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Análise: Spider Man Miles Morales é o melhor jogo de super herói de todos os tempos

O jogo evoluiu em todos os aspectos, em cada polegada da tela de sua TV, em cada canto de Nova Iorque e em cada cutscene da vida de Miles Morales

Miles Morales, Miles Morales… Se eu soubesse no primeiro jogo que o seu protagonismo em um futuro título da franquia seria tão incrível, já teria hypado ali mesmo. O espetacular Homem Aranha está de volta em Spider-Man: Miles Morales. E de volta em grandioso estilo e com uma pegada muito moderna.

É difícil para quem jogou o primeiro jogo e o amou, como eu e como o Bruno em sua análise de 2018, imaginar que algo muito melhor poderia ser feito. Um otimista diria que o jogo seria o mesmo, com a ‘skin’ do Miles Morales. E é aqui que vem a surpresa: o jogo evoluiu em todos os aspectos, em cada polegada da tela de sua TV, em cada canto de Nova Iorque e em cada cutscene da vida de Miles Morales.

Não acredita? Venha comigo até o fim, vou te provar o por que Spider-Man: Miles Morales é o jogo definitivo de super heróis de todos os tempos, sem dar chance para nenhum outro, ainda mais jogos recentes.

Spider-Man Miles Morales estará disponível para Playstation 4 e Playstation 5 a partir de 12 de Novembro. Essa análise foi feita em um Playstation 4 Pro graças a um código cedido gentilmente pela produtora. A análise não contém spoilers e quando chegar o Playstation 5 na redação, iremos trazer um comparativo.

GRÁFICOS

Todo final de geração alguns jogos nos surpreendem, principalmente os exclusivos de algum console. Eu lembro do The Last of Us como impactou a indústria com seus gráficos belíssimos. No mesmo ano GTA V deixou todo mundo confuso pensando como era possível tirar aqueles gráficos e aquela vida realista em um mapa tão enorme de um Playstation 3 e Xbox 360.

Miles Morales é um destes jogos que faz você se questionar: poxa, por que todos os jogos não tiveram esse padrão gráfico desde o começo? O domínio da arquitetura e da programação ficou explícito aqui. Lembrando, jogamos no Playstation 4 PRO, nada de Playstation 5.

As texturas deste jogo são fenomenais. Saltam aos olhos cenas em que você consegue sentir, literalmente sentir, a diferença do material no agasalho dos personagens. O mesmo agasalho tendo tecidos mais ásperos e tecidos mais fofos. O couro envelhecido pelo uso, a calça jeans que se molda perfeitamente ao personagem e que se mexe perfeitamente ao caminhar do mesmo, a bota idêntica à da realidade pisando sobre a neve de Nova Iorque. A todo instante, principalmente nas cutscenes, você se surpreende com o nível de detalhe das texturas nos personagens, no vestuário e no cenário a sua volta.

Obvio que falando em texturas precisamos falar dos rostos dos personagens, de sua fidelidade e de como transmitem emoção como pouquíssimos jogos conseguiram nesta geração. Detalhes como cabelos e sobrancelhas estão fora da curva. Até então eu achava que o trabalho feito nos rostos, peles e rugas feitos por Death Stranding, principalmente na versão para PC, tinham sido o auge da geração. Mas Miles Morales deixa isso tudo para trás com larga vantagem.

As rugas e as expressões faciais te imergem ainda mais na narrativa e no drama vivido pelos personagens. Não somente a história é digna de um filme de Homem Aranha, como as cutscenes misturadas com as aventuras pela cidade, fazem você se conectar de forma ímpar com Miles, sua família e seus amigos. Não lembro de sentir essa sinergia jogando o Spider-Man do Peter em 2018, por mais que tenha sido um jogaço. A diferença entre eles, além das evoluções técnicas, fica para a história de Miles, contada com muito mais riqueza e muito mais profundidade que a de Peter.

A cidade de Nova Iorque continua beirando a perfeição, com poucas melhorias nos reflexos e nas iluminações frente ao primeiro título. Isto claramente foi feito visando o Playstation 5, onde o título contará com Ray Tracing. Alguns prédios são completamente espelhados e reflexivos agora. Fico só imaginando o prazer de quem já está jogando o título no PS5, tirando proveito de uma Nova Iorque ainda mais realista.

A cidade passa desde o começo do jogo por um inverno, o famoso inverno rigoroso de Nova Iorque. Em alguns momentos a nevasca é forte e você mal consegue ver no horizonte. É de encher os olhos ver a cidade mais famosa dos Estados Unidos toda branquinha, como fica realmente em períodos de inverno.

E te desafio a achar algum ponto ruim do gráfico no jogo. Ruim não, mediano! Eu consigo apontar um, para não dizer que fiz vista grossa. Tem um quadro de placa de trânsito dentro do quarto do Miles. Em algumas cenas de zoom out da janela, essa placa fica toda pixelizada, parece que esqueceram de fazer esta parede do quarto dele em uma resolução maior. Mancadinha hein Insomniac!

JOGABILIDADE

Outro ponto onde a receita foi aprimorada, jogabilidade. Digo isso principalmente falando no combate, onde o que já era excelente, vindo de uma clara inspiração de Batman, ficou ainda melhor.

Todas as batalhas são intensas e podem se tornar bem difíceis dependendo de como você lida com a situação. Claro que sua habilidade e ser ou não multitarefa ajuda bastante, usando suas teias especiais, cenário ao seu redor e os novos poderes que apenas o Miles tem, diferente do Peter.

Sim, Miles tem basicamente dois poderes. Uma espécie de canalização de energia, que te proporciona golpes fortíssimos e com animações iradas, e também o poder de invisibilidade, onde você consegue ficar invisível por um certo período de tempo. Acrescente a isso o tradicional combate à la Batman, diversos combos no ‘triângulo + bola’, mais uma penca de combos usando a energia do Miles e estratégias que podem ser usadas com a invisibilidade. O combate de jogos de herói foi elevado à um novo patamar.

Uma melhora sensível foi na furtividade. Não sei se todos se lembram, mas alçar dois inimigos muito próximos no mesmo poste ou barra de ferro era bem chato. Você precisava trocar de lugar ou se afastar, pois por algum motivo o jogo não te deixava prender vários inimigos na teia muito próximos. Isto mudou e traz um novo dinamismo para os que gostam de ser furtivos. Aliás, novas animações foram implementadas, mesmo havendo muita repetição, o cardápio foi ampliado.

De resto a jogabilidade se assemelha demais ao primeiro título de Spider Man para Playstation 4. O prazeroso passeio por Nova Iorque, se lançando nos prédios, lutas desafiadoras, chefões implacáveis, perseguições pela cidade e a vida que existe lá no asfalto, quando você aterrissa vestido de Homem Aranha

ELEMENTOS DE RPG?

Assim como no primeiro título, existe uma gama de melhorias a serem feitas em suas habilidades, especialidades, acessórios, traje e por ai vai. E não são melhorias mais do mesmo, que você adiciona e nem sente real ganho. Todas as suas melhorias, sejam elas na habilidade intrínseca do Miles ou nas suas teias tecnológicas especiais, vão te ajudar e muito nos combates. Quanto mais multitarefa você for, sabendo utilizar combos, finalizações, apetrechos e ultimates, melhor para você.

Mas para isso tudo você precisa ganhar experiência, concluir missões, concluir desafios, missões secundárias e dar uma olhada no aplicativo que seu melhor amigo fez para você. Sim, você tem um app para que a vizinhança te peça ajuda. Sabe aquele aplicativo que a sua prefeitura criou onde você manda reclamações e fica esperando uma vida para serem solucionadas? Aqui você soluciona todos esses problemas e é recompensado com fichas para trocar por melhorias ou por novas roupas! Nesse app também é possível ver os crimes pela cidade em tempo real, que também irão te dar fichas para trocas futuras.

Os trajes! No primeiro Spider-Man eu surtei com os trajes. E eles faziam total sentido para o Peter, sendo alguns deles ligados ao Homem de Ferro, ao filme com os Vingadores e à trajes referenciados dos quadrinhos. De cara, quando você abre o menu de trajes, pode ficar um pouco confuso e um pouco nostálgico, querendo aqueles trajes super tecnológicos. Mas quando você se conecta ao Miles, todos os trajes fazem TOTAL sentido e acabam sendo extremamente divertidos de usar.

Liberando um traje novo

Chega a ser difícil destacar os trajes mais legais, mas tem dois que roubam a cena por completo. E olha que o traje original é incrível, elogiado até pelo Peter durante o jogo (pequeno spoiler!). O traje de longe mais carismático é o do Gato Spider-Man, que você vai conquistar após zerar o jogo. Você levará o carismático gatinho Spider-Man em sua mochila, gato esse que pertence à um vendedor de uma lojinha de bairro do Harlem. CARA, ELE TE AJUDA NAS FINALIZAÇÕES E FICA MIANDO DURANTE A BATALHA, NÃO É O MÁXIMO?

Finalização com o traje do Gato Spider-Man

Outro traje muito bacana, que foi revelado em gameplays até antes deste embargo, é o do filme Homem-Aranha no Aranhaverso. Eu não sei direito que técnica foi utilizada, mas ao utilizar esse traje o seu personagem trabalha em diferentes quadros por segundo em relação a todo o resto. É como se o personagem estivesse nos 24 quadros por segundo da indústria cinematográfica. Parece mágico. É muito divertido ir para uma luta cheia de inimigos com este traje.

Resumo: é uma soma de concluir missões, ganhar XP, fazer missões secundárias, completar inúmeros desafios pela cidade, liberar novos trajes e desenvolver seu personagem. Tudo bem intuitivo e que realmente te recompensa e te faz ir atrás de ganhar mais e mais fichas para desenvolver o Miles e liberar todas as suas skins.

Miles Morales é cheio de Jazz e Hip Hop

O jogo é pensado completamente na realidade de Miles Morales. Jovem, negro e do Harlem. A partir daí toda a nossa aventura começa a ser desenvolvida. As músicas ao se balançar pela cidade prendendo teias nos topos de prédios é sempre puxada para um hip hop, rap e jazz. Você sente similaridade a trilha sonora de passeio pela cidade com o primeiro título, mas a batida neste é muito mais empolgante e muito mais animada.

Nas cutscenes a música também se faz presente. Digo música, música. Existem trechos da história onde o Miles coloca um baita jazz para tocar ao fundo de uma conversa com sua mãe. Todo esse carinho com a escolha musical por de trás do jogo aumenta muito a imersão na história do menino Miles e da família Morales.

Fora isso toda a trilha sonora é digna de um jogo de super herói. Corrigindo, do melhor jogo de super herói já feito. Os arranjos são épicos, trazem emoção, te arrepiam em dados momentos e te fazem sentir parte de uma história de heróis contra vilões.

ENREDO E CONTEÚDO

Tentando dar o mínimo de spoilers possíveis, tudo começa com as férias tiradas por Peter, deixando a cidade por conta de Miles Morales e seus novos poderes. O jovem, que se considerava ainda em treinamento, tem à sua frente a responsabilidade de toda uma Nova Iorque perigosa, cheia de violência, vilões e uma nova tecnologia que promete energia limpa e infinita, porém muito perigosa se nas mãos erradas.

Ao longo do jogo você irá interagir com o ciclo familiar e de amigos de Miles. Sim, eles fazem parte da narrativa do começo ao fim, não somente quando Miles está sendo o Miles, mas principalmente quando ele é o Spider-Man!

Suas primeiras aventuras e missões são cercadas de ceticismo e pessimismo dos populares, que vivem se referenciado a você como “o segundo Homem-Aranha”, sempre pedindo a ajuda do “oficial”. Mal sabem eles o poder oculto que você vai desabrochar ao longo da narrativa.

Completamente diferente do enredo de Peter, que todos já sabemos de cór desde criança independente da forma como é contato, agora temos a vida de Miles, seu passado, suas frustrações, lutos, tristezas e objetivos. E é ai que o jogo te prende e te transporta para o Harlem, para a casa de Miles.

Toda a história envolve sentimentos de carinho, amor, respeito, admiração e amizade. Você é constantemente rodeado de situações com a sua mãe, tio, amiga, amigo, conhecidos e vizinhos. O personagem é muito complexo e ao mesmo tempo muito convidativo para sua vida.

Esqueça os vilões tradicionais. Se você está esperando um Spider-Man com todos os vilões do cinema para sentar a pua, fique ciente e não se frustre. O jogo te apresenta o novo Spider, sua história e seus novos vilões. Dê uma chance a toda essa nova narrativa e se entregue à ela. Eu te garanto que se você se envolver, a cena final te arrancará pelo menos uma lágrima, nem que seja sem querer, aquele cisco do olho. A dica é: não jogue pensando que é uma continuidade da história do Peter. A partir daqui, zero spoilers, desfrute!

CONCLUSÃO

Spider-Man: Miles Morales é o jogo definitivo de super herói. O maior e mais envolvente que já pude jogar desde as minhas 217 zeradas em Spider-Man de Playstation 1. No começo eu senti um pouco de vazio dos vilões e de toda a história que envolvia o Peter, pois foram essas histórias que me acompanharam desde criança.

Ao abraçar o mundo de Miles você será imediatamente infectado por sua bondade, sua doçura e sua inocência. Seu coração puro, mais puro ainda que o de Peter, irá te conquistar. Seu carisma transborda da tela e se esvai pelo seu controle, quase como uma onda te salpicando no mar de Copacabana.

O jogo ousa ao trocar um herói tradicional, modificando desde as músicas, ao personagem principal, aos seus entes próximos, seus amigos e sua realidade do Harlem. Tudo é novo, tudo é bem explicado e tudo é bem aplicado.

Além de tudo isso, chegando a perder importância no meio desta maravilha de história, temos gráficos que mostram um total domínio da Insomniac para com a arquitetura do Playstation 4. Talvez, e digo talvez, somente Cyberpunk 2077 consiga destronar as texturas faciais que este jogo alcança. Spider-Man: Miles Morales é, sem dúvidas, o melhor jogo de super herói que você vai jogar até o ano de 2020.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Spider Man Miles Morales é o melhor jogo de super herói de todos os tempos

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
Enredo de Super Herói - 10

10

PERFEITO

Spider-Man: Miles Morales é o jogo definitivo de super herói. O maior e mais envolvente que já pude jogar desde as minhas 217 zeradas em Spider-Man de Playstation 1. Ele é, sem dúvidas, o melhor jogo de super herói que você vai jogar até o ano de 2020.

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Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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