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Análise: Blair Witch entrega tensão, com uma dose de tédio

Jogo teve seu lançamento no Switch um ano depois das outras plataformas

Blair Witch é um jogo de terror que se passa no mesmo universo da série homônima dos cinemas. Desenvolvido pela Bloober Team, responsável por Layers of Fear, o game mistura elementos do filme icônico de 1999 ao gênero de Survival Horror. Vale ressaltar que a versão utilizada para desenvolvimento dessa análise foi a do Nintendo Switch, lançada um ano após as outras plataformas.

O que é Blair Witch?

O ano é 1996. Os jogadores são colocados na pele de Ellis Lynch, um detetive de polícia que decide ajudar na busca por um garoto desaparecido. Com o apoio de seu cão Bullet, o mesmo adentra a floresta de Black Hills, mesmo local onde o primeiro filme é ambientado. No entanto, conhecidos do protagonista deixam claro que não apoiam a ideia do mesmo auxiliar nas investigações.

O jogo possui câmera em primeira pessoa e, como ocorre em diversos jogos de survival horror, o protagonista não possui arma alguma para se defender. Munido de uma lanterna, um rádio e um celular, os jogadores partem para dentro da floresta ao lado de Bullet. Essa premissa chega a ser batida, mas a ambientação gráfica e sonora do jogo instiga os jogadores a descobrir mais sobre a narrativa.

Não olhe para o escuro

A jogabilidade é um dos destaques do game. Seu principal diferencial? Bullet. O cão policial nos acompanha durante toda a aventura, servindo para nos guiar, buscar objetos escondidos e até permitindo o acariciar por ser um bom garoto. Ainda, apesar do jogo não presentear os jogadores com uma arma de fogo, a lanterna se mostra bastante útil para enfrentar inimigos da floresta. Com o apoio do Bullet os jogadores precisam enfrentar seres etéreos apontando suas lanternas aos monstros, que são invisíveis aos olhos, mas são indicados pela direção do latido do cão.

Além disso, conforme progridem no jogo, é introduzida uma câmera de vídeo que permite a materialização de objetos presentes nos vídeos. Basicamente alterando a realidade à-la Feiticeira Escarlate, a movimentação de portas, materialização de objetos e reconstituição de cenários pode ser manipulada rebobinando e avançando as gravações. Isso é uma mecânica muito interessante, e adiciona elementos que tornam o jogo mais variado. Ainda, mais para o final do game, somos apresentados a uma funcionalidade da câmera que permite a visualização de marcas ocultas aos olhos do protagonista, tornando-a essencial para a progressão.

A floresta perdida

Por conta do jogo se ambientar em uma floresta grande e misteriosa, os cenários são grandes, com baixa iluminação e poucas indicações de caminho. Dessa forma, em muitas das vezes é necessário ficar procurando objetos pequenos no cenário sem dica alguma do jogo, tornando a experiência até frustrante. O jogo não conta com um mapa, não são apresentados menus ou mensagens na tela a fim de aumentar a imersão, e a iluminação e textura dos cenários não é muito detalhada (na versão de Switch).

No entanto, a narrativa é interessante e deixa os jogadores curiosos pelo destino do protagonista, assim como do garoto desaparecido, culminando em um final bastante intenso. Elementos de história são contados por meio de diálogos e arquivos espalhados pelos cenários durante a campanha, fazendo com que os mais curiosos tenham que buscar em todos os cantos para saber mais dos personagens.

O maior problema encontra-se no jogo exigir que sejam localizados objetos pequenos e sejam realizadas diversas tarefas não tão empolgantes para que se progrida na história. Por conta disso, no decorrer do jogo o sentimento de tédio o representa muito bem. Em diversos momentos, espera-se que o jogo explique logo seus mistérios, preencha as lacunas e se encerre, pois a história parece não ir a lugar nenhum, levantando perguntas e apresentando quase nenhuma resposta. Isso se perdura até os momentos finais do jogo, onde cenários são apresentados em looping com as explicações de cada segmento até alcançar o desfecho da narrativa.

Versão de Nintendo Switch

Como mencionado, o jogo recebeu seu lançamento no console da Nintendo cerca de um ano após as outras plataformas. Todo esse tempo foi gasto criando a melhor e mais viável experiência da Bruxa de Blair no console. O maior problema é que o híbrido não possui uma potência que alcance seus concorrentes, atenuando alguns defeitos do game.

Para a realização desta análise, joguei a primeira metade do jogo no modo portátil, e a outra no modo dock. Inicialmente, me deparei com diversos problemas de modelos brotando logo à frente do jogador, assim como dificuldades para ler e distinguir objetos. Já no modo Dock, a imagem ficou mais clara e nítida, porém as texturas chegavam a parecer de duas gerações atrás. Vale ressaltar que a performance continuou lisa, e ocorreram algumas quedas de FPS no modo Dock durante uma ou outra cutscene que não era pré-renderizada.

Porém nem tudo está perdido nessa versão. Além, da portabilidade de jogar fora de casa, os jogadores do Switch possuem facilidade na seleção de menus, por conta da tela touch, assim como a funcionalidade de HD Rumble, que atenuam a imersão tensa e assustadora. Ainda, vale ressaltar que a versão permite que os jogadores customizem o visual do Bullet, e conta com um minigame extra no celular do Ellis.

Blair Witch vale a pena?

Blair Witch traz uma proposta bastante interessante sobre a série em uma mídia totalmente diferente dos cinemas. Com uma narrativa misteriosa, porém maçante, o jogo apresenta mecânicas interessantes e inovadoras, apresenta objetivos diferentes e conta com alguns personagens marcantes. Ainda, apesar do desfecho ser um pouco clichê, o mesmo conclui bem a narrativa construída durante as 4 a 5 horas de jogo. Os cenários são bonitos, e repletos de detalhes tanto visuais quanto sonoros que tornam a ambientação tensa e macabra. Vale ressaltar que o jogo possui localização dos textos, menus e legendas para o Português Brasileiro, tornando-o mais acessível.

Como a análise foi baseada na versão de Nintendo Switch, vale levar em consideração que a mesma é interessante principalmente àqueles que buscam um jogo de terror para jogar no modo portátil. Caso puder escolher entre essa e as outras versões, sugiro buscar uma outra plataforma, visto que as limitações de sistema do híbrido acabam entregando um jogo com visuais nada animadores, e que inclusive dificultam a leitura de textos no jogo.

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Blair Witch

Visual, ambientação e gráficos - 5.5
Jogabilidade - 7
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 8
Imersão - 8

6.9

Mediano

Blair Witch traz inspirações bastante interessantes do filme clássico, porém problemas na narrativa, design dos cenários e, neste caso, no port para o Nintendo Switch tiraram um pouco do entusiasmo.

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Nicolas Togashi

Graduado em desenvolvimento de jogos e aficionado por essa mídia, perde mais tempo jogando do que efetivamente utilizando a graduação para alguma coisa. Ama RPGs, e se esforça para ser um bom aliado nos jogos online.

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