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Análise: Overland e a arte de sobreviver e se frustar

Overland mistura Roguelike com Sobrevivência e irá testar você a cada minuto

A temática de apocalipse chega de várias formas no mundo do entretenimento. E em Overland teremos uma mistura de um jogo de sobrevivência com um roguelike no meio de um planeta destruído e infestado por aliens. E não pense que ele é mais um jogo comum, pois poderá se surpreender tanto para o bem como para o mal.

Um Estados Unidos infestado de aliens

De certa forma a história de Overland é breve e curta. Houve uma infestação de Aliens (que lembram uma barata estranha) e você deve dirigir da costa leste à oeste dos Estados Unidos. Nenhuma explicação ou motivação é dada para o jogador. Simplesmente dirija e se mantenha vivo.

Infelizmente os personagens não são nem um pouco interessantes. Como o jogo é completamente procedural (gerado de maneira aleatória), os personagens também são. Cada um das 7 regiões do jogo é dividida em diversas fases que lembram a forma de um diorama. Entre uma fase e outra os personagens terão uma interação mínima, mas nada que seja relevante.

Adicionalmente, deixo aqui uma oportunidade perdida. Logo no início do jogo não existe um tutorial propriamente dito. Você será um personagem que verá seu amigo/parceiro ser morto, entrará no seu carro e seguirá para a próxima área. Simples assim.

Um mundo 100% procedural

Como era de se esperar, Overland é um jogo de forma procedural. Afinal um Roguelike demanda isso. Porém, absolutamente tudo no jogo é procedural. Cada fase será diferente a cada nova jogada. Os itens e suas localizações também. E os personagens? Claro, aleatórios assim como suas habilidades e itens que carregarão. E os inimigos, esses lindos? Sim, aleatórios! Tanto sua localização, como quantidade e tipo.

É tudo isso pode levar o jogador(a) a uma grande frustração. Afinal de contas seu controle sobre o jogo é mínimo e pode demorar um tempo até achar a sua party perfeita. Você pode ter um personagem normal que é um tanto inútil ou pode ter um que venha com uma habilidade passiva que irá redefinir o jogo. Por exemplo, um personagem com uma ação extra. Ou um personagem que não gasta ações na hora de vasculhar por itens.

Além dos personagens humanos, temos os cães. Eles são extremamente úteis e podem latir e morder os inimigos. Com o inimigo é guiado pelo som, isso pode ser uma mão na roda para atraí-los. Claro, o cachorro só pode pegar um item por vez e tem funções limitadas, como não poder dirigir um carro (obviamente).

Corra para sobreviver, mesmo que vá morrer

Como mencionei acima, Overland é um jogo de sobrevivência também. E diferente de tantos clássicos consagrados no mercado, o objetivo é meter sebo nas canelas. Tentar confrontar os inimigos é uma péssima ideia, pois além de fazer barulho, novos inimigos nascerão após a morte de um companheiro.

Seu objetivo sempre será pegar mais gasolina para seu carro, achar algum item interessante e fugir do lugar. Porém, seus movimentos são extremamente limitados a duas ações por turno. Por exemplo, se deslocar e vasculhar uma caçamba. Após isso, somente poderá se mexer no próximo turno. O jogo vem com uma função muito útil de retroceder uma jogada, porém, esse movimento não funciona sempre e seu uso é um tanto limitado.

Uma outra crítica é que faltou um balanceamento no jogo. A evolução do tipo e quantidade de inimigo é muito rápida enquanto seus personagens evoluem muito pouco. Isso sem contar que todos seus itens tem pouca durabilidade. Não somente isso, mas a mobilidade nas fases não é muito bem feita. Diversas vezes os comandos ficavam confusos no meio da fase e pouco intuitivo.

Overland vale ou não vale?

Essa resposta é um tanto pessoal. O jogo mistura sim muito bem os gêneros de sobrevivência e Roguelike, porém, ele dá muito pouco controle ao jogador. Particularmente não me agrada ficar tanto a mercê da aleatoriedade de ter que esperar um personagem que tenha uma habilidade útil.

Além disso, a fragilidade dos seus personagens diante dos inimigos mostra uma falta de balanceamento no jogo. O fato de um personagem ser atacado uma única vez já faz ele ser um completo inútil. E claro, no segundo ataque ele morrerá.

É verdade que todos esses elementos aliados a alta dificuldade irá causar frustração. Porém, se gosta de grandes desafios e muita estratégia, Overland cairá como uma luva para você.

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Overland desafiará sua paciência e habilidade

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 7

6.8

Compre só se estiver pronto para o desafio

Overland mistura os gêneros Roguelike com Sobrevivência no meio de um Estados Unidos tomado por aliens. Sendo feito completamente em procedural, muitas das suas tentativas acabarão sendo frustradas. Porém, se gosta de altos desafios e de quebrar a cabeça, Overland pode ser o jogo certo para você.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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