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Análise: RollerCoaster Tycoon Adventures não supre a saudade dos primeiros jogos

Você deve passar pelo que eu passo todo ano. Alguns jogos me fazem instalá-los de volta para breves jogatinas. Dentre eles, RollerCoaster Tycoon. De preferência o 1 e 2, pois para mim, são os melhores e -disparados – os mais nostálgicos. Na terceira geração a mudança foi drástica: do famoso pixelado visto de cima para um mundo mais imersivo e moderno em 3D. Não só a nostalgia bate fortíssima, como o jogo é incrivelmente desafiador, divertido, complexo e roda em qualquer PC do planeta, até porque foi lançado oficialmente em 1999.

Mas não é sobre as primeiras versões da série que vamos falar aqui. Em análise o novo (portado do Switch para PC) RollerCoaster Tycoon Adventures. Depois de um longo hiato após a terceira geração, e alguns lançamentos mobiles pouco interessantes, a série retorna ao Switch, e agora, recebe um port para PC disponível na Epic Games Store, por 15,99 dólares. Será que vale o preço? Será que encanta os saudosistas? Será que cativa quem não conhece a franquia? Essas perguntas você descobre logo a seguir.

Mecânicas de jogo e gameplay

Fácil, simples e intuitivo. Estas três palavras resumem a experiência que você terá jogando RCT Adventures. A curva de aprendizado, diferente dos primeiros jogos da franquia, é rápida e linear. Até porque o jogo foi feito pensado para se jogar no Nintendo Switch, praticamente todo (ou todo) em botões sensíveis ao toque. Parece um port de jogo mobile, de Android ou iOS. Por isso, se você joga qualquer coisa no smartphone, vai ser ainda mais fácil se familiarizar com este jogo. Isso é bom e ruim, pois as mecânicas, conforme o passar das horas jogando, ficam chatas, pouco desafiadoras e extremamente repetitivas.

Temos algumas ferramentas interessantes para que você possa ser mais cirúrgico em melhorias no seu parque, como por exemplo os mapas de calor, que mostram diversas informações relativas aos frequentadores do parque, dando uma leitura perfeita do que precisa melhorar em serviços, como: higiene, atendimento, comida, se clamam por mais atrações, menores preços e por ai vai.

Alterar os preços, por exemplo, é algo que segue a inovação de deixar tudo mais simples. É extremamente fácil e conta, ainda, com mais informações, como feedback esperado imediato em relação a alteração, dizendo se o preço vai ficar muito caro, caro, justo, barato, muito barato e por ai vai. Com isso também, tem-se uma taxa de frequência relativa ao preço. Por exemplo, uma tabela de preços de uma montanha russa considerada barata pode ter frequência estimada em 88%. Já uma muito barata, com pouco menos lucro, pode simbolizar 99% de frequência. A visualização futura neste caso está clara como a água. Além da extrema facilidade e das previsões dadas, o que eu acho negativo pois torna o jogo pouco desafiador, essa mecânica de alterar preço de fazer presente durante TODO O TEMPO. Você altera o preço e minutos depois já é considerado muito caro, te forçando a ficar de olho incessavelmente nos preços visando satisfação dos clientes. Achei meio exagerado, tão pouco tempo algo passar de muito barato para muito caro. Diferente das primeiras gerações, eu não tive como subir preço de atrações que voltavam a ficar populares, lembro que antigamente do nada a demanda por um brinquedo fazia você aproveitar um lucro que nem esperava, o que era mais realista.

Modos de jogo

RCT Adventures traz alguns modos de jogo bem diferentes. Para começar, você pode aprender as mecânicas do jogo com os tutoriais intuitivos. Já o modo Aventura permite que você selecione um tema e que após a escolha continue trabalhando nele, ocasionalmente sendo interrompido com decisões que podem ter consequências positivas ou negativas no gerenciamento do seu parque. No modo Cenãriovocê tem uma lista de desafios a serem cumpridos dentro de um limite de tempo, como se fosse uma missão. Considerando que existem 16 cenários únicos, você está olhando para dezenas de horas de jogo somente neste modo, caso aguente tantas horas com este título. Por último, e o que mais gostei, o modo Caixa de Areia. Este é o modo para quem quer simplesmente dar total liberdade a sua imaginação. Neste modo tudo vem desbloqueado, os fundos são ilimitados (não precisa ficar colocando macetes de dinheiro).

São modos que estão ai para agradar diversos tipos de jogadores, dos super casuais aos que querem desafios.

Gráficos

Como veio de Switch, já era-se de esperar que não fosse um título que surpreenderia à todos pelos seus gráficos. Mas, surpreendeu negativamente. Mesmo vindo de um console com menos poder de fogo que os PCs e as atuais gerações da Microsoft de Sony, o jogo é visivelmente um jogo pensando em mobile.Os gráficos seriam facilmente alcançáveis por smartphones mais topo de linha, como a linha Galaxy S e os iPhones.

Não se engane, os gráficos não são ruins. Eles são muito bons para o que se propõe. Mas não ouve ousadia, focou-se em algo mais cartunesco, que agrada mais um publico mais infantil do que os saudosistas e adultos que presenciaram o nascimento da série.

O ponto positivo disso é que vai rodar em qualquer PC praticamente, tendo como requisitos mínimos recomendados um i3 de segunda geração, uma GTX 560 Ti e 4GB de RAM. Molezinha!

Pecados capitais

Como fã da franquia, este jogo peca em alguns aspectos. E acho que este é o pensamento geral lendo artigos sobre o jogo pela internet mundo à fora.

Logo de cara, além de pensar nos brinquedos, você tinha que ter um toque de engenheiro e arquiteto para planejar a fila (lembra da fila com corrimão para acumular um monte de gente dentro?). Isso não existe aqui, os visitantes entram e saem dos brinquedos sem nenhuma limitação. Você não precisa mais prever se seu brinquedo vai ser um enorme sucesso que vai precisar de uma fila quilométrica. Acho que o mais memorável do RCT 1 era isso, pelo menos para mim. Me preocupar com o layout de filas e entradas, sempre visando acumular muita gente e tirar, de ultima hora, o maior lucro possível de um brinquedo devido ao tamanho da fila.

Não há dificuldade na criação. Facilitaram tanto as mecânicas de ser criar um parque e suas atrações, que com poucos cliques e minutos você já tem um parque completamente pronto. E isso faz com que você rapidinho já não sinta-se mais desafiado. Ou recomeça outro modo, ou fecha o jogo.

Os comandos são todos pensados em telas sensíveis ao toque. Óbvio que tudo funciona normal no mouse e teclado, mas percebe-se que não foi feito para isso. Isso incomoda um pouco, mostrando que veio de um port mobile e vai ser repassado de plataforma em plataforma.

Conclusão

RollerCoaster Tycoon Adventures fica abaixo da média da franquia. Jogadores novatos na série ou pessoas mais jovens, podem se encantar pelas mecânicas fáceis, gráficos modernos e cartunescos e conteúdo gigante e variado de atrações.

Agora se você é saudosista e morre de saudades, ano após ano, de jogar os antigos RCT, você irá se frustrar. A profundida alcançada no gerenciamento de um parque não é mais a mesma, é muito rasa aqui. Certamente você terá mais prazer baixando as versões antigas, vai por mim.

Parabéns à desenvolvedora, o jogo é todo ambientado e localizado em português do Brasil, o que é mais um ponto positivo para jogadores novos que não tem familiaridade com a língua inglesa, normalmente oficial em quase todos os jogos.

No geral, podemos dizer que ele ficou ali, pronto para ficar de recuperação no final do ano letivo. Falta mais vontade para passar de ano. Ah, pensando em aproximadamente 16 dólares (que valem na data de publicação desta análise cerca de 63 reais sem impostos), não vale a pena. É um jogo simples demais para custar esse valor, a compra seria mais justa pelo que oferece se ficasse ali na casa dos 40 reais ou menos. Nada que uma promoção na Epic Store não resolva.

{{

game = [RollerCoaster Tycoon]

game = [Adventures]

info = [Lançamento: 15/03/2019]

info = [Produtora: Nvizzio Creations]

info = [Distribuidora: Atari]

plataformas = [Nintendo Switch e PC]

notaV2 = [5,5]

decisão = [Não parece ser irmão das primeiras gerações]

texto = [Moderno demais, fácil demais]

texto = [e repetitivo demais]

positivo = [Moleza de jogar]

positivo = [Fácil de aprender]

positivo = [Modos de jogo]

negativo = [Preço]

negativo = [Entediante muito rápido]

negativo = [Saudades de filas]

negativo = [Nada desafiador]

}}

Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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