Análise: Filament traz história interessante, mas peca na sua mecânica principal

Desenvolvido pela Beard Envy e distribuído pela Kasedo Games e Maple Whispering Limited, Filament é um jogo recheado de puzzles extremamente difíceis e uma história misteriosa. Para entender do que se trata esse jogo independente lançado para PC e Nintendo Switch, confira abaixo nossa análise:

Filament é um jogo que traz muitas dúvidas e perguntas assim que começa. Acordamos na Alabaster, uma nave recém abandonada de propriedade da The Filament Corporation. Toda a tripulação está sumida e a nave está trancada por motivos desconhecidos. Com a ajuda de Juniper, piloto da nave, teremos que desvendar mistérios e resolver puzzles que abrirão áreas do mapa e darão pistas do que aconteceu.

Um enredo misterioso

A princípio, é difícil entender certas premissas do jogo. Primeiro, temos áreas abertas a serem exploradas e puzzles em terminais que consistem em levar um fio energizado entre bastões eletrificados. A ideia é bem simples, mas à medida que vamos avançando pelo mundo, os desafios vão se tornando extremamente difíceis.

Não há uma ordem de áreas a serem explorados pelo jogador. A velocidade em que as coisas acontecem e o surgimento de pistas dependem de como se escolhe avançar pelo mapa. Pequenos emails e mensagens trocadas entre tripulantes antes do sumiço acontecer dão uma ideia do que se passou e vão colocando uma pulga atrás da orelha do jogador.

Sem muita variedade

Confesso que os diálogos e conversas de Filament não me prenderam muito. As dublagens são muito bem feitas, mas o enredo acaba sendo um pouco chato pela lentidão em que as coisas acontecem. Deve-se ir de um lado para o outro abrindo terminais e novas áreas da nave que, para falar a verdade, não fazem a menor diferença entre si. Fora as escolhas de design e algumas poucas mudanças em como os puzzles devem ser resolvidos, não há nada que prenda te prenda e faça ter curiosidade ou vontade de saber o que vem em seguida.

Aliás, tudo parece lento demais no jogo. Cada terminal consiste em mais ou menos sete puzzles. Sou um amante do gênero, e o que mais me prende é ter aquela sensação gratificante de passar por fases bem elaboradas e descobrir formas interessantes de resolvê-las. Isto não acontece em Filament. Os puzzles em sequência são enfadonhos, e não há um sentimento de satisfação em resolvê-los, já que a mesma mecânica acontece do início ao fim do jogo.

Alguém para essa música

Para completar, a trilha sonora é extremamente repetitiva e enfadonha. Cada área do mapa possui sua própria música, que se estende de forma cansativa durante as sequências de puzzles, que já não são tão divertidos. A junção dos dois acaba irritando em certos momentos, já que os desafios não são muito diversificados e a repetição da mesma música por um longo período não ajuda.

Para fazer justiça, pode-se perceber que o jogo foi feito com capricho. Há muitos detalhes nos diálogos e nos mapas que certamente tomaram bastante tempo de desenvolvimento, mas a própria premissa dos puzzles não agrada. A dublagem talvez seja o ponto alto do jogo, e acaba dando uma imersão um pouco maior na história.

Conclusão

Em suma, Filament traz uma premissa interessante, mas sua execução não é das melhores. O genêro puzzle é bastante competitivo, e pelos 34 reais cobrados na Steam, talvez seja melhor procurar por algum jogo que seja mais completo e diversificado nos seus desafios. Se você for um amante ávido do gênero e estiver procurando por uma história bem feita, vá fundo. Entretanto, caso você seja um jogador casual, é melhor guardar esse dinheiro.

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