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Análise: Imagine Earth – o primo distante de Anno

Acredita que os humanos acabaram com a terra de novo?!

Desenvolvido e publicado pela Serious Bros, foi lançado para PC a agradável surpresa Imagine Earth, um game de colonização e exploração de recursos espaciais aonde seu objetivo é gerir uma população em crescimento e, ao mesmo tempo, coletar recursos para produção de produtos e comércio. Vem com a gente para análise de Imagine Earth!

O game conta com legendas em português e está disponível apenas para PC, pela plataforma Steam. Realizamos esta análise no PC com uma cópia do jogo cedida pela produtora.

Uma história super explorada mas que não perde o charme

Imagine Earth tem uma caretice muito comum em alguns jogos com o mesmo conceito, que é: o ser humano acabou com os recursos naturais do nosso planeta e precisa procurar alguma alternativa. Não é um conceito ruim, apenas não é novidade alguma e, infelizmente, é o caminho mais realista da humanidade atualmente. Basicamente foi descoberto um jeito de fazer viagens interplanetárias e, com isso, a humanidade “abandonou” a terra do jeito que estava em procura de industrializar outros planetas para suprir a demanda global por recursos.

Você trabalha como um CIO em uma dessas CIA’s que visa, arbitrariamente, explorar os recursos desses planetas para “um bem maior”. Não achei a história ruim, embora o clichê, mas também não encontrei nenhuma novidade. De um modo geral, estamos encarando mais do mesmo explorado em algumas outras franquias. No final, o modo como isso é explorado, pesa muito mais do que o contexto da história em si e, acredito, nesse ponto, Imagine Earth não peca nem um pouco.

Embora algumas coisas já tenha sido exploradas por outras empresas, Imagine Earth tem seu carisma particular, e gostaria de reforçar um ponto pessoal aqui, embora muitos outros sites e críticos referenciem Sim City como sua fonte inspiradora, acho Imagine Earth muito longe dessa premissa, se embebendo muito mais da franquia Anno, o qual se foca mais na exploração responsável e na demanda particular da população.

O Belo feio…

Graficamente, Imagine Earth não é mal feito, mas é muito mal explorado, digo isso baseado nas franquias que serviram de fonte para a criação do mesmo. Em Sim City e em Anno, existia uma vida nas cidades, no caso, durante nossa análise de Imagine Earth isso basicamente não existe. Além das cidades “grandes” não serem exploradas, você não encontra vida em praticamente momento algum. Não considerei isso um ponto absurdamente ruim do game, mas senti essa falta em me envolver com o que eu estava criando. A partir do terceiro planeta no modo campanha, fiquei, literalmente, sem interesse algum em prestar atenção na evolução visual do meu planeta e foquei totalmente na parte administrativa – ponto esse muito forte, por sinal.

Totalmente em contra partida, embora não seja algo “revolucionário”, os personagens são figuras cartunescas bem carismáticas. A principal parte do contato é feito por forma desses “cartoons” e não desagradou em nada, bem pelo contrário. O chefe, por exemplo – a quem eu, pessoalmente, chamei de “Wolverine” – é divertido esperar o diálogo em cada missão nova ou nas concluídas.

Em resumo, na versão que tivemos acesso para a análise de Imagine Earth, graficamente o game não desagrada, mas não espere por nenhuma novidade ou por algo surpreendente.

Complexidade, para quem curte

Devo, ante de falar do gameplay de um modo geral, admitir que gostei MUITO do jogo, porém, assumo que existam “poréns” a se enfatizar antes de uma opinião que possa parecer pessoal. O jogo não possui controles complexos – mouse pra mover câmera e alguns atalhos nas teclas para abrir menus, construções etc. Eu, virtualmente, descartei o mouse para mover a câmera pois o mesmo está relativamente bugado/travado, sendo as teclas WASD muito mais práticas ao uso.

Também devo informar que Imagine Earth, não é para qualquer um. Embora me prenda pela temática administrativa em si (e confesso ser fã do mesmo), não posso afirmar que QUALQUER pessoa venha a ter a mesma experiência positiva que eu.

Administrar as colônias se demonstrará uma tarefa super complexas, não apenas você precisará de recursos para produzir bens e comercializa-los, mas será necessário se preocupar com o bem estar dos seus cidadãos também. Chuvas de meteoros, pandemia e ataques piratas serão recorrentes e se sua colônia não estiver bem protegida e equipada para evita-los, culminará em um possível Game Over.

São tantos aspectos a se considerar que seria necessário um texto de horas para se explicar tudo, de um modo geral, o jogo tem uma complexidade bacana mas excessiva, o que, provavelmente, só agradará quem curte esse tipo de dificuldade nos games (meu caso).

A referência correta

Como referenciado anteriormente nessa análise de Imagine Earth – e, possivelmente, mais ainda a frente, o jogo pode ser considerado como um novo Anno, isso porque alguns detalhes se assemelham tanto que fiquei até intrigado em ver outros sites referenciando franquias como Sim City e Civilization como sua fonte inspiradora.

Anno se baseia em evoluir sua cidade gerando novos bens de luxo para agradar e evoluir os cidadãos e, com isso, abrir novas estruturas até o ponto principal da missão que você está jogando, seja conseguir recursos, uma quantidade específica de cidadão etc. Imagine Earth tem exatamente a mesma premissa, no geral, você precisa, em cada planeta, possuir uma quantidade X de pessoas e fazer várias mini missões ao tentar atingir o objetivo principal. Nesse meio tempo, é necessário cuidar de aspectos como energia, vital para manter as fábricas e fazendas funcionando; alimentação, auto-explicativo, necessário para manter sua população satisfeita e evitar a debanda da mesma; bens de luxo, servindo para manter o conforto da população e manter a mesma satisfeita e materiais comerciais, feitos exclusivamente para produzir produtos e/ou vender.

Outro aspecto muito parecido é a poluição, enquanto você constrói fábricas e fábricas de bens materiais e de energia, sua poluição diminui a produtividade de bens orgânicos assim como aumenta a insatisfação da sua população, gerando uma redução na produção de comida, nos impostos e até mesmo levando a incêndios florestais e pandemias.

Além disso será necessário construir postos de saúde, bombeiros, fábricas etc, e cada local aonde uma construção é elevada, existe algum efeito adverso, seja para a própria seja para as adjacentes. Ter uma fábrica super poluente próximo a um centro urbano, por exemplo, gera insatisfação daquela população, contornável gerando florestas ou um parque urbano próximo.

Outro ponto bem bacana é a parte de ações, você será confrontado com outras empresas/civilizações ao longo das suas explorações interplanetárias que terão o mesmo objetivo que você, porém, tanto você quanto estas, poderão encontrar dificuldades financeiras ao longo dessa trajetória. Para resolver a questão, existe a opção de lançar ações no mercado, dando liberdade tanto para você, quanto para o adversário, conseguir um lucro para alavancar a exploração de recursos do planeta explorado, porém, ao mesmo tempo, diminuindo seus lucros contínuos dado a necessidade da divisão dos lucros com os sócios, assim como o risco de vender ações demais e tornar algumas das suas cidades vulneráveis a compra por parte dos acionistas.

Como dito antes, são tantos detalhes complexos que, daria para gastar um bom tempo de escrita (e leitura). Resumidamente, o game tem uma complexidade que, para quem curte essa pegada e se der a oportunidade, vai encontrar uma boa dose de dificuldade x satisfação.

A música do “Anno”

Não consigo deixar de referenciar Anno mais uma vez, digo isso porque sou fã da série, possuindo praticamente todos os jogos da franquia e reconheço, mais uma vez, alguns traços do mesmo na parte sonora.

Imagine Earth possui um trilha sonora melancólica e “esperançosa”, EXATAMENTE a mesma sensação que senti ao ouvir a trilha de Anno 2070. Um pouco de high tech com melancolia do fim dos tempos, agrada de se ouvir até mesmo quando estamos vendo alguma noticia no alt+tab. Sua (possível) fonte inspiradora, me agradou tanto nesse ponto que cheguei a salvar a trilha em meu celular para ouvir enquanto ia para o trabalhou ou até mesmo quando estudava, uma possível opção, também, para esse game.

As dublagens também são bem bacanas, não havendo, até o momento dessa análise, nenhum diálogo não dublado, ou quiçá, mal dublado, um outro ponto positivo para o game.

Única critica que tenho nesse critério são os efeitos sonoros que, em contraste com a dublagem e a trilha-sonora, são fracos e praticamente imperceptíveis. O barulho das explosões e quedas de meteoros não geram empolgação alguma e tornam um evento que poderia ser incrível em algo “menor”.

Se não estiver acostumado, prepare-se para o desafio

Imagine Earth é um de um modo geral um game muito agradável, senti uma ligeira falta de exploração nos detalhes visuais e na vida dos planetas, mas encontrei uma boa dose desafio que me fez perder completamente o foco nesses “pequenos” detalhes. Admito que o game caiu nas minhas graças devido ao meu gosto particular pelas complexidades, que apenas um jogo cheio de detalhes administrativos poderia me dar.

Mas sei, também, que não é um jogo para qualquer um, apenas quem tiver a vontade e paciência de perder horas e horas com os mínimos detalhes que a administração de diversos recursos vem a causar, poderá encontrar prazer em um game como esse. Por um gosto pessoal, esses detalhes, somados a música extremamente agradável, me fez perder horas tentando gerir cidades até mesmo após concluídas, apenas pelo prazer de vê-las ainda mais completas.

Curtiu nossa análise de Imagine Earth? Fique ligado no Última Ficha para mais notícias sobre esse e outros games!

Imagine Earth

Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 7
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 9

7.5

Bom!

Não é um jogo para qualquer um, apenas quem tiver a vontade e paciência de perder horas e horas com os mínimos detalhes que a administração de diversos recursos, poderá encontrar prazer em um game como esse.

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Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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