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Análise: Psycho Wolf, ou melhor Psycho “W.T.F”?

Um jogo inspirado em Don't Starve. Veja nossa opinião!

Psycho Wolf foi desenvolvido pelo estúdio independente polonês Hydragon e publicado para PC pela Ultimate Games SA e Falcon Games SA. Lançado no dia 20 de Novembro, o jogo está disponível na Steam e será lançado para Switch em meados de 2021. Esta análise foi possível graças a um código cedido pela empresa, a qual agradecemos a oportunidade.

A História

Antes de mais nada, vamos pela história: Basicamente o lobo (em um mundo de animais-homens) resolve ganhar dinheiro extorquindo os moradores de “algum lugar”. Para isso, ele pinta barras de “alguma coisa” de amarelo e vende por uma fortuna, com o tempo, a cor se perde e os moradores percebem que o lobo os enganou e decidem que ele precisa ser preso. Seguindo a história, ele é preso e fica por tanto tempo enjaulado que começa a comer as próprias barras de ouro falsas que criou (e sabe-se lá por que ele foi preso junto com elas). Porém ele descobre que as barras o dão grande agressividade e força. O suficiente para conseguir escapar de sua prisão.

Essa, admito, foi uma das histórias mais aleatórias que eu já vi na minha vida, porém, somada a música cômica de fundo, admito ter dado algumas risadas, isso me gerou a expectativa de ser um jogo diferente e divertido. Infelizmente, me enganei.

Sobre o visual de Psycho Wolf

Este é possivelmente o único ponto de destaque do jogo. Com gráficos e animações que lembram bastante Don’t Starve e Into de Flood, o game traz animações divertidas numa ambientação que mistura o 2D com o 3D, criando um visual bastante agradável e divertido. Infelizmente a experiência se perde devido a câmera. Ela não possui um ponto fixo e esconde itens e inimigos de modo que você se encontra o tempo inteiro virando-a de um lado para o outro, cheguei ao ponto de, sem exagero, sentir um pouco de tontura, impedindo que eu desfrutasse o ambiente cartunesco durante minhas jogatinas.

Se criassem as barras fake de ouro, não teria ninguém caindo no antidoping.

Como Funciona Psycho Wolf?

O game traz, em sua essência, uma mistura de stealth, combat e craft. O stealth do game se baseia em pegar os inimigos desprevenidos, pois os mesmos possuem um hitpoint que aumentam caso eles sejam vistos, além dos mesmos se tornarem fujões (bem irritantes) e agressivos. Para isso, o Psicopata Lobiando™ (só quem gosta de filmes e é veio paia vai entender o trocadilho) usa de artimanhas como se esconder no mato, craftar um saco de galhos infinito (vou explicar melhor ao falar sobre o crafting) ou simplesmente esperar o inimigo ficar de costas e “correr” – pois não existe andar nem se abaixar no jogo – atrás do inimigo e executar o ataque o quanto for preciso.

Já o combate é, resumidamente, medíocre. Joguei o game no teclado e mouse (embora o controle funcione) e ele fica desconfigurado para algumas funções, criando a necessidade usar o mouse nos menus de craft etc.

É utilizado o global “WASD” para movimentação, TAB para ver as missões, a tecla I para o inventário, C para ação – que admito ter demorado para entender para que serve, SHIFT para usar o stealth, ESPAÇO para atacar e o botão esquerdo e direito do mouse para girar, inversamente, a câmera. Não existe defesa, nem rolagem, nem movimentos especiais nem nada, só é necessário colar no inimigo e atacar até seu HP (que consiste, literalmente, na quantidade de acertos) chegue a zero e o inimigo morra. Esse HP pode começar em 1-2, mas se o inimigo te avistar, pode subir para 4-5 e o mesmo pode ficar correndo irritantemente de você – e quando digo irritantemente, é porque o ataque é meio ruim de encaixar – ou pode partir com tudo e te atacar também, no entanto, é muito fácil desviar do ataque quando você entende a mecânica do jogo tornando o steath quase desnecessário.

Isso tudo, somado ao controle da câmera que gera a necessidade de ficar girando para um lado e para o outro sem parar, cria um mega desconforto em pouco tempo de jogo (e olha que eu possuo um PSVR).

Crafting

O crafting que seria a parte, inicialmente, mais interessante, deixa, também, muito a desejar. Sendo até um pouco mais duro, não entendi nem o porquê de a mecânica estar aplicada a esse game. Basicamente você faz:

  • Saco para esconder corpos: que não possui uma necessidade real além de uma missão ou outra de esconder corpo;
  • Lockpick: que serve para abrir algumas casinhas no mapa – só que o mesmo não quebra e persiste no seu inventário, ou seja, fez uma vez não precisa mais;
  • Armadilha: usei apenas uma vez para ver mesmo pois não existe uma necessidade real, corda – que só serve de material para fazer o próximo item;
  • Saco de disfarce: junto com o lockpick, o único item que tem alguma utilidade mas que só é necessário fazer UMA vez no jogo TODO. Os itens continuam com você de uma fase para outra e, mesmo que você morra, eles continuam disponíveis no inventário.

Inclusive, as armas que você acha pelo mapa (só achei um machado e um porrete), vão gerar um estoque INFINITO de armas e itens desnecessários no inventário. O sistema de craft seria facilmente substituído por encontrar qualquer um desses itens pelo mapa e, no caso dos itens mais úteis, escondidos e/ou em bosses – que não acredito existir.

Psycho Wolf é divertido, no início…

Psycho Wolf chega ser divertido nos seus primeiros minutos. O jogo se resume em entrar nas fases, matar todos os bichos, destruir algumas coisas e umas mini missões como esconder um corpo ou saquear uma casa. E SÓ! Você não evolui, você não mata bons chefões, as fases são as mesmas com temáticas diferentes, os inimigos são os mesmos apenas mudando a skin, basicamente o jogo não mudou em absolutamente durante minha experiência. Isso, somado a jogabilidade ruim e monótona, sendo bem franco, não nos animar a prosseguir de tão incômoda que que a experiência se tornou com o tempo. Sem contar que você pode ir destruindo as coisas e até mesmo só corpos para ganhar fúria, não entendi na primeira rodada do que se tratava até terminar e descobrir que a mesma serve para “abrir” os mapas seguintes, após a primeira fase eu já consegui abrir até a oitava, não entendi qual era a necessidade disso mas fiz para tentar achar graça em outros cenários sem passar pela monotonia dos anteriores (em vão).

Sobre o áudio e a trilha sonora

Foi o ponto que mais me agradou, durante uns 10 minutos, os efeitos sonoros são simplórios, o que é “ok” para um jogo simples, e a trilha sonora é bem divertida – até começar a se repetir 50x em uma única rodada. Como é necessário explorar o mapa para achar os objetivos (não por dificuldade, mas pelo mapa ser mini, porém um, simples, labirinto) eu presumo que demorei cerca de 10-15 minutos para concluir cada mapa que joguei, cada mapa possuí uma música tema bem cômica porem curta, ou seja, eu ouvia de 3 em 3 minutos EXTAMENTE a mesma música, e no próximo mapa que tinha o mesmo tema do anterior (neve, ou floresta ou uma espécie de savana), vinha EXTAMENTE a mesma música, tornando-as extremamente enjoativas.

Conclusão

Infelizmente não consigo recomendar o jogo neste momento. Tentei até lembrar quando joguei algo tão fraco para comparar, mas não consegui. Ele se resume a ouvir trilhas sonoras, até engraçadas, mas enjoativas e repetitivas, uma história maluca que se resume a introdução do jogo e não evolui em momento algum. Uma arte até interessante, porém arruinada por uma jogabilidade vazia, sem graça e extremante limitada, especialmente ao que se refere sua câmera.

A engine do game, se afastando mais a câmera e tirando o giro da mesma, ficaria muito bem encaixada numa futura sequência, mas o que temos, no momento, é esse jogo. Conheça Psycho Wolf se você tem interesse em apoiar desenvolvedoras indies e com futuros títulos mais atraentes, como o Knight Simulator da própria HYDRAGON que está a caminho.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Psycho Wolf

Visual, ambientação e gráficos - 6.9
Jogabilidade - 3.9
Diversão - 5
Áudio e trilha-sonora - 6

5.5

Fraco

Infelizmente não consigo recomendar o jogo neste momento. Ele se resume a ouvir trilhas sonoras, até engraçadas, mas enjoativas e repetitivas, uma história maluca que se resume a introdução do jogo e não evolui em momento algum. Uma arte até interessante, porém arruinada por uma jogabilidade vazia, sem graça e extremante limitada, especialmente ao que se refere sua câmera.

User Rating: 4.7 ( 1 votes)

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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