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Análise: Live a Live é surpreendente

Está pronto para conhecer todas as histórias?

Live a Live é um RPG nos moldes clássicos lançado originalmente apenas no Japão para o Super Famicom, que conhecemos por aqui como Super Nintendo. Aqui nesta análise, vocês poderão conferir como o remake de Live a Live se comporta nos dias de hoje e se vale sua atenção.

E por se tratar de um jogo diferente, a análise de Live a Live será diferente. O jogo conta com sete histórias distintas e sem conexões que podem ser jogadas em qualquer ordem e cada uma tem sua temática e mecânicas. Portanto, para facilitar seu entendimento, eu irei falar de cada uma das histórias e contar seus diferenciais.

Essa análise de Live a Live foi possível graças a um código cedido pela Nintendo. O jogo já se encontra disponível de forma exclusiva disponível para Nintendo Switch e não possui legendas em PT-BR.

Presente

Ao escolher a era moderna, você assumirá o papel de um lutador de artes marciais e como qualquer lutador, ele tem apenas um desejo: ser o mais forte de todos.

Essa história é possivelmente a mais direta ao ponto e conta com nenhum tipo de exploração. Aqui você poderá escolher lutar contra qualquer um dos oponentes na ordem que quiser contra os diversos estilos de luta e artes marciais. Lute contra especialistas de diversos países fazendo uma clara alusão a franquia Street Fighter.

O curioso aqui é que a forma de evoluir é apanhando! Cada um desses personagens possui uma série de golpes especiais que poderão ser apreendidos após receber o ataque e aí poderá utilizá-los contra seus adversários.

Por mais simples que seja, ele possui um brilho próprio e uma história simpática.

Velho Oeste

Já ao escolher o Velho Oeste, você será um clássico fora da lei. Após se livrar de um caçador de recompensas no meio do deserto, você chegará a uma cidade que está sendo atormentada por um bando de baderneiros.

Após enfrentá-los no bar, você deverá explorar de forma superficial essa cidade para coletar itens para equipar os cidadãos para se prepararem para a invasão desse grupo que atacará no dia seguinte. 

Agora com um aliado inesperado, caberá a você combater os vilões que sobreviverem às ciladas preparadas pelos cidadãos assim como o chefe do bando que tanto atormentam a pequena cidade.

Aqui temos um conto bem clássico de faroeste e os que gostam do tema, certamente gostarão da história.

Era pré histórica

Durante a era pré-histórica, nós temos o que achei a pior de todas as histórias. Aqui nós vamos assumir o papel de Pogo, um membro de uma tribo. Ao encontrar uma jovem moça ele entrará em uma missão de ficar com sua amada e a proteger de outra tribo que quer ficar com ela.

E a história é basicamente isso. E por estarmos na pré história, nem sequer temos uma linguagem desenvolvida. Ou seja, tudo é feito via mímicas e símbolos sendo bem simples.

Já na questão de mecânicas, aqui temos a possibilidade de aumentar de nível no estilo clássico onde podemos ficar quanto tempo quiser matando os inimigos. E a mecânica exclusiva desta história é a possibilidade de fazer crafting de equipamentos através dos itens que caem dos inimigos.

Era futuro próximo

Indo para o futuro próximo, nós vamos controlar um jovem chamado Akira. Com um pano de fundo que se confunde com o de Batman, o garoto que possui poderes psíquicos irá encarar uma gangue de motoqueiros que além de matar seu pai, tocam o terror na cidade em que mora.

Aqui o grande diferencial é que você terá o poder de ler mentes. Muitas vezes para dar continuidade na história, você deverá ler a mente, pois ao conversar com as pessoas eles não darão a informação necessária.

E no meio desse plano de fundo de um futuro um pouco distópico, Akira também deverá se relacionar com as diversas crianças que moram no orfanato em que ele mesmo foi criado e vive até hoje.

Aqui eu dei algumas boas risadas, pois o pensamento das pessoas é o nosso cantinho particular para pensar o que quiser. Mas por mais que existam momentos engraçados, também existe uma pesada discussão sobre humanidade, assim como alguns momentos tensos e uma grande surpresa que eu não darei esse spoiler.

Futuro Distante

Ao escolher o Futuro distante, nós temos uma experiência única. Esqueça batalhas, grind e equipamento. Aqui você um simpático robô que está em uma nave com alguns poucos tripulantes e irá aprender mais sobre o dia a dia deles, situações de risco, valor da vida humana e mais.

Aqui temos uma história completamente reflexiva dentro de uma nave espacial e veremos como pessoas tão diferentes tem que se entender para terem o mínimo de convívio assim como elas lidam com essas mesmas diferenças e risco iminentes.

Em termos de gameplay, aqui temos uma pegada incrível de perseguição na segunda parte do jogo. Particularmente eu vi um link entre a história e o primeiro filme do Alien, o oitavo passageiro.

De forma resumida, para mim, o Futuro Distante foi a melhor história de todas disparado!

Twilight of Edo Japan

A era do Japão Feudal traz uma história clichê assim como da China Imperial e do Velho Oeste, mas traz visuais incríveis assim como mecânicas pensadas nos ninjas.

Sobre a história, existe um clã que quer se envolver nos assuntos políticos do Japão e quer derrubar o Shogunato. Portanto, cabe a um jovem e promissor ninja invadir o castelo do clã e lidar com eles antes que seja tarde demais.

O interessante desta história é que suas mecânicas são feitas pensando no mundo ninja. Temos a possibilidade de andar nos telhados, buscar passagens secretas e até uma mecânica única de se camuflar de qualquer inimigo. Embora eu não recomende, é possível inclusive terminar a história sem matar nenhum inimigo.

E os visuais são incríveis! Aqui temos as diversas áreas de um castelo japonês clássico com jardins, construções clássicas, áreas internas e muito mais. O conjunto da obra aqui é fantástico e as referências ao folclore japonês estão presentes em diversos momentos.

China Imperial

Durante a China imperial nós temos uma história baseada nos filmes clássicos de Kung Fu. Aqui você será o grande Shifu, um mestre do Kung Fu que está chegando ao fim da sua vida. Ao perceber que está perdendo força e habilidade, você entra em uma missão para escolher um discípulo para herdar sua arte.

No geral temos uma história bem clássica onde cada um dos discípulos tem uma história de fundo e até tem um grande vilão que é um rival que usa sua arte para oprimir o povo enquanto Shifu distribui palavras de sabedoria.

A grande mecânica aqui é que como você está treinando seus discípulos, você não aumenta de nível. Você irá lutar contra quem quiser e irá privilegiar esse discípulo para se tornar mais forte dando experiência para ele como aumento de status extra como força, agilidade e defesa.

Um novo capítulo fora de sério

Depois de gastar cerca de umas 14 horas finalizando as 7 histórias sem conexão, nós somos presenteados com uma surpresa. Um novo capítulo é liberado onde absolutamente tudo muda e você é presenteado com plot twists absurdos e que não passavam pela minha cabeça.

Fiquem tranquilos, pois eu não irei dar nenhum spoiler. Mas nesta última parte do jogo, eu posso dizer que somos brindados com uma nova era sendo sua temática medieval. Tudo flui como um RPG clássico com elementos comuns como reis, heróis e um grande vilão, que neste caso é o senhor das trevas.

E ao desenvolver a história, além de ela ir para um lado sinistro, ela começa a se conectar com as sete histórias e heróis com os quais você iniciou o jogo. E em determinado momento você poderá montar sua equipe para aí sim finalizar o jogo de verdade.

Sendo sincero, eu achei algumas das sete primeiras histórias boas, outras fantásticas e outras patéticas. Mas ao chegar nessa parte, tudo se expande de forma inesperada e maestral.

Gráficos e música

Ao chegar em uma parte mais técnica da análise, Live a Live tem um sucesso estrondoso tanto em sua parte visual como sonora.

Os gráficos que misturam 3D com pixel art são fabulosos demais e a cada nova iteração da Square com esse estilo visual, eles aperfeiçoam ainda mais suas técnicas. É um deslumbre ver todas as nuances de cada uma das eras e a profundidade do cenário é algo absolutamente fantástico.

Parafraseando uma frase que ouvi nesses dias sobre esse estilo, eu acho que a Square deveria fazer o remake de todos seus jogos clássicos utilizando essa engine. E sim Chrono Trigger e Final Fantasy 6, estou pensando em vocês!

Já a trilha sonora, nós temos a Square Enix em seu melhor. As músicas são memoráveis e após terminar cada era, são liberadas as músicas específicas em uma Jukebox para que possa ouvir sempre que quiser. É até difícil apontar qual é a música favorita.

E claro, por estarmos falando de um remake, todos os personagens ganharam dublagem e ela é igualmente sensacional. Todos personagens acabam sendo impactantes e suas vozes se aplicam a sua época e personalidade. 

Ou seja, em termos técnicos, Live a Live é praticamente impecável. O único porém fica para algumas quedas de FPS quando a câmera está “andando” em cenários mais ricos em detalhes ou então em lutas com mais inimigos e golpes que tem uma animação muito elaborada. Fora isso, temos aqui uma obra de arte.

Conclusão

Chegando ao fim da análise de Live a Live eu fiquei impressionado por muitos motivos. O primeiro é sim a parte técnica onde é muito agradável. Seja em seus visuais como na parte sonora, nós temos ambientes fantásticos com músicas memoráveis.

Já na parte da história, nós somos brindados com um final inesperado que sai do lugar comum. Isso brilha ainda mais quando sabemos que isso foi um jogo feito e pensado em 1994 e apenas lançado para o Japão. É muito bom que todos possam experimentar esse jogo em todos os lugares do mundo.

E claro, por mais que eu tenha amado Live a Live, ele não é perfeito. Algumas das histórias não irão agradar a todos e isso fica muito para o gosto pessoal onde se sentirão mais atraídos por uma mecânica ou temática. E, por fim, embora a parte do gameplay seja muito criativa por tentar diferenciar os jogos e trazer mecânicas únicas, a parte central das lutas é algo que não traz nenhuma grande inovação. É um arroz e feijão que conhecemos há décadas.

Essa análise de Live a Live segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Live a Live é um clássico que merece ser revisitado

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa e história - 9.5

9.3

Fantástico

Live a Live entrega inicialmente sete histórias sem conexão onde cada um apresenta uma temática e um charme próprio. Juntamente com gráficos deslumbrantes e um áudio memorável, esse título é uma escolha certa e necessária para os fãs de RPG.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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