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Sekiro: Shadows Die Twice e a história dos shinobis no Japão Feudal

Sekiro Shadows Die Twice é o mais recente jogo da From Software, criadora da saga Dark Souls e de Bloodborne, jogo que segue a mesma linha.

Muito aguardado pelos jogadores, Sekiro foi um grande sucesso de vendas e crítica. Ele é o primeiro da From Software a se passar no Japão Feudal. E é sobre isso que falaremos neste texto.

Sekiro e os Shinobis no Japão Feudal

A trama de Sekiro mostra um Shinobi misterioso que busca, obstinadamente, salvar seu mestre que acaba de ser sequestrado. No Japão Feudal, shinobis (também conhecidos como ninjas) eram guerreiros mercenários contratados para realizar tarefas variadas.

Esses serviços envolviam de espionagem, assassinatos, roubos e todo tipo de serviço “inglório”. No Japão Feudal em que se passa Sekiro mais ou menos no período Sengoku, ou seja, o início do Shogunato no Japão. E o Shogunato se caracteriza pela ascensão dos Samurais ao poder.

Shogunato, shinobis e classes sociais

O período histórico que envolve Sekiro foi caracterizado pelo domínio da família Tokugawa, alçada ao poder após a famosa batalha de Sekigahara.

Nesta época, as classes eram (a grosso modo) divididas entre a elite (da qual faziam parte os samurais) e a classe rural/trabalhadora que eram os camponeses, pescadores etc.

Sekiro e os shinobis no japão feudal
Shinobi contra samurai

Os shinobis são oriundos da classe trabalhadora. Por isso que vemos o personagem principal com roupas desgastadas e simplórias. E isso porque ele atendia diretamente um lorde. Ou seja, Sekiro (vamos chama-lo assim) era de uma categoria superior dentro da hierarquia shinobi.

A origem dos shinobis no Japão

A primeira aparição ninja data do século VI no Japão. Na época, funcionários de um Daimiô se infiltravam em castelos de generais inimigos em busca de informações secretas. Com o tempo, esses espiões foram se especializando e, posteriormente, se transformaram nos ninjas como conhecemos hoje.

Estima-se que os primeiros grupos de ninjas estruturalmente organizados surgiu nas montanhas de Iga. Diz que um rounin (samurai sem senhor feudal), fugindo das autoridades locais, se abrigou nas longínquas montanhas de Iga. Lá, passou a transmitir seus conhecimentos com a espada, ao mesmo tempo em que adaptava suas habilidades para as missões furtivas para as quais eram contratados.

Apesar da crença nas habilidades incríveis manejando armas e combatendo corpo a corpo, a principal característica dos shinobis/ninjas é justamente sua capacidade de observar e aprender. E nisso, Sekiro é magistral. Para avançar no jogo, não basta atacar com velocidade e habilidade. É preciso estudar os movimentos de seu adversário e pensar na melhor maneira de vence-lo.

Sekiro e os Shinobis no Japão Feudal
Apesar das lendas, a vida de um shinobi provavelmente era mais simples e restrita do que pensamos

Sekiro: espionagem e traições na trama do jogo

Os Daimiôs costumavam contratar os ninjas para que estes matassem, por exemplo, generais inimigos antes de uma guerra. Consequentemente, isso desestruturava o exército inimigo. Em outros casos, eles simplesmente eram contratados para conseguirem informações secretas e sabotarem os planos inimigos. Muitas mortes que oficialmente eram registradas como “acidentes” ou “doenças fulminantes” eram na verdade obra dos ninjas.

A trama de Sekiro traz todos os elementos clássicos dessas histórias. Tramas complexas, espionagem e traição. Conforme avança no jogo, amigos podem se mostrar pouco confiáveis, inimigos podem não ser o principal problema e, claro, muita reviravolta.

Portanto, Sekiro faz jus aos clássicos jogos que se passam em um dos períodos históricos mais conhecidos e cultuados do mundo gamer. E, claro, tudo isso com o toque inconfundível da From Software, que se uniu a Activision para criar um dos jogos mais aguardados e comentados de 2019.

Armamento shinobi

Se por um lado os samurais se orgulhavam de lutar de maneira honrada e seguiam uma série de regras descritas no Bushidô, os shinobis eram o extremo oposto. Sem nenhum compromisso com o código de honra dos samurais (os ninjas tinham um código de honra próprio), os ninjas puderam se dedicar a técnicas até então proibidas ou mal vistas no Japão.

O uso da pólvora é um deles. Apesar dos relatos de ter surgido na China, foi popularizada no Japão com a chegada de embarcações europeias. Portanto, os shinobis usaram e abusaram de seu uso. Além disso, armas para matar sorrateiramente como shurikens, zarabatanas, bombas de fumaça e todo tipo de recurso, eram empregados sem nenhum zelo. Afinal, o compromisso desses guerreiros eram somente com sua missão. Nada mais importava.

O que aconteceu com os Shinobis?

Com o fim da guerra, o Japão viveu séculos de paz entre seus feudos. Com isso, boa parte dos serviços para os quais os shinobis eram contratados, desapareceram. Apesar disso, as vilas que abrigavam comunidades inteiras de shinobis mantiveram suas estruturas sociais e culturais.

Após a restauração Meiji e o consequente fim do shogunato no Japão, o governo volta para as mãos do imperador. Ele então abre o Japão para o mundo. Isso possibilitou a chegada de armamentos e tecnologias em no final do século XIX. Com isso, o uso de espadas, shurikens etc. ficou cada vez menos relevante em um mundo que já era dominado por armas de fogo.

Porém, mesmo assim, alguns estudiosos dizem que, temendo enfrentar os clãs shinobis que dominavam o Japão ainda naquele tempo, o imperador ofereceu o ingresso na polícia que começava a ser constituída no Japão para que esses guerreiros pudessem se abrigar e, dessa forma, continuar usando suas técnicas e habilidades de luta. Porém, em favor do país que nascia naquele momento.

sekiro e os shinobis no japao feudal
Afinal, que fim levaram os shinobis?

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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