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Análise: TOEM é uma aventura relaxante

Pegue sua câmera e capture o momento

“Uma agradável expedição onde você vai usar seu olhar fotográfico para desvendar os mistérios do mundo mágico de TOEM. Um jogo que te encoraja a parar para cheirar as flores”. É assim que a pequena desenvolvedora indie sueca Something We Made descreve TOEM, seu primeiro lançamento no mundo dos games. Particularmente, eu acho que não existe forma melhor para descrever o game. TOEM é, acima de tudo, um jogo bastante agradável.

O tema central do game é a fotografia. No entanto, aqui temos algo um tanto diferente do que propõe Pokémon Snap, que é talvez o game mais famoso com essa temática. Mas o que TOEM apresenta de diferente? Começa com o fato de estarmos falando de um game com forte elementos dos clássicos point and click, como Grim Fandango e Monkey Island.

Um mundo feito à mão

No instante seguinte em que você clicar em New Game, a primeira coisa que vai chamar sua atenção em TOEM é o seu visual. Todo desenhado à mão e colorido somente com tons de cinza, o game tem certamente um charme bem próprio. Tudo, desde os personagens, cenários e itens é feito para dar uma sensação de conforto. Os personagens com quem você interage são de traços e animações em 2D simples, porém possuem a mesma medida de carisma.

O mesmo se repete nos cenários, que por sua vez, são em 3D. TOEM possui ambientes bem comuns no mundo dos games: uma cidadezinha aqui, uma floresta acolá, uma praia, uma cidade grande e, por fim, uma montanha. No entanto, tudo novamente tem seu charme. Os cenários receberam toques e boas referências à cultura e ambientação escandinava. Além disso, o modo como são desenhados, animados e preenchidos com personagens, fazem parecer que você está fazendo parte de uma grande tirinha de jornal. Sabe aquelas tirinhas mais antigas que ocupavam quadros maiores? Quase um “Onde está Wally?” em preto e branco. Ou algum desenho animado clássico.

Bancando o Sebastião Salgado para resolver problemas

Tá, mas já falei um bocado sobre o visual. E o jogo? Pois bem, vamos lá! Logo no início da aventura, você recebe uma câmera fotográfica analógica de sua vó e é instigado a sair em uma aventura para presenciar o fenômeno TOEM. Em posse da câmera, você ganha um novo e importante elemento de jogabilidade. Ao acionar seu equipamento, a câmera muda a visão para primeira pessoa e te permite a observar novos elementos e detalhes.

A partir daí, toda a mecânica de TOEM se resume a encontrar personagens pelo caminho, ouvir seus problemas e ajudá-las. A maior parte destas quests serão resolvidas única e exclusivamente com o uso da sua câmera. Seja fotografar um objeto perdido para mostrar ao dono onde está até fotografar um desfile de moda para um editor de jornal carrancudo, sua câmera será protagonista da aventura. Cada pessoa que você ajudar carimbará o seu “cartão da comunidade”. Ao chegar a um certo número de carimbos você ganhar um passagem de ônibus grátis que te leva para um novo local. E esse procedimento será repetido até o final do game, que, por sinal, pode ser terminado em cerca de 2 horas cumprindo o número mínimo de missões.

Para tentar dar alguma variedade, “upgrades” serão adicionados ao seu equipamento. Por exemplo, um tripé te ajudará a tirar fotos de animais que fogem quando você chega perto. Uma buzina também pode ser acoplada na sua câmera para assustar outros que bloqueiam o caminho. Esses upgrades também ajudarão os fotógrafos mais perfeccionistas a fazerem fotos cada vez mais estilosas. Contudo, quem vai decidir se uma foto é boa ou não é… você. Em TOEM não existe nota para enquadramento, foco, pose, nem qualquer outro atributo fotográfico. O game só te encoraja a sair e fotografar momentos. Se o momento for capturado, isso basta.

Para ver e ouvir

Lembra dos elementos de point and click que mencionei lá no início? Eles também possuem sua vez. Incluindo um boa dose de interação com elementos do cenário e a procura de itens escondidos nos mesmos. Para os gamers mais velhos, existe um tanto daquela nostalgia dos clássicos do gênero onde você vai querer clicar em todos os cantos. Porque o resultado pode te surpreender.

Tudo em TOEM parece ser feito na medida para ser relaxante e agradável. A exceção talvez fique para um dos últimos cenários, que é uma cidade grande. Nela, você pode observar trabalhando correndo de um lado para o outro, influenciadores unicamente preocupados em tirar fotos de comida para mostrar aos seguidores ou pessoas seguindo tendência da moda sem nem saber o motivo. No entanto, o game em nenhum momento se aprofunda nesse comentário social. Me parece que ele só está lá para reforçar a importância de desapegar e focar nas pequenas coisas.

Falando nisso, a trilha sonora de TOEM também encaixa perfeitamente nessa proposta. Sim, como você já deve imaginar, é música para relaxar. A trilha sonora é composta de forma bem minimalista, prezando por instrumentos acústicos. Ela vai sendo descoberta conforme você vai avançando pelo cenário e encontrando fitas cassetes com cada faixa composta para o game.

TOEM vale a pena?

A proposta de TOEM é ser uma experiência relaxante. Definitivamente ele cumpre essa expectativa. É um ótima pedida para aquele momento que você está cansado dos jogos mais intensos e só quer desopilar um pouco. Apesar de bastar somente cerca de 2 horas para finalizar a história principal, é possível passar horas e horas indo atrás de todos os segredos escondidos e resolvendo todas as quests. TOEM é um jogo que só teve dois programadores trabalhando em seu projeto, mas que sabe conviver muito bem com sua própria simplicidade. Talvez seja o que todos nós precisemos em algum momento.

TOEM estará disponível para Playstation 5, Nintendo Switch e PC (Steam e Epic Games Store) a partir de 17 de setembro.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

TOEM

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 7
Diversão - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 7

7.4

Bom

Uma aventura simples e relaxante. TOEM é um daqueles jogos indies que merecem uma chance.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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