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Análise: Katana Kami é o “Diablo com samurai” que queríamos

Se prepare para entrar de cabeça na cultura japonesa, matar demônios e pagar uma dívida exorbitante

Katana Kami: A Way of the Samurai é o mais novo jogo da Spike Chunsoft e já está disponível para PS4, Nintendo Switch e PC. Nele iremos ajudar a pagar uma grande dívida de um ferreiro da era Meiji, que teve sua filha tomada como colateral.

Para tal, toda noite será possível entrar em uma árvore sagrada dos ferreiros e explorar seus quase infinitos andares coletando material, dinheiro e matando muitos monstros no melhor estilo Diablo.

Fazendo uma grande dívida

Em Katana Kami, o ferreiro Dojima acaba se endividando de muitas formas e agora deve 99.999,00 “dinheiros”. Tal quantia deve ser paga ou ele sofrerá as consequências. Para mostrar que essa “instituição financeira” não está de brincadeira, eles sequestram a filha de Dojima como colateral e, caso o débito não seja pago, ela será vendida como escrava ou pior.

Passando por essa confusão, um samurai (que você controlará) se oferece para ajudar Dojima a pagar sua dívida. Seu pedido é muito simples, poder casar com a bela filha dele. Sem muitas alternativas Dojima aceita o acordo e a cada X dias uma nova quantia será cobrada e você deverá ter esse dinheiro para que não piore ainda mais sua situação.

Curiosamente ao acordar a noite, o Samurai vê uma estranha passagem em uma árvore Ipponmatsu. Nela ele descobre uma dungeon infinita que é possível conseguir materiais, espadas, dinheiros e itens. E ai começa sua aventura.

Katana Kami de dia

Katana Kami: A Way of the Samurai se divide em duas partes basicamente, dia e noite. O ciclo diurno serve para você basicamente organizar sua vida. Pode até ser interpretado como a HUD do jogo, que está repleta de atividades.

A primeira que todos irão querer fazer é a utilização da mão de obra gratuita de Dojima para melhorar suas espadas. Cada uma das espadas tem uma estância (up, mid, side, low, etc) e tem uma quantidade de vezes que pode ser melhorada. Tendo os materiais, pode fazer essas melhorias sem gastar nenhum dinheiro.

Ainda na casa de Dojima é possível dormir (para chegar a noite que é o combate), guardar suas armas e itens e fazer entregas a pedidos. Afinal de contas, quanto mais se vende, mais perto eles ficam de pagar a dívida. Essas entregas são feitas com as muitas espadas que você trará do Ipponmatsu.

Já do lado de fora da casa é possível falar com um espião para que ele de presentes para sua futura esposa, comprar itens em geral, novas roupas e até contratar um guarda costas para te seguir na aventura noturna. Além disso, é possível ver um quadro geral que mostra as notícias do dia, como cada uma das três grandes famílias estão e a tensão entre elas. E também é possível pegar diversas quests secundárias para conseguir novos itens e mais dinheiro.

Logicamente, quanto maior a tensão entre essas famílias, maior a probabilidade de uma batalha. E tendo uma batalha, Dojima venderá mais espadas e ganhará mais dinheiro.

Katana Kami a noite

Tudo resolvido, espadas afiadas, itens selecionados, espaço no inventário disponível para novas armas e lá vamos nós!

Assim como boa parte da jogatina em Diablo (principalmente o 2), Katana Kami segue a mesma ideia de jogo. Explorar diversos andares e quanto mais para baixo for, mais difícil será o jogo e seus chefões. Já adianto que o loot é farto e me via constantemente parando para descartar as espadas de baixo nível e ficando com as melhores. Inclusive eu não passava mais do que duas explorações sem ter uma nova e melhor arma para usar.

Os ambientes da Ipponmatsu são absolutamente fantásticos! É lindo demais e super bem feito representando muito a cultura japonesa. Temos lagos, florestas escuras, jardim japoneses e muito mais. Sendo honesto, na ambientação eu não mudaria uma vírgula. E também temos a parte sonora, que também da outro show! Mais uma vez representando muito bem a cultura japonesa, temos uma trilha sonora que é bem condizente com o ambiente e com o momento do jogo.

Vale uma rápida nota que no meio de tanta qualidade, o som dos inimigos mortos é muito tosco. Mas não é ruim, chega a ser hilário. Imagina uma caveira (que já está morta) morrendo de novo e gritando “ahhhhhhhh” por mais segundos do que deveria.

E por falar em inimigos, eles são inúmeros! Assim como você tem uma estância, eles também tem e cada um ataca de um jeito e em diferentes velocidades. É realmente muito criativo o jogo nessa parte.

O fator RPG

Quando você joga um RPG, você está acostumado a elevar o seu nível e ficar cada vez mais forte, porém, isso é feito um tanto diferente em Katana Kami.

Primeiramente, toda vez que recomeça sua jornada nesse reino místico, seu nível sempre será 1. A medida que vai matando os inimigos, seu nível vai aumentando assim como sua vida e estamina. Por outro lado, as armas terão seu nível mantido. É normal matar centenas de inimigos com uma espada e chegar até altos níveis com ela.

Adicionalmente existe um modo especial que tem três níveis. O legal é que cada espada lança um especial diferente e é um belo show de luzes. Como exemplo: uma jogava raios nos inimigos, outra já fazia labaredas de fogo. É muito satisfatório sempre procurar a melhor espada e deixá-la mais forte.

Além disso é possível equipar itens que irão melhorar sua vida, vitalidade, defesa e por aí vai. Particularmente eu preferi os itens que aumentavam meu inventário para sempre ter as melhores espadas a disposição, seja para usar ou então vendê-las.

E, para fechar, o combate do jogo é bem simples. Ataque fraco, ataque forte, esquiva para trás, defesa e fazendo na hora certa e parry. Ao fazer o parry é possível encaixar um ataque fulminante e super poderoso. Vale ressaltar que algumas vezes a movimentação do personagem era meio dura. Nada que atrapalhe o jogo, mas é perceptível ao jogar.

Problemas no jogo

Eu amei Katana Kami: A Way of the Samurai? Sim, sem dúvidas e recomendo para qualquer um, porém, ele tem uns problemas chatos.

Acredito que o maior problema seja a Inteligência artificial. Ou no caso, burrice artificial. Eu raramente me senti desafiado no jogo (salvo nos chefões). Até porque quando estava ficando fraco, eu subia de nível e recuperava minha vida. Muitas vezes os inimigos ficavam parados que nem grande “bocós”. Ou demoravam para ver que estava na cara deles dando espadadas.

Outras vezes, eu vi bugs nos inimigos. Ou eles ficavam completamente parados ou então eles ficavam correndo na parede. Isso quebrava um pouco a imersão.

Algo que não é um problema mas poderia ser melhor é: o modo cooperativo. Ao longo da minha jogatina eu me deparei com outros jogadores humanos, mas a experiência foi a mais fraca possível. Não existia um meio de comunicação nem de fazer um grupo para seguir a aventura. A não ser que esteja com um amigo e consigam se planejar de estar no mesmo servidor. Mais vale contratar um guarda costas.

Para fechar, a HUD do jogo não é nem um pouco amigável. Ela é super burocrática tendo sempre que entrar no menu e procurar o que você quer. Sem contar que tem que você deve interagir item por item. Por exemplo, se quiser jogar dez espadas fracas fora, terá que repetir a ação dez vezes.

Katana Kami é diversão certa

Visual, ambientação e gráficos - 9.5
Jogabilidade - 8
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8.5
Polimento geral do jogo - 7

8.4

Ótimo

Katana Kami: A Way of the Samurai consegue encaixar muito bem o estilo RPG de um Diablo-like em um mundo rico em cultura japonesa. Ele tem muito loot, muitas armas com efeitos para serem usados, uma excelente ambientação e uma ótima trilha sonora. Porém, tem alguns probleminhas que não atrapalham o jogo, mas precisam ser considerados.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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