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Análise: Battle Chasers: Nightwar – O novo RPG das antigas

Para quem nunca ouviu esse nome antes, Battle Chasers é uma série de quadrinhos de fantasia criada por Joe Madureira, lançada em abril de 1998 e muito popular na década de 90.

Apesar do grande sucesso, problemas internos fizeram com que a série fosse cancelada sem ter um final e Joe Madureira decidiu seguir sua carreira como designer de jogos de video-game – criando a Vigil Games (que já não existe mais), famosa por desenhar a arte vista na séria Darksiders.

Ex-membros da Vigil foram para a Airship Syndicate, que também estava envolvida em Darksiders, e decidiram abrir um Crowdfunding (vaquinha online) para a criação de Battle Chasers: Nightwar. O projeto foi um sucesso tremendo e é por isso que, hoje, estamos aqui para falar sobre esse RPG recheado de nostálgia e clichês. (até porque esses dois andam de mãos dadas).

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Mayday mayday mayday

Nossa aventura começa com nossos protagonistas sendo atacados por bandidos e acabam sendo abatidos, caindo em uma ilha desconhecida. Você acorda como Gully e se vê separada de seus companheiros. A partir daí cabe a você encontrá-los, descobrir como derrotar as pessoas que te atacaram e sair da ilha.  Tudo isso com videos criados em um estilo Cartoon ocidental que faz você ficar vidrado no que está acontecendo. (A própria introdução do jogo já faz você empolgar e imaginar o que vem pela frente!)

Como sempre, não vou dar maiores detalhes da história, porém posso dizer que ela é super bem conduzida, te prende por boa parte do jogo e alguns de seus elementos chamam a atenção pela qualidade:

  • Personagens bem desenvolvidos e carismáticos;
  • NPCs marcantes;
  • Escolha de palavras em diálogos e nomes bem bolados;

 

As conversas com NPCs são sempre mostradas entre aspas, parecendo que tudo é contado por um mestre (Dungeon Master) o que traz a sensação de estar jogando um RPG de mesa o jogo inteiro. A localização de legendas para Portugues do Brasil tem uma qualidade notável, ajuda dando profundidade e visa alcançar jogadores de todas as idades. Não só as falas foram legendadas em PT-BR mas também todo o texto do jogo. Nome de habilidades e “provações” entre heróis e bandidos trazem essa vibe de estar jogando um RPG de mesa com amigos .

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Dungeons & Batalhas

O tutorial do jogo é feito de maneira lenta e acertiva enquanto você dá seus primeiros passos pelo mundo de Nightwar. As batalhas são por turno (JRPG) e fáceis de entender. Algumas habilidades dão status variados aos seus inimigos, como: Sangramento, Congelamento, Incendio e mais. Outras visam o dano direto e tem seu poder aumentado dependendo do status que o inimigo estiver. Um RPG básico, sem muitas variáveis e profundidade. Isso poder ser ótimo, para jogadores que curtem uma estratégia rápida (Eu),  ou ruim para aqueles que gostam de passar 200 horas até aprender tudo que um RPG tem à oferecer. Mas até para esses, Battle Chasers: NIghtwar pode ser uma grata surpresa.

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Graças a uma nova variável chamada “Sobrecarga”, nem sempre o melhor ataque é o que dá mais dano. E estes irão esgotar rápido sua mana se usados de maneira leviana. A sobrecarga consiste em você dar ataques mais básicos, que dão menos dano, em troca de uma “mana extra” que pode ser usada somente na batalha em que foi adquirida. Nem sempre você terá poções de mana e começará a entender a importância da Sobrecarga no jogo. Alguns golpes usam a quantidade de sobrecarga obtida para dar dano extra também. Um ótimo diferencial para o jogo, que dá profundidade e faz você pensar duas vezes antes de fechar seu turno.

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Como eu já disse e vou dizer mais umas 40 vezes, BC:N quer te levar para o mundo do RPG de mesa e seu mapa e “missões” tem um papel fundamental nessa parte.

O mapa é visto BEM de cima, como se você viajasse para longe a cada 10 segundos andando. Durante esse caminho você poderá ver o tipo de inimigo a sua frente mas não poderá passar por eles sem uma batalha (a não ser que eles estejam em um nível muito mais baixo que o seu). Aqui a única crítica seria a falta de inimigos únicos. Não que tenham poucos, mas alguns aparecem mais que os outros. Em alguns momentos eu me senti jogando Pokémon quando só aparecia Ratata no mato (HAHAHA).

As missões são em forma de Dungeon e o objetivo é sempre claro: Pega alguma coisa ou alguém, mata um chefão e vaza dali. Antes de entrar na missão você pode trocar os heróis que irá usar e escolher o nível de dificuldade. Quanto maior a dificuldade maior o brilho do o baú. Os inimigos ficam andando pela Dungeon e se ele te ver, sairá correndo atrás de você e iniciará uma batalha caso te alcance. Seus heróis possuem habilidades que podem ser usadas nesse momento, e com isso iniciar a luta com alguma vantagem. Seja ter seus inimigos lentos pelo gelo, atordoados por tremor e etc.

Tudo isso funciona muito bem por muito tempo… mas não por todo o jogo. Confesso que mais para o final eu já estava um pouco apressado e fui penalizado por isso, já que estava fazendo minhas jogadas sem pensar em todas as possibilidades e estava jogando no nível mais alto de dificuldade  (No pain no gain).

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O visual das cavernas lembram jogos como Diablo e Torchlight

Cidade e ítens

BC:N tem apenas uma cidade e isso, de primeira, dá a sensação de que o jogo será curto e pouco customizável. Isso não chega a ser verdade.

Temos as mais variadas armaduras para cada personagem, armas, amuletos e anéis. Essa parte lembra muito a caracterização de jogos como Diablo e Torchlight. Além disso os mercadores tem ítens que podem ser usados dentro e fora de batalha, você pode vender seus pertences e pegar missões secundarias com os NPCs.

Tudo isso acrescenta horas e horas ao jogo, um prato cheio para os completicionistas. Para esses ainda temos o bestiários de inimigos e a pescaria. Essa última em forma de um mini-game que eu vou deixar você descobrir sozinho porque eu não vi muita utilidade.

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Um prato cheio para Fãs de RPG e de Battle Chasers

Com uma forte expectativa dos fãs dos quadrinhos, que aguardavam por um final, e um mercado cada vez mais exigente… Batlle Chasers: Nightwar dá um show em sua arte e mostra diversão para todos em um RPG por turnos com novos elementos e menos burocracia.

Problemas técnicos existem, o jogo fechou sozinho comigo algumas vezes (me deixando em desespero porque todas foram logo após derrotar um chefão – por sorte o jogo já tinha sido salvo automaticamente) e algumas batalhas demoravam MUITO pra carregar e não tinham nada de especial para justificar isso. Eu espero que isso seja revisto e resolvido com uma atualização. Mas hoje, 11 dias após o lançamento, ainda sofro dos mesmos erros.

Com uma história simples e um gameplay sólido, a Airship Syndicate entra para o mercado dos games com um belo pontapé inicial. Esperamos que o próximo leve à um gol de placa.

 {{

plataformas = [PS4, Xbox One, PC e Nintendo Switch (Futuramente)] nota = [4/5] game = [Battle Chasers: Nighwar] game = [] info = [Lançamento: 02/10/2017] info = [Distribuidora: THQ Nordic] info = [Produtora: Airship Syndicate] texto = [BC:N é o novo RPG das antigas] texto = [Bela arte e alguns problemas técnicos] decisão = [Obrigatório para fãs de RPG e Battle Chasers HQ] positivo = [Arte magnífica] positivo = [Batalhas divertidas e desafiadoras] positivo = Heróis e NPCs interessantes e únicos] positivo = [Preço]

negativo = [Travamentos]

negativo = [Carregamentos demorados] negativo = [Alguns inimigos são repetitivos]

}}

Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

2 Comentários

  1. Os problemas de desempenho persistem até hoje, infelizmente. Mas o jogo é tão bom que a gente releva 🙂

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