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Análise: Deadly Premonition 2: A Blessing in Disguise

Após 10 anos, a sequência chegou!

A série Deadly Premonition, desenvolvida pela Access Games, divide opiniões na internet e possui tanto fãs apaixonados quanto notas baixas pela mídia especializada. Agora, 10 anos depois temos o lançamento de Deadly Premonition 2! O jogo se passa em 2005, onde agente do FBI, York (ele prefere ser chamado assim, somente) visita Le Carré, uma pequena cidade em Nova Orleans, onde encontra um misterioso caso de assassinato em série ao lado de seu “ajudante e companheiro” Zach. Confira nossa análise abaixo.

Um jogo mais claro e amigável

Deadly Premonition 2 é um jogo de mundo aberto com temática de terror e investigação. O jogo é bastante focado em conversas com os habitantes de Le Carré e mostra isso logo em seus momento iniciais. Onde você, no comando de uma detetive do FBI, Aaliyah Davis, interrogando nada menos que Francis Zach Morgan.

Após o intenso e longo interrogatório, Zach diz que irá ajudar a detetive e começa a se lembrar do que aconteceu em Le Carré durante suas férias. Após seu carro ser roubado, o detetive fica sabendo de um misterioso assassinato na pequena cidade e decide se aprofundar na história e desvendar esse mistério.

O primeiro impacto ao jogar Deadly Premonition 2 é sua paleta de cores. O primeiro jogo tinha um cenário mais puxado para o cinza, cores menos vibrantes (muitas coisas nele podem ser comparadas com Resident Evil 4) e um visual mais melancólico. Já em Deadly Premonition 2 temos dias vibrantes, uma cidade do interior onde todos estão vivendo felizes e aceitando sua vida, ao menos em um primeiro momento. Aqui temos cores mais vibrantes, animais soltos pelos canteiros e pessoas se divertindo.

Como seu carro foi roubado, seu meio de transporte passa a ser um skate – sim, um skate! Com ele você poderá andar pela cidade mais rapidamente e futuramente passar por obstáculos (com um pouco de treino). Mas fique tranquilo, essa não é a unica maneira de se locomover por toda a cidade. Um serviço de carona está sendo lançado na cidade e você poderá abrir pontos de fast-travel pelo mapa para poder usar pagando uma pequena ajuda para a motorista.

Para fechar essa vibe mais leve, temos ainda uma trilha-sonora chiclete e uma introdução/entrada musical digna de uma série de Netflix ou filme do Tarantino. Uma pena que os efeitos sonoros do jogo não tiveram o mesmo tratamento da trilha.

Com tudo isso disto, temos aqui um jogo claramente mais leve que o anterior, ainda mais puxado para o humor e que não pretende ser levado a sério em (quase) nenhum momento.

Jogabilidade e missões

Como normalmente acontece em jogos de mundo aberto, você terá missões primárias de investigação e andamento da história, missões secundárias que complementam a história principal dando pequenas informações e atividades dadas pela comunidade ou mural da polícia. O jogo também possui pequenos mini-games como boliche e tacar pedras para quicar na água. Conforme você aumenta seu número de pontos ganhará itens e consumíveis.

Em Deadly Premonition 2 você terá que “planejar” bem o seu dia, já que o jogo tem sua progressão em dias da semana e horário. Tendo uma separação bem clara entre manhã, tarde e noite.

Com isso deixo aqui uma critica a essa opção de jogabilidade escolhida. Alguns personagens só aparecem em certo local em um horário determinado do dia. Esse é momento que ele lhe dará missões e receberá as mesmas de volta. Ou seja, não importa se você encontrá-los durante o dia em outros lugares da cidade. Eles irão agir como se nada tivesse acontecido. Caso já tenha passado o horário certo, você só irá conseguir concluir ou pegar uma nova missão no dia seguinte. O problema maior é que nenhuma dica é dada pelo jogo, isso é deixado totalmente para sua intuição e observação – frustrando um pouco em alguns momentos.

Para te ajudar nesse ponto, você pode dormir no seu quarto de hotel, pode acampar em meio a parques (não esqueça de acender o fogo) e até mesmo fumar para passar o tempo mais rápido. Ou seja, por mais que o lance dos horários seja um problema, o jogo te dá opções para não esperar tanto tempo.

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Outro problema é a descrição de cada uma das missões, conseguir alguns materiais ou caçar algum tipo de animal é deixado para a sua exploração. Nem sempre é indicado onde você pode encontrar os objetivos, porém em alguns momento a missão é sim super clara do local ou de como achar. A falta de coerência nas dicas também é algo que incomoda em alguns momentos.

Para você não ficar perdido, sempre que algo caminha pela trama, você deverá ir até a sua parede de provas e investigação e York começará a lhe fazer perguntas sobre tudo até então, para tirar suas dúvidas e ver se você está acompanhando. Podemos dizer com isso que o jogo tem uma quebra da quarta parede constante e confuse. Já que você responde como Zach.. mas nós somos o Zach?

Outro ponto importante da jogabilidade de Deadly Premonition 2 é durante a madrugada do jogo. Quando chegamos nesse momento do dia, as pessoas somem das ruas, tudo fica em um tom avermelhado e criaturas começam a nascer durante as ruas. A principio é totalmente do nada, você só sabe que existe um fenômeno, quase que uma lenda urbana a qual as pessoas da cidade levam muito a sério e ninguém pode dar mole por aí.

Consumíveis, melhorias, fome e… banho?

Deadly Premontion 2 tem uma grande gama de itens consumíveis que darão os mais variados buffs. Você poderá usar Kit de primeiro socorros para melhorar sua vida, café para aliviar tonturas e melhorar a concentração, protetor solar, remédios para envenenamento e até mesmo perfume para dar uma trégua quando você estiver sem banho. Sim! Você terá que tomar banho em Deadly Premonition 2. Caso você fique muito tempo sem higiene moscas começaram a te rodear e inimigos poderão te ver de mais longe e você perderá dinheiro devido a isso. (Você também ganha dinheiro caso se mantenha limpinho.)

Além do banho, você deverá manter York alimentado para não perder vida nem fôlego e também poderá fazer a barba, em troca de dinheiro por se manter barbeado. Essa é uma parte bem interessante do jogo, ver a evolução da barba te dá uma sensação dos dias passando e do foco de York em resolver o caso.

Porém, não se preocupe com sua fome. Máquinas de lanches estarão espalhadas por toda a cidade de Le Carré, além de estabelecimentos com pratos mais bem preparados

No jogo você também poderá colocar pequenos “charms” em sua arma, corpo, skate ou nos atributos de mini-game, trazendo melhorias para cada um, como: aumento do dano, balas explosivas, chances maiores de drop de itens e etc.

Combate em Deadly Premonition 2

Já de inicio você terá a opção de dar socos apertando o botão de ataque – mas cuidado! Dar socos em civis fará você perder uma boa quantidade de dinheiro, nao trate Deadly Premonition 2 como um GTA nesse ponto.

Após conhecer algumas pessoas por Le Carré, você receberá uma ponderosa pistola de bala de borracha, a principio apenas para se livrar dos animais que perambulam pela cidade. (Malditos esquilos ladrõeszinhos!).

Diferentemente do primeiro jogo, em Deadly Premonition 2 você poderá andar e atirar ao mesmo tempo, dando um pouco mais de mobilidade para o tiroteio e contra os inimigos de verdade, você também terá um tiro carregado que perseguirá seu inimigo dando um dano alto de uma vez.

Sua arma também terá setup diferentes, com diferentes tipos de balas e “charms” para trocar no momento que achar mais conveniente. O combate funciona bem e a unica coisa que me incomodou, além de ser bem fácil, foi causado pelos problemas de performance do jogo.

Performance no Switch

Como dito antes, a primeira coisa que você percebe no jogo são seus gráficos mais coloridos e alegres mas não só isso. Fica clara uma melhoria na arte de jogo, design dos personagens e seus problemas de performance.

O jogo sofre com quedas visíveis de FPS principalmente quando você está andando pela cidade (dentro dos locais as coisas até melhoram) e chega até a dar algumas travadas se você virar a câmera rapidamente ou se for rápido demais em alguns locais. No modo portátil isso diminui um pouco e até o momento desta análise é a melhor maneira de se jogar Deadly Premonition 2.

Por conta dessas limitações gráficas e de performance, o jogo não parece se importar com a continuidade. Patricia, que é uma auto nomeada ajudante de York, conversa com você sempre quando você está caminhando pela cidade. Porém, se você começa a andar de skate ela some, continua conversando com você e reaparece onde quer que você pare. Isso não traz nenhum problema para o jogo, mas serve como um aviso que a Access Games não buscou realidade nos pequenos detalhes de continuidade.

Erros e Acertos de Deadly Premonition 2

Deadly Premonition 2 melhora muito em comparação ao seu título anterior mas não em tudo. Gráficos ultrapassados e problemas de performance ainda são um problema no jogo. A escolha de como as missões funcionam não parecem ter sido vistas a pente fino, já que umas dão informações demais e outras informação nenhuma. Isso acaba sendo a real dificuldade do jogo: a progressão na história com informações faltando e seus problemas de performance e loadings demorados.

Porém, algo em Deadly Premonition 2 me faz querer continuar (e isso não pode ser ignorado), sua história por mais cliché que seja, prende o jogador para descobrir o porque de tudo estar acontecendo. Conversas bem-humoradas entre os personagens e NPCs valem sua atenção, além das ótimas referências a filmes clássicos. Tudo isso serve de combustível para você continuar jogando mesmo com seus problemas citados, coisa que não é fácil de acontecer na maioria dos jogos.

A impressão que eu tenho é que Deadly Premonition 2 não se encaixaria em uma crítica com pontuação tradicional, tudo nele pode ser bom ou ruim dependendo de como você o encara e o quanto você gosta de coisas nonsense e esquisitas. Aqui o que mais conta é a DIVERSÃO! E para mim, Deadly Premonition 2 é um jogo divertido. Quanto mais eu conheço Le Carré, mais eu quero continuar a jogar.

Seja você é um adorador da série ou um novo aventureiro, fique de olho em Deadly Premonition 2, mas tenha em mente os problemas aqui citados e saiba onde está pisando já que este não é um jogo que agradará a todos – seja por sua temática, suas longas conversas ou seus problemas de performance.

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Deadly Premonition 2

Visual, ambientação e gráficos - 6.5
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 7
Performance - 6

6.7

Mediano

Deadly Premonition 2 é estranhamente viciante, mesmo com vários problemas pontuados no texto. O tempo passa rápido graças a sua trama, seus NPCs caricatos e ao fato de você ter que desvendar um crime bizarro, combater seres de outro plano, jogar boliche, fazer a barba, tomar banho, matar esquilos e passar perfume - não necessariamente nessa ordem. E lembre-se que Deadly Premonition 2 é um jogo que não pode ser medido somente pela nota técnica, temos aqui um jogo muito peculiar que mesmo com problemas de performance pode divertir por horas quem jogar.

User Rating: Be the first one !

Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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