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Primeiras Impressões: Loopmancer é um indie cyberpunk promissor

Confira abaixo as nossas primeiras impressões de Loopmancer:

Loopmancer é um um roguelite com temática cyberpunk produzido pela desenvolvedora chinesa eBrain Studio que nos coloca na pele de Xiang Zixu, um investigador extremamente habilidoso que é morto ao investigar o misterioso desaparecimento de uma jornalista famosa. Imediatamente após a sua morte, o protagonista acorda na cama do seu apartamento e recebe uma ligação de uma colega falando que há uma nova investigação a ser feita: o próprio desaparecimento da jornalista. A partir daí, a história do jogo vai se desenrolando e respondendo as questões por trás do desaparecimento e o retorno do investigador ao seu apartamento toda vez que ele morre. Confira abaixo as nossas primeiras impressões de Loopmancer:

O enredo de Loopmancer

O início de Loopmancer se dedica a introduzir o jogador a esse contexto e mostrar o universo do jogo, que se passa em uma cidade cyberpunk fictícia em 2046. A maior parte da lore do jogo vai sendo contada a partir de textos encontrados ao longo do caminho e pequenos diálogos com personagens. Confesso que no começo da minha experiência com o jogo eu até gostei dessa abordagem, já que os textos me trouxeram uma vaga lembrança dos tempos em que eu jogava Shadowrun, mas depois de um tempo, o jogo acaba ficando maçante nesse sentido. Há uma infinidade de textos que vão explicando tudo sobre a cidade, as gangues, o protagonista e outros personagens, e muitos deles vão surgindo em sequência para preparar o jogador para o que virá no mapa. O problema é que o jogo acaba exagerando no tempo de leitura, que, dependendo, acaba superando o de gameplay em certas ocasiões.

Investindo na variedade

Como já mencionado, Loopmancer se trata de um roguelite, então a cada morte o jogador precisa começar quase tudo de novo. Eu digo quase porque, como de praxe em vários jogos do gênero, a história e os upgrades permanentes continuam, e é a partir daí que o jogo vai se tornando mais complexo. A demo disponibilizada pelos desenvolvedores é limitada, já que o jogo não tem nem data de lançamento ainda, mas a promessa da empresa é trazer mais de 100 armas e dezenas de habilidades e equipamentos que dão uma maior variedade ao gameplay. No tempo em que eu pude testar o jogo, foi possível perceber que o jogo incentiva muito que o jogador tente novas abordagens na jogabilidade, e esse foi um dos pontos que mais me agradaram. A cada nova partida, o jogo oferece diferentes opções de armas para compra que mudam drasticamente os combates.

Excesso de textos

Da mesma forma, a cada novo recomeço, Loopmancer vai colocando novos textos e diálogos que vão contando um pouco mais da história, desvendando de forma homeopática o mistério por trás do jogo. Aliás, fica claro que a empresa recém criada não tem um orçamento muito grande para fazer o jogo, já que a maioria dos textos relacionados à história poderiam ter sido colocados em cutscenes. Claro, isso traria um custo maior à empresa, e dentro dos limites atuais, essa provavelmente foi a solução encontrada para explicar a história do jogo. 

Agora, eu preciso reforçar um ponto bastante negativo também nesse quesito. O roteiro dos diálogos é um tanto quanto forçado, e acaba tentando colocar anedotas e frases de efeito a todo momento. A comparação mais próxima que eu poderia fazer nesse sentido é com Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, que coloca o personagem Jack sempre soltando alguma frase tosca no final de todo diálogo. Algumas conversas são completamente sérias e outras trazem essas tentativas de piada, então o resultado final é que o roteiro, pelo menos nesse início do jogo, é bastante prejudicado.

O gameplay de Loopmancer

Falando agora sobre o combate em si, que é o mais importante, o jogo traz uma jogabilidade rápida com diversos inimigos na tela. É possível escolher uma arma branca, uma arma de fogo, uma habilidade e um ataque especial. O protagonista inicia todas as partidas com um facão e uma pistola, mas sempre que recomeçamos, o jogo oferece opções aleatórias que podem ser compradas com dinheiro, que é dropado dos inimigos que matamos. O combate melee é um tanto simples, já que não há uma variedade muito grande de golpes, e a pancadaria se resume em apertar o botão de ataque e prestar atenção para usar a esquiva quando os inimigos atacarem. As armas de fogo complementam as lutas, principalmente quando há vários adversários vindo de todos os lados. Por não ter muita variedade de inimigos e armas nesse início do jogo, eu achei todas as lutas muito parecidas, o que acabou trazendo aquela sensação de mesmice a cada novo loop. Para ser justo, a demo traz uma fração pequena do jogo, e ainda há muito a ser visto quando ele for lançado.

A direção de arte

Finalmente, falando agora sobre os gráficos, esse é sem dúvidas o ponto mais forte de Loopmancer. O jogo foi completamente desenvolvido na Unreal Engine 4, e abusa de técnicas que juntas trazem um cenário cyberpunk de primeira linha. Seja pelas poças que refletem os neons da cidade, pelas partículas que caem do céu ou pela densidade dos prédios, tudo é muito bem feito, e contribui muito para trazer um ar denso de uma cidade cyberpunk. Há detalhes em todos os cenários, o que mostra que a eBrain teve muito cuidado em personalizar cada cena para imergir o jogador na história e nos combates. Em alguns momentos eu simplesmente parei e admirei a arte do jogo, prestando atenção nos elementos que não faziam qualquer diferença no gameplay em si, mas que foram cuidadosamente criados para ajudar na ilusão que o jogo tenta trazer.

Conclusão – Loopmancer: Primeiras Impressões

Para resumir as nossas primeiras impressões de Loopmancer, fica claro que ainda há muita estrada a ser percorrida até o jogo ficar completamente polido, mas o título tem bastante potencial, especialmente para os amantes de jogos cyberpunk ou roguelites. Apesar dos problemas no roteiro e o excesso de textos, a trama misteriosa do jogo é interessante e, junto com os gráficos maravilhosos, trazem uma boa imersão. O jogo ainda não tem data de lançamento e até o momento também não traz legendas em português, mas assim que lançarmos nossa análise no futuro traremos esses detalhes para vocês.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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