Um dia de grandes jogos para os espectadores no Brasil, era tudo que a gente esperava para o último dia da Dreamhack Open Rio, e honestamente não podia ter sido melhor (exxceto pelo resultado final), tivemos jogos muito bons e ainda pudemos ver a Vertigo sendo jogada duas vezes e clutchs absurdos dos times.
SEMIFINAIS
O primeiro jogo do dia foi um duelo de times brasileiros, a Young Sharks, organização portuguesa mas formada por brasileiros, contra a Fúria, que atualmente joga as ligas americanas de Counter Strike. Os dois times que conseguiram algumas experiências em campeonatos grandes no último ano e por isso o duelo prometia bastante. Parecia que a galera na arena ficaria dividida na questão da torcida mas o que deu pra ver foi um apoio maciço para a galera da Fúria que ainda vive o hype da participação do Major. O jogo iniciou com uma Inferno, escolha da Fúria mas o que se viu nesse mapa foi um grande equilíbrio entre as equipes, mas a Fúria mostrou por que escolheu esse mapa fazendo uma metade terrorista melhor que a Sharks e levou o mapa por 16×13. Na sequência tivemos a primeira Vertigo jogada em campeonatos oficiais, a escolha era da Sharks e eles pareciam confiantes quanto a sua atuação nesse mapa, só que não esperavam que a Fúria também estivesse, a Fúria levou a primeira metade com um convincente 11×4 no lado CT do mapa e garantiu mais 5 pontos em sequência para fechar o mapa por 16×4 e o jogo por 2 mapas a 0 e garantir a sua vaga na grande final do dia.
What a performance from @furiagg, our first #DHRIO19 grand finalists! 🙌
What a way to play on home ground 😍#DHOpen pic.twitter.com/Wc1cGlNZ7g
— ESL Impact Season 2! 💥 (@DreamHackCSGO) April 21, 2019
A segunda semifinal do dia foi entre Avangar e Valiance, tudo indicava que a Avangar iria levar grande vantagem nesse confronto, mas o que vimos foi um grande equilíbrio entre os mapas. O confronto começou com uma Train, escolha da Valiance, mas quem se deu bem foram os cazaques que conseguiram liderar a primeira metade no lado CT por 9×6 e mantiveram seu impeto quando foram para o lado TR (mais frágil nesse mapa) e não deram chance para a Valiance e fecharam a Train por 16×12. o segundo mapa foi a Inferno, e como era escolha da Avangar achei que ia rolar um GG EZ pra eles, mas como um bom otário, achei errado. a Valiance passou o carro por cima deles no lado CT fechando a primeira metade por 14×1! Quando os lados mudaram, achei que seria uma mera formalidade, mas novamente achei errado já que a Avangar conseguiu uma sequência muito boa de rounds mas mesmo assim não foi suficiente pra segurar a Valiance que fechou a Inferno por 16×10 e levou o jogo para a uma Dust2 raíz. A Avangar começou no lado TR e conseguiu se impor muito bem após uma troca de rounds inicial fez alguns rounds em sequência e fechou a primeira metade por 9×6, um passo muito importante para a vitória num mapa com uma mentalidade CT bem forte. Quando os lados mudaram a Valiance tentou trazer o come back com 5 rounds em sequência e tomando a dianteira, mas quando a Avangar tomou o controle econômico do jogo não teve dificuldades em fazer rounds em sequência e fecha o jogo por 16×12 e carimbando sua vaga na final.
FINAL
O roteiro era perfeito, campeonato no Brasil, time brasileiro de grande apelo contra um time de gringo, o famoso clichê estava formado para que a gente saísse com a vitória ao som do famos “eu sou brasileiro com muito orgulho” que irrita uns e inspira outros, mas do outro lado tinha um time duríssimo para enfrentar a Fúria, os cazaques da Avangar que contavam com uma bagagem e experiência muito grande em diversos torneios internacionais. Mas a Fúria vinha do hype da excelente campanha no Major de Katowice onde surpreenderam o mundo.
O primeiro mapa desse jogo foi a Vertigo, dessa vez escolha da Fúria, e a gente já sabia do que eles eram capazes após a vitória contra a Sharks. O que vimos foi um grande domínio dos brasileiros mas com uma pitada excessiva de emoção graças aos clutchs e jogadas que os jogadores da Fúria fizeram. Na primeira metade, jogando no lado CT o esquadrão BR hue hue não dei chances pra Avangar levando ele por um convincente 13×2. Na virada de lados, não tivemos dificuldades em levar todos os pontos e fechar o mapa por 16×2 e ficar cada vez mais perto de dar alegria ao nosso povo. Na Inferno a história foi bem diferente, começando de TR os cazaques fizeram um 9×6, um placar bem equilibrado na maioria dos mapas do CS GO, mas no lado CT mostraram um bom controle de mapa, fazendo avanços muito bons e fecharam o mapa por 16×8 levando a final para uma decisiva Train.
E a Train trouxe grandes emoções para o público presente na arena e pra quem estava acompanhando de casa, a Fúria iniciou bem no lado CT e fez o seu dever de casa, após uma troca de rounds inicial, engatou uma sequência boa no fim da primeira e levou uma vantagem de 10×5 para o lado TR. Aí que o caldo começou a azedar para os brasileiros, dep[ois de arrancar alguns pontos na metade inicial a Fúria começou a dar alguns moles em momentos críticos do jogo e tomou a virada, a Avangar fez 15×14 e ficou a um ponto de fechar o jogo. O clima estava tenso para o último ponto mas os brazucas coneguiram levar o jogo para a prorrogação.
Começando como terroristas, a Fúria conseguiu arrancar um ponto dos cazaques e depositou todas as suas esperanças na parte CT do mapa e que com uma quantidade considerável de dinheiro devido ao overtime tinha tudo para os brasileiros trazerem essa caneco pra casa. Mas o que vimos foi um time muito nervoso cometendo erros que custaram o jogo ao passo que a Avangar estava bem tranquilo e conseguiu fechar a partida por 19×16 e levaram os 50 mil dólares de premiação e o título de campeões da Dreamhack Rio Open 2019. Uma pena para os meninos da Fúria que contaram com uma atuação muito boa de Vinicius “VINI” Figueiredo durante todo o campeonato e que vem de uma sequência de atuações muito boa em campeonatos e esse título poderia coroar essa boa faze.
PARABÉNS A @avangarkz, A GRANDE CAMPEÃ DA #DHOpen Rio 2019! 🇧🇷🏆 #DreamHackRio pic.twitter.com/47W7Az8EWq
— DreamHack Rio (@DreamHackBR) April 21, 2019
O CAMPEONATO
Ter um campeonato desse calibre aqui no nosso país é extremamente gratificante, ainda mais um campeonato tão democrático quanto a Dreamhack, que sempre tenta levar o maior número de modalidades de eSports diferentes para onde o local onde o campeonato é realizado, e isso foi uma das coisas que mais decepcionou no campeonato. O cancelamento dos eventos de PUBG e Rainbow Six (que tem um apelo enorme aqui no Brasil e inclusive realizou classificatórios online para o campeonato) fez com que uma grande parte do público do campeonato desistisse de comparecer ao evento, que não tinha um preço muito acessível a realidade dos brasileiros.
Mesmo com todos os problemas a Dreamhack manteve sua palavra e ainda realizou o evento e é possível garantir que o público que estava lá conseguiu aproveitar muito bem o evento, tivemos jogos excelentes de CS e mesmo com a desistência de algumas organizações, aquelas que estavam lá fizeram o evento valer muito a pena quanto a qualidade dos jogos.
No quesito infraestrutura o evento pecou um pouco, não haviam muitas pessoas para orientação dos lugares, os stands anunciados pareciam bem mais atrativos, e sentar em cadeiras de plástico pagando o valor dos ingressos não me parece muito justo, mas mesmo assim o sentimento que o evento deixou não foi de raiva, foi de quero mais. Era o momento certo, o lugar certo só que a execução não foi satisfatória, então esperamos que a Dreamhack Rio seja um evento anual na rotação oficial da organizadora, só que da próxima vez com uma execução bem melhor e que todos os fãs saiam com uma impressão excelente do torneio.