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Análise: Necromunda: Hired Gun não é um Doom

Necromunda: Hired Gun mostra uma clara inspiração na série Doom moderna, mas não consegue ser igualmente comparável

Há certos jogos que você consegue, quase que instantaneamente ao começar a jogar, saber de onde veio grande parte de sua inspiração. Nem sempre é possível criar um jogo, um estilo e uma pegada 100% original e sem inspirações. Necromunda: Hired Gun é um exemplo destes jogos que logo de cara você sente a conexão direta com outro jogo. Neste caso, uma inspiração bem explícita com o gameplay, ambientação e espírito de Doom Eternal.

Essa análise foi baseada na experiência de jogo em um Playstation 5, graças a um código cedido gentilmente pela produtora Focus. A análise não contém spoilers. Necromunda: Hired Gun está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series S|X.

Mas custando R$150,00 no PC e R$215,00 nos consoles (na data de publicação desta análise), será que Necromunda: Hired Gun será uma boa compra? Principalmente para os super fãs de Doom e jogos do estilo?

ENREDO

Com uma clara inspiração de combate, caos e gore, Necromunda: Hired Gun te coloca na pele de um caçador de recompensas. Ao desenrolar do jogo, através de missões de recompensa, você vai explorando a ‘Colméia’, no meio de uma guerra de gangues para dominar os territórios.

As missões não seguem muito uma linearidade e estão ali mais para te fazer avançar no jogo, te trazer novos desafios, mostrar novos inimigos, te dar novas armas e te faz explorar o mundo louco de Necromunda. Falando em explorar o mundo louco, é um mundo infernal, uma espécie de amontoado de fábricas e construções industriais colossais, abandonadas, tomadas pelo caos e dominadas por inimigos. Em alguns momentos me passava a sensação da cidade de Matrix: Revolutions.

Cada missão se passa em um local específico, com um design de mapa mais insano e mais caótico que o anterior. Cada vez que você pega o elevador para te deixar numa missão, você consegue ver a densidade e a imensidão do mundo Necromunda. Mas este, e um outro ponto bobo que eu vou comentar na conclusão, são os pontos altos do jogo. Daqui para frente são tentativas e implementações mais ou menos.

Em resumo, você é um mercenário, que vai ouvir uma histórinha de alguém que merece morrer e você é solicitado para executar essa missão. Seu personagem não é aprofundado e o jogo nem faz questão que seja.

MECÂNICA E JOGABILIDADE

Aqui é onde fica mais nítida e cristalina a presença de Doom na criação do gameplay. Frenético, rápido, em primeira pessoa, com armas gigantes e grosseiras, inimigos aparecendo de todos os lados e finalizações com bastante sangue, corpos abertos e gore.

Mas parece que tem algo que não foi feito tão corretamente. As armas não ficam a altura do que você deseja na maioria do tempo. Elas nem são tão importantes assim, visto que basta uns tirinhos nos inimigos e uma finalização para você deixar todos eles abertos com as tripas de fora. Inimigos comuns, basta uma finalização. Chefões e inimigos maiores já precisam de bala, mas são tão fáceis de acertar que você não vai ter muito trabalho.

Existe uma espécie de sistema de RPG dentro do jogo. Funciona tipo Destiny, onde você vai pegando armas iguais ou similares, que vão tendo estatísticas melhores conforme o jogo passa. Porém, como eu disse, a variedade delas deixa a desejar, e você sente que é mais do mesmo trocar uma arma por outra. Qualquer uma vai ser suficiente.

Existem também outras partes do seu inventário à serem preenchidas, como armas básicas, pesadas, pistolas, itens especiais, seu outfit e outros itens de sorte ou artefatos que melhoram seu personagem de alguma forma. Existem outras mecânicas inúteis, como chamar o seu cão de guarda, que destaca inimigos no mapa e … basicamente faz isso. Ele meio que não mata quase ninguém, demora para a atacar, então você acaba tendo preguiça de chamá-lo. Mas valeu o print.

GRÁFICOS E DESEMPENHO

Antes de pegar Necromunda: Hired Gun para jogar, dei uma leve olhada em como estava o desempenho em outras plataformas, para não sair criticando nem elogiando abertamente o desempenho no Playstation 5. Vi MUITA reclamação em outras análises falando da versão de PC, mesmo em hardwares bem parrudos.

A minha experiência, jogando no Playstation 5, foi bem mais suave. O jogo roda quase o tempo todo de forma estável em 58-60 quadros. Eu sei exatamente os números pois existe uma opção de habilitar um contador de quadros por segundo que fica na tela. Mas, em alguns mapas, com alguma quantidade de inimigos e dependendo dos efeitos especiais, algumas quedas para 40-45 quadros por segundo foram vistas. Eram poucas, mas não eram raras. Estamos falando de um hardware bem potente como o do PS5. Normalmente nos consoles os jogos são mais polidos também.

Os gráficos não impressionam, falando em nova geração. Mesmo no PS5 ele parece um Doom de PS4. Os efeitos especiais, as texturas, a modelagem dos personagens, inimigos e o cenário não são, e nem tentam, ser next gen. Se encaixam perfeitamente em gráficos de final da geração passada.

CONCLUSÃO

Necromunda: Hired Gun é tão esquecível e tão mais do mesmo que o que me vai fazer lembrar dele por um bom tempo é uma simples ferramenta, que inclusive poderia ser melhor implementada. Ele possui no menu uma função de mostrar na tela os quadros por segundo em tempo real e seus ‘ms’. Para um jogador de PC isso é bem legal, só que além de EXTREMAMENTE SIMPLES, ele fica numa cor verde chamativa meio que centralizada, ao invés de ficar lá no cantinho extremo de uma das bordas. Função bacana, mas implementada de forma preguiçosa.

A história não vai te prender, o personagem principal não vai ficar na sua memória no futuro, os combates, que são até divertidos no estilo Doom, também não serão memoráveis e os gráficos não vão ser parâmetro futuro para você comparar com outros títulos. A trilha sonora também passa batido, com rocks e metais que não te deixam na vibe que deveriam.

Necromunda: Hired Gun é uma mistura de coisas implementadas de forma muito rasa e sem brilho próprio. É basicamente um FPS com mecânicas de RPG para você ficar atirando infinitamente em inimigos e fazendo finalizações para espalhar órgãos por todo o mapa.

Lembra da pergunta lá de cima? “Mas custando R$150,00 no PC e R$215,00 nos consoles (na data de publicação desta análise), será que Necromunda: Hired Gun será uma boa compra? Principalmente para os super fãs de Doom e jogos do estilo?”. Depois de ler essa análise, se ainda tiver duvidas, procure gameplays. Se você procura algo realmente polido e frenético, certamente esse dinheiro pode ser investido em jogos da série Doom, mesmo que não seja o mais recente.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Necromunda: Hired Gun é bem sem sal

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 5
Diversão - 5
Áudio e trilha-sonora - 5

5.5

Fraco

Necromunda: Hired Gun é uma mistura de coisas implementadas de forma muito rasa e sem brilho próprio. É basicamente um FPS com mecânicas de RPG para você ficar atirando infinitamente em inimigos e fazendo finalizações para espalhar órgãos por todo o mapa.

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Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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