo arena no qual você enfrenta ondas de inimigos e, conforme avança, consegue liberar itens novos que podem ser usados na campanha principal. Por falar nisso, a campanha é bem longa para um jogo desse estilo e garantirá horas de diversão. Apesar de extenso, o game é extremamente divertido e passar por todas as fases e chefões é uma grata experiência que em momento algum se torna enfadonha.

O enredo de Mother Russia Bleeds é muito bem amarrado. Contendo bastante humor nas falas e reviravoltas na trama. Supreende que um jogo Beat ‘Em Up tenha uma trama que te prende e faz avançar até o capítulo final. Por falar nisso, o game é dividido em capítulos que são destravados para que você possa jogar novamente conforme você vai passando de fase. E isso é bem legal, já que é possível destravar itens no modo de jogo arena e depois utilizá-los para te ajudar na história.

Screenshot_Psychedelic1

Esmurrando, sobrevivendo e… se drogando

Em Mother Russia Bleeds, os anti-hérois do jogo são aprisionados logo no começo do jogo e viciados em uma droga chamada Neckro. Essa droga está se espalhando pela antiga União Soviética (em uma versão apocalíptica, claro) e as pessoas infectadas apresentam um comportamento violento. Alguns ganham a aparência de zumbis e o nome da droga ser Neckro pode ter a ver com isso (não darei spoilers). Como um bom Beat ‘Em Up clássico você pode socar/chutar (em MRB temos dois botões de ataque), pular, correr, agarrar, pegar objetos no chão, recuperar sua vida e muito mais. As opções de golpes, combos e até combinações de ataques em sequência com seus parceiros são possíveis. Em Mother Russia Bleeds não temos um artifício moderno de evoluir o personagem dando a ele mais HP, golpes novos ou até variações mais poderosas. Mas isso não será problema, pois temos tantas opções de ataques no game que você não precisará de nada além de sua habilidade com o controle.

MRB_Screenshot_Nekro

Diferente dos jogos mais antigos nos quais iam dropando alimentos e itens de recuperação de energia, em Mother Russia Bleeds todos os jogadores têm uma seringa verde (padrão no início do game, mas que pode se substituída por outros tipos conforme você avança no modo arena) que serve para recuperar sua energia ao longo da aventura. Com ela você também consegue entrar em um modo berseck no qual poucos golpes eliminam os inimigos e, o mais legal, você pode dar um fatality em seus oponentes. Cada personagem tem uma finalização diferente e vale muito a pena experimentar todas. Com a seringa também é possível drenar Neckro de inimigos caídos e, com isso, recuperar um pouco da droga que você carrega. Os inimigos que dão Neckro são os que caem e começam a se debater, como se estivessem tendo uma convulsão (será um efeito da droga?).

Os cenários são obras primas

Outro ponto de ouro do jogo é a construção das fases. Os cenários são riquíssimos e dá pra ver um trabalho minucioso de ambientação por parte dos desenvolvedores. Não há aquele excesso de repetição. Muito pelo contrário. Tudo é perfeitamente trabalhado para dar o clima exato do jogo. A trilha sonora também é muito bem feita. Misturando rock a uma levada sci- fi, as músicas me fizeram lembrar filmes como Blade Runner, Alien e outros sucessos de ficção científica que bombavam nas telas de cinema da década de 80.

Conclusão

Mother Russia Bleeds é a obra prima. Daqueles que valem cada centavo investido e minuto jogado. O game supera em muito as expectativas e entra para o hall dos grandes jogos do ano. Jogadores “geração PlayStation” terão um ótimo exemplo de por que os arcades fizeram tanto sucesso e criaram as bases para o mercado gamer e hoje. Já os tiozões viciados em Cadillacs and Dinosaurs, Golden Axe, Tartarugas Ninja, Alien Storm etc. simplesmente vão amar.

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game = [Mother Russia Bleeds]

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info = [Lançamento: 05/09/2016]

info = [Produtora: (Le Cartel)]

info = [Distribuidora: Devolver Digital]

plataformas = [PS4 e PC]

nota = [5/5]

decisão = [Um dos melhores jogos do ano]

texto = [2016 termina com essa grata surpresa]

texto = [Jogue agora (motha fuckah)]

positivo = [Gameplay delícia]

positivo = [Gráficos incríveis]

positivo = [Extremamente divertido]

negativo = 

negativo = 

negativo = 

}}

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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