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Contra a Twitch, “Sindicato” dos Streamers dá largada oficial

Em reunião realizada nesta sexta-feira 13, Picoca e Danielhe4rt apresentaram a carta aberta do Sindicato dos Streamers contra a Twitch. A ocasião reuniu mais de 200 pessoas, sendo pelo menos a metade de streamers, parceiros e/ou associados da plataforma. O grupo exige que a Twitch mude muitas de suas recentes (e nada transparentes) decisões que afetaram drasticamente os ganhos dos streamers, principalmente os menores.

Para começar oficialmente a pressão contra a plataforma, o grupo lançou o site oficial do Sindicato dos Streamers: https://sindicatostreamer.com/. Nele qualquer pessoa pode ler a carta aberta, assinar e compartilhar a questão para gerar ainda mais engajamento. Além disso, a página contem algumas artes e vídeos com conteúdo sobre a questão.

Em conjunto com a página oficial da luta dos streamers, o Reddit LivestreamFail, um dos mais importantes no que tange questões de livestream no mundo, recebeu um post dedicado sobre a questão do Brasil. Em questão de poucos minutos o post subiu ao topo do Reddit através de engajamento dos internautas e streamers que participavam da reunião, ganhando atenção do público (e possivelmente da Twitch) fora do Brasil.

Por fim, lançaram a hashtag #TwitchMelhore oficialmente. Ela é a versão brasileira do movimento mundial #TwitchDoBetter. Todos os pontos destacados tem o propósito de chamar atenção dos tomadores de decisão da famosa Roxinha para a questão que tem afetados dezenas de streamers e produtores de conteúdo no Brasil e no mundo.

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Toda a agitação em torno de uma luta conjunta contra abusos da Twitch começou quando a queda no preço dos subs no Brasil fez streamers da Twitch verem seus rendimentos (salário, de certa forma) despencarem sem dó nem piedade: cerca de 66%. Dessa forma, a queda foi de encontro com supostos testes realizados pela plataforma, que anunciou em maio que os criadores não sofreriam perdas consideráveis.

As questões sobre trabalhar em plataformas estão sendo abordadas por especialistas já há algum tempo. Muitos já acusavam que momentos como esse chegariam mais cedo ou mais tarde. Isso porque, assim como outras plataformas como iFood por exemplo, há parcas condições de trabalho, falta de suporte e um modelo de negócios predatório com metas que beiram o absurdo. Portanto, é também evidente que o dano seja ainda pior para produtores pequenos e médios, como nós do Última Ficha, que não possuem estrutura de negócios e financeira para sustentar longas jornadas de dedicação nas plataformas.

Muitos usuários ainda acham que streamar e fazer vídeos é simplesmente diversão. Pelo contrário, hoje em dia é trabalho sério. Por exemplo, um vídeo simples de 5 a 10 minutos pode exigir muitas horas de dedicação. Isso sem contar a necessidade de conhecimento profissional de edição, gerenciamento de plataforma e marketing. Para fazer lives de games em boa qualidade, como é exigido nas plataformas, os PCs não saem por menos de R$ 10.000,00 no garimpo; e tudo do bolso do próprio streamer. Dessa forma, retorno é extremamente baixo para quem não é top dos tops e muitos precisam ter um outro trabalho e/ou fonte de renda.

Lembrem-se, o apoio de vocês é muito importante!

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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