ANÁLISESNOTICIASPCREVIEWS

Análise: Encased, desvendando os mistérios do Domo

Sobreviver aos desafios do Domo não será fácil

Desenvolvido pela Dark Crystal Games e distribuído pela Prime Matter, Encased é um RPG tático de ficção científica ambientado em uma versão alternativa da década de 1970. O game possui uma proposta bem parecida com o clássico Fallout, mas também traz suas inovações, será que está tão bom quanto seu inspirador? Venha conferir em nossa análise de Encased.

Encased está disponível para PC (Via Steam) e, futuramente, para PS4 e Xbox One. Até o momento dessa análise, o game não possui legenda em PT-BR.

Essa análise de Encased foi possível graças a um código cedido pela produtora a qual agradecemos pela confiança e parceria.

O Domo no meio do deserto de Encased

Com uma história de apocalipse diferente, Encased possui uma história intrigante e inovadora. Na década de 1970, um artefato inexplicável – apelidado de o Domo – é descoberto em um deserto remoto. Esse domo se tornou a fonte de vários avanços tecnológicos dado o sacrifício de pessoas dispostas a estudá-lo, e é dito sacrifício pois quem decide entrar no domo, não poderá nunca mais sair, apenas materiais não orgânicos são capazes de fazer a viagem de retorno.

Para quem é amante de história, o game possui muita, chegando a ser um pouco cansativo. Isso sem contar que o mesmo não possui legendas PT-BR, ou seja, para quem não possuir bons conhecimentos da língua inglesa (ou russa), pode acabar se perdendo dentro do rico enredo de Encased.

Encased é muito inspirado nos clássicos Fallouts 1 e 2

O game começa com um vídeo simples explicando a história, após isso podemos criar nosso personagem. Para quem quiser partir direto para o game, existem opções prontas que podemos editar, ou podemos criá-lo do zero. Essa construção é focada no cenário de Encased, além dos perks e atributos, precisamos definir qual Ala iremos trabalhar dentro do domo e cada uma possui características, funções e liberdades distintas. Por exemplo, os Black Wings são os guardas e possuem autoridade, os Silver Wings, são os administradores, e possuem acessos a áreas mais restritas, os Orange Wings são os engenheiros e possuem habilidades de manutenção.

Essa escolha acaba influenciando alguns aspectos do jogo, dando opções diferentes de resolver conflitos baseado na Ala escolhida e em nossa reputação com cada uma das outras, isso ficou muito bom, pois não estamos presos a resolver as missões de uma forma única e essa liberdade torna o game dinâmico e nem um pouco enjoativo.

Outro fator que influencia muito nossa experiência é como definimos as habilidades do nosso personagem. Podemos fazer uma build mais focada em combate assim como em habilidades técnicas, ou até mesmo com um equilíbrio entre as duas. Aqui também existe forte influência de Fallout, podemos escolher habilidades em luta desarmada, combate com armas branca, leves, pesadas, tecnológicas, assim como habilidades de reparo, sobrevivência, lábia entre outras.

Na batalha, o game entra em um jogo de turno onde a iniciativa de cada personagem definirá sua ordem. Cada um também contará com uma quantidade de pontos de ação definidos pela sua construção, onde ele poderá utilizá-los para movimentos, skills ou interagindo com o ambiente. Também temos, em alguns pontos específicos, a opção de utilizarmos uma Power Armor, que, mais uma vez, é quase uma cópia quase que exata da que podemos encontrar em Fallout.

As viagens também são idênticas, temos um mapa inexplorado que é limitado pela região do Domo, onde devemos selecionar o local que desejamos ir e demora um tempo de acordo com o nosso meio de transporte. Nas viagens também podem ocorrer eventos positivos ou negativos influenciados diretamente por nossas skills de Luck (sorte) e Survival (sobrevivência).

Embora o game tenha opção de jogar usando um joystick, não achei a experiência muito agradável, principalmente quando nos movemos na direção de nossos companheiros e eles são “teletransportados” para atrás de nosso personagem com frequência, fazendo com que eu prefira seguir utilizando o mouse e teclado mesmo.

Um cenário bonito, mas que peca nos detalhes

Em nosso preview, comentamos que o game não decepcionava. O produto final manteve exatamente o que vi, mas devo admitir que me decepcionei um pouco com os detalhes. Algumas ações são robóticas, automáticas e não tiveram o refinamento merecido e os melhores exemplos disso são a ação de arrombar uma porta ou caixa e em algumas skills de combate. A primeira chega a ser tosca, você escolhe arrombar algo com um pé de cabra, seu personagem o segura com a mão e… chuta o objeto até concluir o tempo de execução. Já a segunda é uma skill de se ajoelhar, que auxilia na precisão da arma, porém na prática nosso personagem ganha uma espécie de “aura”, mas não se abaixa de fato. Isso se repete em diversas outras situações que acabam possuindo um efeito apenas prático, mas não visual.

Esses foram detalhes que eu senti ao fazer a análise de Encased e que poderiam ser aprimorados após a minha prévia experiência, porém o game não deixa ter um visual muito agradável, trazendo ambientações abertas e fechadas muito bonitas e condizente com o cenário de Encased. Desertos áridos, cidades de sucatas e bunkers avançados, tudo ficou muito bonito e, mesmo não se tratando de gráficos de última geração, consegue agradar e se encaixar perfeitamente a proposta do game.

A escolha certa para o termo

Outra escolha boa que os desenvolvedores fizeram e que eu senti ao fazer a análise de Encased foi sua trilha sonora. O game não possui músicas muito eletrônicas e agitadas, o que deixou minha experiência mais imersiva. Os efeitos sonoros também não deixam a desejar, porém, dado algumas animações serem repetitivas e relativamente fracas, elas parecem fora de contexto em alguns momentos, uma sensação que tive e mantive desde seu preview.

Encased consegue ser nostálgico e novo

É impossível fazer a análise de Encased sem mencionar Fallout. A inspiração é nítida, mas não chega a ser uma cópia, principalmente se considerarmos o espaço de tempo entre um e o outro – falando da versão estratégica de Fallout. Sua história é envolvente e vai agradar muito quem gosta de um longo roteiro – e bota longo nisso. Esperava ver um carinho a mais nas animações em sua versão final, porém, também não posso deixar de elogiar sua ambientação que está muito bonita. Infelizmente minha experiência com o joystick não foi agradável, mas por analisá-lo usando um PC, isso não foi um problema real, mas não posso afirmar com relação aos usuários de consoles por não ter tido a devida experiência.

Por fim, Encased é uma excelente experiência para os carentes fãs – como eu – do clássico Fallout e embora a semelhança seja gritante, o game consegue nos entregar uma personalidade própria que vai, muito provavelmente, agradar aos antigos e novos fãs.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Encased

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 7.5
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8

8

Ótimo

Encased é uma excelente experiência para os carentes fãs – como eu – do clássico Fallout e embora a semelhança seja gritante, o game consegue nos entregar uma personalidade própria que vai, muito provavelmente, agradar aos antigos e novos fãs.

User Rating: Be the first one !

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo