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Você sabia? Persona não começou do 3.

Por mais irônico que seja o título dessa matéria, a saudosa franquia da Atlus chamada de Persona realmente não começou pelo 3. Porém, conseguiu a sua identidade própria a partir do terceiro título. Infelizmente às vezes aparenta que a própria Atlus esqueceu que existe dois títulos a serem trabalhados.

Dia 29 de abril fará exatamente 10 anos desde que o primeiro jogo da série teve alguma novidade, já que em 29 de abril de 2009 foi lançado no Japão para o PSP o remake Shin Megami Tensei Persona e posteriormente chegou no ocidente no dia 22 de setembro. Dois anos depois, no dia 14 de abril de 2011 foi o último respiro de Persona 2 no ocidente ao receber o remake, também para PSP, Persona 2: Innocent Sin. Enquanto no Japão, em 17 de maio de 2012 foi lançado novamente para o portátil o remake Persona 2: Eternal Punishment que não foi localizado.

Shin Megami Tensei: Persona – PSP

Sendo um spin-off da série Shin Megami Tensei (Novo conto de uma Deusa), o primeiro título se chamava Megami Ibunroku Persona (O outro conto de uma Deusa: Persona) e trazia inúmeras características e mecânicas já estabelecidas na série original, mas  adaptadas para o conceito central de Persona. Em suma, os estudantes não estavam invocando demônios para lutar ao seu lado e sim personas, a sua outra faceta. Um outro ponto relevante é que a party ao invés de ser formada pelo invocador e seu grupinho de invocados, era constituída por personagens humanos com capacidade de invocar personas.

O sucesso aconteceu e o segundo título foi lançado como Shin Megami Tensei Persona 2: Innocent Sin, adotando o “nome” da série original. Com uma melhoria em seu sistema de gameplay e trazendo uma identidade mais própria em seu layout, esse título fez tanto sucesso que antes do 3 surgir, lançaram uma continuação diretamente chamada Shin Megami Tensei Persona 2: Eternal Punishment. Ironicamente o Innocent Sin não foi localizado, mas o Eternal Punishment sim. Isso criou um vácuo na série no ocidente em plenos anos 90.

Persona 2: Innocent Sin

Anos se passaram em 2006 foi o lançamento japonês do tão aguardado Shin Megami Tensei Persona 3, o visionário game que ditou a estrada no qual a série percorre até hoje. Sendo notável uma mudança drástica dele para com os anteriores, Persona 3 não era somente um simples spin-off de SMT, ele realmente se distanciava tanto a ponto conseguir se destacar mais que o próprio Shin Megami Tensei Nocturne (featuring dante from the Devil May Cry series) e os outros vários spin-offs que foram lançados no consagrado Playstation 2. Não sendo apenas um dungeon RPG, mas também um simulador escola e de relacionamentos (social link) que influenciavam em seu desempenho nas dungeons, Persona já estava conseguindo caminhar com as próprias pernas e cruzando a linha tênue de spin-off e nova franquia.

Dois anos depois, em 2008, foi o lançamento do divisor de águas que fez a fanbase se dividir entre aqueles que amam apenas SMT e os que amam somente Persona, enquanto esse lançamento guiava pelo mar vermelho quem não se preocupava com a briga e só queria aproveitar ambos. Shin Megami Tensei Persona 4 foi independência de um spin-off como franquia original. Ao deixar de lado aquele tom sombrio, trazer algo mais colorido e trabalhar com temas reais do cotidiano que muitos não conseguem encarar. A partir deste lançamento, o nome “Shin Megami Tensei” esteve presente apenas no remake do primeiro jogo que foi lançado para o PSP e posteriormente, tornou-se passado, pois nenhum outro título da série Persona o carregava consigo. Por ironia do destino, os remakes de Persona 2 estão fazendo parte desse ciclo de vida própria, porém, eles juntamente do 1 estão na zona de esquecimento da senhorita Atlus que nem mesmo os adicionam em um dos seus jogos a parte da série, como os Arena ou Dancing.

Agora fica lançada a questão: Depois de tanto tempo por que não reviver esses três icônicos títulos que auxiliaram para Persona ser o que é hoje?

Persona 5 conseguiu trazer uma atmosfera que lembra muito mais Shin Megami Tensei do que o Persona 4 era capaz de realizar. Consequentemente, trazendo uma nostalgia referente ao 1 e 2. Contudo, isso não quer dizer que daria para adaptar a história de Naoya (P1), Tatsuya e Maia (ambos do P2). Uma possibilidade de obstáculo para isto é que estes jogos são mais enraizados a Shin Megami Tensei, eles não possuem espaços para social links já que suas histórias percorrem um curto espaço de tempo e encaixá-las num calendário anual faria com que perdessem a essência original.

Santíssima trindade – Persona 3, 4 e 5 representados por seus main characters.

Outra possibilidade seria que a Atlus esteja guardando esses jogos como um cartada final para que a série não fique sem lançamentos num provável intervalo dado entre Persona 5 e 6. Levando em consideração que entre o 4 e 5 tivemos o lançamento de três remakes para o PSP, Persona 3 Portable, Persona 4 Golden, dois Persona 4 Arena e, por fim, Persona 4 Dancing All Night.

Em todo caso, a Atlus possui essas três jóias raras em que estudantes matam demônios com os seus Personas invés de Shadows. E se você tem interesse em conhecê-los, por meios legais, eles estão disponíveis para PSP e, consequentemente, para PSVita na PS Store.

Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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