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Análise: Micro Machines World Tour tenta resgatar nostalgia da série, mas esbarra em limitações

O primeiro jogo de Micro Machines foi lançado em 1991 e a sua proposta era bem simples: fazer uma corrida despretensiosa com carrinhos da marca Micro Machines (o equivalente ao Hot Wells de hoje em dia). Depois de mais de 10 anos sem um jogo da franquia, a Codemasters traz de volta esse nostálgico jogo para os dias de hoje. Sua principal característica é estar sempre online! Será que isso ajuda ou atrapalha? Confiram nossa análise de Micro Machines World Tour.

Modos de jogo

Logo que comecei a jogar Micro Machines World Tour, fui pego pela nostalgia, pois o jogo vinha com muitos modos de jogo e um visual estonteante. Ele se divide em 3 partes principais: corrida por diversão, ranqueado, ou modo cooperativo offline.

Ao iniciar qualquer modo, você poderá optar em qualquer uma das 3 opções de jogo que são: Corrida, batalha ou eliminação. A corrida acaba seguindo um padrão mais próximo de Mario Kart. São 12 carros na pista e é possível pegar Power Ups para atingir inimigos, ou joga-los para fora da pista. Particularmente, não gostei da decisão que tomaram de ter somente 3 Power Ups no jogo (arma, martelo e bomba). Seria bem mais interessante explorar o poder de cada carro, até para poder se especializar com um ou outro.

Depois desse modo, vem o que é mais interessante para mim, o modo de eliminação. Ele é idêntico ao de corrida, mas com a grande diferença de que se você sair do limite da tela, você perderá. O curioso nesse modo são duas coisas. Quanto mais tempo a partida dura, mais a tela irá se aproximar da pista para terminar essa rodada. A segunda peculiaridade, é que existe uma “pista para a vitória”. A cada round vencido ou perdido você poderá avançar muito, pouco, nada, ou até regredir nesse ranking. Isso faz a partida e cada vitória ser muito mais interessante.

O último modo é o de batalha. Como o nome já diz, é necessário batalhar contra o time adversário ou então contra todos. Nele, cada carro terá um poder especial de ataque e defesa e ai sim você poderá ter uma preferência de carro. Esse modo é bem variado. Por exemplo, é possível jogar todos contra todos, ou então capturar a bandeira, destruir a base inimiga e outros.

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Fases bem criadas e a prática leva a perfeição

Se há algo que é impecável em Micro Machines World Tour, é que as fases são absurdamente bem feitas e tem uma incrível atenção aos detalhes. Entre as 10 pistas disponíveis, temos cenários dos mais diversos como uma mesa de sinuca, café da manhã, um jardim e muito mais. E em cada pista, existe uma coletânea de itens que irá lhe mostrar o quanto a Codemasters fez com carinho cada pista, mas não só isso, muitos desses detalhes interagem com a pista. Por exemplo, na pista de “café da manhã”, é possível bater em feijões/balas e eles terão sua física própria e ficarão no meio do cenário “quicando” entre os carros. Além disso, é possível passar por cima do leite, água, geleia e outros itens. Cada um desses itens tem uma física própria que fará você deslizar ou perder um pouco de velocidade.

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Existem caminhos diversos em cada pista. Você pode ir por cima ou por baixo no cenário do jardim. É possível pegar atalhos, como pular em uma torrada na mesa do café da manhã e muito mais. Com tantos atalhos e armadilhas, é necessário muita prática. Com o tempo você vai memorizando todos os detalhes e irá cada vez mais melhorar sua performance em cada pista.

Os 1001 problemas

Infelizmente nem tudo são flores. Micro Machines World Tour carrega muitos problemas. O primeiro, e o mais crítico para mim, foi a inclusão de um modo sempre online. Toda vez que você for jogar, será NECESSÁRIO esperar o servidor lhe conectar a um lobby. Porém, após esperar até cerca de 2/3 minutos, eis a surpresa: nenhuma pessoa. Sim, a cada partida, é necessário esperar minutos e raramente verá mais do que 3 pessoas jogando em uma partida de 12 carros. Ai pergunto: para que esse modo? E por que não temos um modo single player para agilizar as coisas?

Pois bem, a cada corrida você ganhará um pouco de experiencia e aumentará seu nível. Ao chegar no nível 10 é liberado poder jogar a partida ranqueada. Porém, pasme: Não muda absolutamente nada do modo “só para diversão”. Continua o mesmo tempo de conexão e o mesmo número baixo de pessoas em cada partida. Esses níveis irão apenas liberar uma caixa de loot que lhe dará uma skin, marca, nova fala, dinheiro e outros cosméticos para seus carros.

Ainda sobre os problemas, Micro Machines World Tour é um jogo de corrida, certo?! Porém ele não tem a jogabilidade de um jogo de corrida, ainda mais vindo da Codemasters que é uma das melhores, senão a melhor, empresa que faz jogos de corrida. Mas até ai tudo bem, o carro fica um pouco solto na pista… depois de um tempo é tranquilo controla-lo e driblar os perigos de cada fase. Porém, tem algo que é “indriblável”, sua física irritante. Por melhor que você faça a sua curva, existem outros 11 carros que virão como uma bala e a maioria irá bater em você. Ou seja, esqueça qualquer técnica e seja bem vindo ao mundo de bate-bate. É simplesmente impossível controlar seu carro, quando a maioria dos seus adversários vem em horda e viram uma nova limitação de pista.

Por fim, como já adiantei em cima, não me agradou o fato de ter somente 3 Power Ups no jogo. Você fica sempre limitado ao tiro para frente, martelar um adversário próximo de você, ou então jogar uma bomba no adversário atrás de você. É simplesmente muito limitado. Aonde está o turbo? Ou então uma mancha de óleo? Ou então, por que não fazer como é no modo batalha, onde cada um tem seu carro e cada carro tem suas próprias habilidades?! Fica aí o questionamento.

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Conclusão

Micro Machines World Tour acaba apelando para nossa nostalgia e ele acerta nesse ponto. Existem muitos modos para dar sobre vida ao jogo e você vê o amor em cada fase criado com todos seus detalhes e toda sua originalidade. Infelizmente, isso tudo vem com um série de erros de game design como: um matchmaking que demora muito mais do que deveria, um modo sempre online e vazio, poucos Power Ups e a ausência de um modo single player.

Eu me diverti com Micro Machines World Tour, porém ele simplesmente não conseguiu me prender por muitas horas. Ele tem que ser jogado em doses homeopáticas.

{{

game = [Micro Machines World Tour]

game = []

info = [Lançamento: 30/06/2017]

info = [Produtora: Codemasters]

info = [Distribuidora: Deep Silver]

plataformas = [PS4, Xbox One e PC]

nota = [3/5]

decisão = [Espere uma promoção]

texto = [O jogo tem seus muitos momentos divertidos]

texto = [mas falha em te prender por muitas horas]

positivo = [Ambientação das pistas]

positivo = [modos e humor]

negativo = [Sem modo single player]

negativo = [Gameplay confuso]

negativo = [problemas de matchmaking]

negativo = [jogabilidade “bate-bate”]

}}

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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