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Análise: Space Pirate Trainer e a diversão de ser um pistoleiro

Os games arcade se destacam no universo VR no momento. São vários os jogos Light Gun Shooter  e/ou On-Rails Shooter no ecossistema virtual porque, no geral, conseguem ser experiência visualmente atraentes que contornam as muitas limitações da tecnologia atualmente. O grande problema de muitos desses jogos é que a conceitualização dos títulos se limita a encaixá-los nos gêneros supracitados: ou seja, restringi-los pelas limitações do sistema VR sem expandi-los com suas benesses. Space Pirate Trainer (doravante SPT) faz o trabalho completo, agregando o gênero Light Gun Shooter á liberdade de movimento e imersão da realidade virtual, e isso o diferencia de outros jogos parecidos.

Em SPT (um título altamente descritivo), o jogador encarna um pirata espacial em uma simulação digital enfrentando ondas de robôs que o atacam de diversas maneiras. Em todos os modos de jogo, o objetivo é sobreviver às ondas o máximo possível enquanto acumula pontos ao destruir os autômatos (com direito a pontos extras ao executar combos, destruindo vários em um curto espaço de tempo). O jogo não tem um fim e as ondas são criadas proceduralmente, então o desafio é colocar-se bem na tabela de pontuação do jogo. Fora isso, não há qualquer tipo de história em SPT.

Space Pirate Trainer

O game conta ainda com um emocionante e muito bem implementado Bullet Time (o famoso efeito de retardar o tempo de Matrix) quando o jogador está em perigo. Se você estiver fazendo o seu jogo e tudo começar a ficar em câmera lenta, agache-se ou pule para o lado, porque você está sendo atacado por alguma direção. Este é um implemento divertido e te faz sentir ainda mais como um Han Solo realmente habilidoso.

Existe um modo de jogo principal (altamente desafiador e o único com tabela de pontuação global) em que o jogador tem três vidas e vai avançando pelas ondas. Morreu mais de três vezes, game over – mas o jogo salva seu progresso a cada certo número de ondas derrotadas, permitindo recomeçar a partir de uma onda qualquer. O modo Explorer oferece as mesmas três vidas, mas suplementa uma vida perdida a cada onda atravessada com sucesso. Old School simula o jogo durante sua fase beta/Early Access e o modo Hardcore tira o Bullet Time do jogo. Por fim, o Party Mode intenciona criar uma competição entre amigos, limitando a duração de uma partida a um limite de pontos/tempo e criando uma tabela de líderes personalizadas.

Space Pirate Trainer

Em SPT, cada um dos seus controles touch simula uma arma, que pode ser disparada independentemente. Isso significa que você constantemente se sente como um aventureiro das galáxias badass, atirando para várias direções simultaneamente. Cada arma pode ser configurada em 2 modos: um com armas de fogo e o outro com apetrechos de combate próximo. O primeiro modo é dividido em 6 diferentes tipos dos mais variados projéteis, incluindo uma granada que é lançada em arco e detonada ao se clicar novamente no gatilho e um poderoso laser contínuo que dispara enquanto se aperta o gatilho. O modo restante está dividido entre um escudo que reflete projéteis e uma espécie de espada de energia que também é capaz de “laçar” os oponentes e movê-los pelo cenário. A configuração mais típica (e a que eu recomendaria para a maior parte das ondas do jogo), inclui a arma de fogo em uma das mãos e um escudo na outra, mas outras propostas mais agressivas que prescindem da defesa também podem ser usadas.

A propósito, se você quiser jogar Space Pirate Trainer de uma maneira mais agressiva, procure um espaço enorme na sua sala, escritório ou quarto – de preferência tente alugar um galpão vazio. Este jogo me obrigou a reorganizar temporariamente os móveis de casa para jogar. Para referência, eu jogo em uma configuração sub-ótima com menos de 2 metros quadrados de área de jogo (que serve para a maioria dos aplicativos standing 360º), mas fui obrigado a esvaziar o espaço e me afastar até 2 metros e meio quadrados dos sensores. Como uma verdadeira experiência Room Scale, SPT te obriga a se movimentar rapidamente pela sala enquanto desvia de projéteis vindo de todos os lados e a falta de espaço pode limitar e inibir a movimentação livre para fugir do tiroteio. Portanto, fique de olho e pense duas vezes antes de adquirir o game se o vácuo for um recurso escasso no seu ambiente de jogo.

Space Pirate Trainer

Como observação especial, vale à pena endossar a maravilhosa trilha sonora, que é composta pelo produtor James Marvel e é absolutamente sensacional. As música do gênero EDM com uma batida agitada são exatamente o que você precisa ouvir para fazer o sangue fluir e voar enquanto atira para todos os lados.

Space Pirate Trainer é certamente o jogo mais bem pensado nesse gênero ressuscitado e adaptado para a realidade virtual. Dinâmico, capaz de ser emocionante pela sua jogabilidade e com um preço justo pelo que oferece, o game só peca talvez por exigir que os jogadores se adaptem a um ambiente além do necessário para executar VR em Room Scale, prejudicando aqueles que não tem espaço o suficiente para dançar pela sala. Fora isso, é uma excelente pedida para aqueles que buscam imersão desafiadora.

{{

game = [Space Pirate Trainer]

info = [Lançamento: 12/10/2017]

info = [Produtora: I-Illusions]

info = [Distribuidora: I-Illusions]

plataformas = [Oculus Rift + Touch e HTC Vive]

nota = [4/5]

decisão = [A evolução do “jogo de arminha”]

texto = [Sinta-se o Han Solo]

texto = [na sala de casa]

positivo = [A jogabilidade]

positivo = [O desafio na medida]

positivo = [A trilha sonora]

negativo = [Requer muito espaço]

}}

Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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