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Preview P.A.M.E.L.A.: Um diamante bruto

P.A.M.E.L.A. (doravante Pamela, para facilitar), é um jogo de ação e survival horror em primeira pessoa ambientado em uma cidade utópica futurista onde as coisas deram muito errado. O jogo da produtora novata NVYVE Studios bebe diretamente da fonte de Bioshock, System Shock e do próximo Prey em alguns aspectos relativos à ambientação e à jogabilidade. Atualmente um jogo em Acesso Antecipado na Steam, Pamela foi lançado no programa dia 09 de março e de cara enfrentou alguns problemas graves que indicam que o jogo ainda parece distante de estar terminado.

Você desperta no mundo de Pamela acordando de um tipo de sono criogênico apenas para descobrir que as coisas estão indo de mal a pior. A cidade foi infectada por uma especie de vírus que transformou os cidadãos em uma especie de zumbi agressivo e P.A.M.E.L.A., a IA que gerenciava todas as funções da metrópole, parece estar completamente desregulada, o que torna os robôs de segurança espalhados por vários locais perigosos inimigos em potencial. Por enquanto a trama só avança por meio de registros deixados pelos antigos moradores da cidade (um célebre recurso de jogos do gênero) e pensamentos fragmentados de P.A.M.E.L.A. espalhados em monitores ao longo do caminho. Por enquanto, nenhuma trama secundária e nem mesmo a história principal chamam a atenção pela qualidade ou originalidade, mas pode ser que isso mude até o lançamento oficial do game.

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Ao longo deste primeiro mês de “lançamento”, Pamela já recebeu meia dúzia de atualizações para tentar corrigir alguns dos problemas dos jogos. Alguns deles são verdadeiramente irritantes. Instalado em um HD normal, o jogo demorava mais de dez minutos para carregar a primeira vez e a aplicação ainda podia fechar durante o processo. Essa característica já era conhecida pelos desenvolvedores, que lançaram sucessivos patches em pouco tempo na tentativa de corrigi-la. Em minha última tentativa na atualização anterior, o carregamento inicial do jogo já havia sido cortado quase que pela metade, mas ainda leva um tempo desnecessariamente grande e ainda existem problemas durante a cutscene inicial do jogo, que congela por vários segundos. Esses e alguns outros problemas técnicos conseguem minar o prazer de explorar o belo mundo de Pamela.

Aliás, o mundo de Pamela é de fato bonito. Construído com a versátil Unity Engine, o jogo não desperdiça oportunidades de mostrar como foi bem trabalhado. Superfícies de diferentes materiais refletem a luz dos ambientes de maneira crível, a poeira é visível em lugares abandonados e efeitos de iluminação belíssimos vendem a sensação de horror magistralmente. O jogo tem visuais muito próximos a de um lançamento AAA e se ficam devendo em alguma coisa é na performance, que está abaixo da desejada mesmo em máquinas poderosas e na ausência de algumas opções simples e bastante de óbvias, como o brilho, o que é especialmente um problema nos ambientes mais escuros do jogo (que são vários).

Além dos bugs e problemas de desempenho, outras áreas nas quais o jogo ainda precisa de muito trabalho incluem alguns menus e subsistemas. Existe um menu central em que o avatar do jogador acessa as opções em uma luva em seu braço esquerdo, mas em forte contraste com os belos gráficos, os inventários de itens e equipamentos são são no sistema de quadrantes em que o jogador arrasta e solta objetos em um desenho bastante simples. Apesar de eficiente para comandos no mouse, a experiência é menos interessante se você estiver usando um controle (o jogo tem suporte nativo para o controle de Xbox) além de visualmente desinteressante, como já dito.

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O combate também precisa ser mais bem trabalhado. Nos momentos iniciais, você luta com os infectados no mano a mano. Com o tempo você adquire escudos, que mitigam o dano quando você defende, e armas brancas e de fogo. Armas de combate corpo-a-corpo não possuem a menor sensação de peso o que remove boa parte do prazer de usá-las nas lutas. Armas de fogo não são mais interessantes, pois o sistema de combate é o mais básico possível ao usá-las: a física de boneca de pano dos inimigos reage de maneira pouquíssimo convincente aos seus disparos independente da área em que os infectados são atingidos. Para ser jutos, acredito que essa área deva receber algumas melhorias ao longo deste período de testes, algo sugerido pelos próprios desenvolvedores e realmente torço para que isso aconteça.

Por hora, Pamela não vale o investimento para jogadores que não sejam completamente apaixonados por jogos como Bioshock e capazes de relevar erros e bugs primários. O jogo possui um enorme potencial, evidenciado pelo enorme suporte que os desenvolvedores vêm dando ao título com as sucessivas atualizações, mas ainda se encontra em um estágio em que é praticamente impossível obter uma experiência satisfatória para a maioria dos jogadores. O jogo tem a data de lançamento estimada para o fim deste ano ou início de 2018, exclusivamente para PC.

Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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