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Análise: FIFA 21 quase não evolui, mas não regride

FIFA 21 tem o mesmo conteúdo que FIFA 20, mas evoluí seu gameplay

Como todo ano, mais um FIFA é lançado. A bola da vez é o FIFA 21, título lançado em um ano de transição de gerações. A EA, sempre gananciosa ao extremo, desta vez proporcionou update gratuito para o PS5 e Xbox Series S|X para quem comprar a versão de PS4 e Xbox One. Por mais que a prática venha sendo feita por quase todas as empresas, sendo a EA, isto é um ponto positivo para se destacar.

Lançado para praticamente todas as plataformas, incluindo PS4, Xbox One, PS5, Xbox Series S|X, PC e Switch (esta versão é uma piada de mal gosto), o jogo não traz nada de revolucionário, nenhum modo novo, mas também não regride e não decepciona seus fãs como foi o FIFA 20 em seu lançamento.

Está análise foi quase toda feita em cima da versão de Playstation 5 (pós patch de melhorias). Parte do tempo de jogo foi no Playstation 4 Pro. Um agradecimento especial ao meu amigo pessoal, Doutor Ricardo Godoy, que cedeu a sua mídia física do FIFA 21 lacrada para produção de conteúdo pelo Última Ficha. Não recebemos uma cópia do jogo para análise pela EA.

Já que em relação a conteúdo jogável, tirando licenciamento de times e jogadores, o jogo é o mesmo do ano passado, fica a pergunta anual: vale eu pagar R$299,90 (preço de lançamento, mas que esta semana já aparece na casa dos R$150,00 em mídia digital) para ter uma atualização de uniformes, rostos e elencos?

A CADENCIA CHEGOU, O FUTEBOL ARCADE FICA UM POUCO DE LADO

Com o passar dos anos os fifeiros perceberam que o jogo começou a ficar muito rápido e com um aspecto arcade, fugindo da realidade que o PES, seu concorrente, vem procurando. A bola corria demais, contra ataques eram concluídos de ponta a ponta em poucos segundos, bicicletas e gols acrobáticos eram mais fáceis do que chutes de fora da área e alguns jogadores eram simplesmente inalcançáveis na corrida, sendo que nem todos eram tão rápidos assim na vida real.

Já vai? Nunca tome sopa de garfo!

Talvez o FIFA 20 tenha sido o auge de todos estes pontos. FIFA 21 dá um passo atrás e encontra uma cadencia de jogo muito mais agradável e realista. Isso pode trazer de volta jogadores que migraram para o PES 2020 ano passado, já que o jogo da Konami apresenta um ritmo de futebol muito mais similar ao da realidade.

MODOS DE JOGO

Nada muda em relação ao FIFA 20. Os modos de jogo presentes lá também estão presentes aqui em FIFA 21, sendo que todos praticamente estagnados ou sem evoluções.

Como pontos positivos temos a Libertadores e a UEFA Champions League, licenciadas para o jogo da EA. Pode parecer bobagem, mas a imersão de você ter os direitos todos aplicados à modos de jogo exclusivos atraem muitos jogadores. Placares, patrocinadores, times e por ai vai, isso deixa tudo muito mais realista.

A parte triste da Libertadores pega no licenciamento de times sul-americanos, principalmente brasileiros. A bagunça do futebol nacional acaba tirando a culpa da EA em conseguir licenciar todos os times. Enquanto numa liga inglesa, onde o sindicato responde por todos os jogadores e seus direitos de imagem, no Brasil é necessário negociar individualmente com cada time e cada jogar, se tornando algo surreal e fora da realidade. A culpa de não termos clubes brasileiros representados fielmente não é da EA, é da desorganização do futebol brasileiro.

O Volta, que chegou no FIFA 20, ainda está longe de ser um FIFA Street, e acho que nunca será. Isso foi uma expectativa criada por fãs do jogo de Playstation 2, que era extremamente divertido de se jogar com amigos.

Sendo sincero, não dava nada pelo Volta. Porém, ao jogar em live por mais tempo e depois offline, percebi que o modo história criado em volta do Volta acaba te fazendo ficar no jogo. A historinha te envolve um pouco, os desafios te fazem querer jogar as partidas e de quebra você ainda aproveita e treina suas habilidades de drible, que podem te ser úteis em partidas normais.

Ultimate Team (sim, o cassino embutido num jogo de futebol), Modo Carreira, A Estreia (uma espécie de campanha que começou lá atrás com uma boa história do Alex Hunter, mas que agora faz parte do modo Volta), modos de jogo não ortodoxos, com regras diferentes e engraçadas para se jogar com amigos e… só. É o mesmo conteúdo do FIFA 20, com pequenas adições, bem pequenas.

DESEMPENHO & MELHORIAS PARA PS5 E XBOX SERIES X

Tive a oportunidade de jogar FIFA 21 em consoles de gerações diferentes: no Playstation 4 Pro e no Playstation 5. Obviamente a maior parte do tempo eu deixei para jogar no PS5, pós patch de melhorias para o console de nova geração. Mas o que muda de um pro outro?

Falando de gameplay e mecânicas, nada. O que muda é o desempenho em si, como quadros por segundo, e texturas melhoradas. Enquanto no PS4 Pro o jogo roda com upscale para 4K e 60 quadros por segundo, no PS5 o jogo roda nativamente em 4K e em 60 quadros por segundo.

No PS4 Pro são constantes as quedas de quadros, o que é inaceitável. Final de geração, um jogo de esportes com um “mapa” limitado, não pode ter quedas de quadros tão constantes. Qualquer corte de cena e cutscene gerava uma queda bruta de desempenho. Esporadicamente até mesmo durante o gameplay.

Já a versão otimizada do PS5 é excelente, 60 quadros fixos, 4K nativo e melhorias sutis nos gráficos e texturas. É um caminho sem volta experimentar o jogo em um console de nova geração pós patch de melhorias, pois nem em um PC gamer entusiasta você vai conseguir alcançar os gráficos e o desempenho fluido do PS5 e Xbox Series X.

Além destas melhorias, as animações das cutscenes mudam na versão melhorada para consoles de nova geração, mas isso não é algo que te imerge mais no jogo, é apenas diferente.

Cena de abertura do jogo no PS5

EA + FIFA = GANÂNCIA ETERNA

Seguimos com a boa e velha máquina de dinheiro dentro de FIFA 21. Primeiro, o preço de lançamento oficial de R$299,90 em mídia digital ou física, para um jogo que é igual ao de 2020. Segundo, o seu rival lançou um “DLC” do PES 2020, algo que FIFA poderia pensar seriamente. Aproveitar a ideia de não ter um FIFA preço cheio todo ano quando não há mudanças efetivas no jogo, apenas atualizações cosméticas pontuais. Claro que isso, caso venha a ser feito algum dia, deverá ser feito com preço justo, não como a Konami fez no Brasil.

Dentro do jogo, o cassino virtual de futebol segue farmando dinheiro como nunca. FIFA Ultimate Team, um modo de jogo extremamente interessante, é também uma afronta para a comunidade. Ou você coloca muito dinheiro, infinitamente enquanto jogar o modo, ou você terá um time fraco e nada competitivo. Não tem outra forma.

“Ai Pedro, mas é só não jogar o modo”. Não, não é assim. O jogo é livre para todas as idades. Crianças ficam atraídas pelo modo de jogo, que envolve pacotinhos, como se fosse um álbum de figurinhas. Se quer colocar práticas de jogos de azar em um jogo de futebol, troque a classificação etária para 18 anos e deixe isso claro na caixa. Mas nós sabemos que isso seria péssimo para as vendas, certo EA?

Para ilustrar: um pacote de Ouro Premium custa 150 EA Points, um Megapacote custa 700 EA Points e um Pacote de Jogadores Ratos custa 1000 EA Points. São os melhores pacotes fixos do jogo, que não te garantem nada, são todos baseados em sorte. Para comprar um pacote com 1050 EA Points você gasta, no Playstation, R$ 55,00. Um pacote de 250 EA Points, R$ 15,00. Brinque com a sorte e veja quanto virá na sua fatura do cartão no final do mês.

CONCLUSÃO

FIFA 21 evolui frente à seu antecessor FIFA 20. Os conteúdos praticamente não mudam, porém a cadência mais afinada do jogo está muito mais agradável e realista que o jogo anterior. Eu, que passei a jogar pessoalmente o PES no ano passado, me sinto divido agora em voltar a jogar também FIFA.

É um ótimo jogo de futebol, com bons gráficos, principalmente nas versões com melhorias dos consoles de nova geração. No geral, uma evolução positiva em relação ao ano passado. Outra grande evolução é a saída de Leifert (nada contra, adoro você Tiagão) e a entrada do Villani. A narração está em outro patamar, muito mais envolvente, seja pelo próprio Villani ou por ouvir ele normalmente em jogos da vida real. A imersão está mais completa.

O calcanhar de aquiles fica para o preço cheio de 300 reais em um jogo que é 98% igual ao do ano passado, tendo apenas uniformes e elencos atualizados. Somado a isso temos praticas ofensivas de cassino dentro do jogo, onde pessoas desavisadas ou crianças sem chancela dos pais podem gastar rios de dinheiro tentando tirar um Neymar, Cristiano Ronaldo ou Messi nos pacotinhos do FIFA Ultima Team.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

FIFA 21 quase não evoluí, mas não regride

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 7
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 6.5
Desempenho nas plataformas lançadas - 7

7.1

Bom

É um ótimo jogo de futebol, com bons gráficos, principalmente nas versões com melhorias dos consoles de nova geração. No geral, uma evolução positiva em relação ao ano passado. Outra grande evoluição é a saída de Leifert (nada contra, adoro você Tiagão) e a entrada do Villani. A narração está em outro patamar, muito mais envolvente, seja pelo próprio Villani ou por ouvir ele normalmente em jogos da vida real. A imersão está mais completa.

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Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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