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Análise: Kena: Bridge of Spirits tem seus altos e baixos

Confira abaixo a nossa análise de Kena: Bridge of Spirits:

Kena: Bridge of Spirits foi lançado no dia 21 de Setembro para PS5 e PC e surpreendeu muita gente com belos comentários da crítica. Como muitos de vocês sabem, a Ember Lab praticamente não disponibilizou códigos antecipados para a mídia aqui no Brasil, e por isso a gente demorou um pouco mais para trazer essa análise para vocês.

Eu já estava acompanhando o desenvolvimento do Kena: Bridge of Spirits desde que o jogo foi anunciado em Junho de 2020. Apesar de o primeiro trailer do jogo ter apenas 2 minutos, ele foi bastante impactante, trazendo belos visuais e uma trilha sonora muito interessante. De cara eu fiquei bastante impactado e vi muito potencial no jogo. A Ember Lab é um estúdio bem pequeno da Califórnia, mas eles conseguiram elaborar um jogo digno de grandes estúdios. Deixa eu explicar melhor.

O enredo de Kena: Bridge of Spirits – Análise

Kena, a protagonista do jogo, é uma Guia Espiritual que ajuda espíritos a encontrarem a paz nas suas jornadas pós-morte. Conforme o jogo mesmo explica logo no início, máscaras de madeira são usadas para homenagear os mortos em templos sagrados. Com o tempo, essas máscaras viram pó, simbolizando a jornada pacífica do espírito para uma nova vida. A questão é que alguns espíritos não conseguem seguir nesse caminho sozinhos, ficando presos nas tragédias e tristezas do mundo dos vivos.

Kena, então, chega a um pequeno vilarejo dizimado por uma corrupção desconhecida para tentar ajudar os seus habitantes, tanto vivos quanto falecidos. Nessa jornada, ela se depara com diferentes personagens, que vão nos explicando o que aconteceu com a vila e o que pode ser feito para que ela seja salva. Não há muitos personagens no jogo, e a história vai sendo contada bem aos poucos através de cutscenes e pequenos diálogos com alguns dos habitantes da região.

Uma trama um tanto confusa inicialmente – Kena: Bridge of Spirits – Análise

Pessoalmente, eu achei a forma como o jogo vai trazendo a história um pouco confusa. Kena afirma ter chegado à vila somente por sentir sofrimento na região, e vamos nos deparando com personagens e acontecimentos abruptamente sem um contexto por trás e em vários momentos eu me perguntei porque eu estava fazendo certas ações. Um exemplo, são os próprios Rot, as pequenas criaturas que ajudam Kena a remover a corrupção da vila e dão poderes à personagem. A protagonista simplesmente encontra um Rot no caminho para a vila e eles decidem seguir a personagem sem grandes motivos. Eu não sou uma pessoa que exige uma explicação para a história dos jogos, e nem acho que isso deveria existir, mas no caso dos Rot, eles são uma peça fundamental para o desenvolvimento do jogo, que é completamente linear e pautado pelo roteiro. A sensação que ficou para mim é a de que a Ember Lab perdeu a chance de explorar melhor a história por trás dessas criaturinhas.

À medida que vamos avançando nas doze horas da história, vamos coletando relíquias em formas de máscaras, que revelam parte do passado dos espíritos que estamos tentando salvar. Há três espíritos principais na história que precisam ser ajudados por Kena, sendo que cada um tem três relíquias a serem descobertas. Cada uma delas, além de mostrar um pouco do passado do espírito, também libera chefões únicos, que proporcionam batalhas épicas e inesperadamente difíceis. Já falarei sobre o gameplay, mas antes eu preciso fazer mais alguns comentários sobre as cutscenes que vão contando a história do jogo.

Um filme da Pixar? – Kena: Bridge of Spirits – Análise

Como vocês já devem ter visto nos gameplays pela internet, Kena lembra muito um filme da Pixar, com animações em 3D de altíssima qualidade, uma trilha sonora épica, e personagens com traços que lembram os filmes do estúdio da Disney. Todas as cenas do jogo são maravilhosamente construídas, e em muitos momentos realmente parece que estamos assistindo a um filme de animação. Proporcionalmente à duração total do jogo, a quantidade de cutscenes é até pequena, mas a qualidade delas é absurda. É surpreendente o que a Ember Lab conseguiu fazer nesse sentido, considerando o tamanho do estúdio independente. A única ressalva que eu faço com relação às cutscenes é o seguinte: algumas rodam em tempo real, ou seja, a 60 FPS caso você esteja jogando no modo desempenho do PS5, e outras são pré-renderizadas a uma taxa de quadros que parece ser 24 FPS, que é o padrão de cinema. Eu até entendo a escolha do estúdio de escolher esse padrão, mas a troca constante de FPS de 60 para 24 durante as cutscenes pré-renderizadas é muito abrupta, e causa desconforto durante o gameplay.

A jogabilidade de Kena: Bridge of Spirits – Análise

Falando nele, bora focar agora na jogabilidade de Kena. Basicamente, temos um jogo completamente linear, em que devemos seguir a história buscando as três relíquias de cada um dos três espíritos enfrentando chefões e variados inimigos no caminho. O combate é aquele clássico com ataque forte no R2, ataque fraco no R1, flecha no L2, defesa no L1 e assim por diante. Vários jogos usam esse tipo de comando, desde God of War até Dark Souls passando por Zelda Breath of the Wild. De forma alguma eu estou comparando esses jogos a Kena, mas é só para vocês terem uma ideia de como o combate funciona no controle.

Agora, uma coisa precisa ficar bem clara para todo mundo que está pensando em comprar o jogo, Kena: Bridge of Spirits é bastante difícil, mesmo no modo normal. Mesmo os inimigos mais fracos trazem certo desafio, e quando chegamos aos chefões é que percebemos que o jogo é bem complicado. Devemos descobrir os padrões e pontos fracos dos chefões na base da tentativa e erro, ou seja, prepare-se para uma sequência avassaladora de mortes. Eu confesso que me senti humilhado nível Demon Souls em alguns chefões, principalmente nos últimos, então fica o recado para a galera que está achando que Kena é um jogo relaxante para passear na floresta. Você vai se irritar e vai xingar muito o jogo durante as suas 12h de gameplay.

As habilidades de Kena: Bridge of Spirits – Análise

Para facilitar nesse sentido, a protagonista conta com os Rot, que vão subindo de level conforme os encontramos pelo mapa, desbloqueando novas habilidades. Para melhorar essas habilidades, é necessário gastar Karma, que é obtido ao fazer objetivos da história e matar chefões. A variedade de habilidades é bastante limitada, com apenas 4 linhas de poderes, e 4 ataques especiais. Vale frisar que as linhas de habilidades vão sendo desbloqueadas progressivamente conforme avançamos na história, então o começo do jogo acaba tendo um combate um tanto quanto simples, sem muitas possibilidades de combos. Mais para frente é que o jogo fica mais dinâmico e conseguimos variar mais os golpes.

Os belos gráficos de Kena: Bridge of Spirits – Análise

Como eu já mencionei anteriormente, o jogo parece muito um filme da Pixar, com animações excelentes e uma ambientação sublime. Todos os locais do mapa foram muito bem construídos, dando realmente uma sensação de preenchimento por meio da floresta, dos rios, e diferentes biomas junto à trilha sonora. Cada lugar por onde Kena passa tem uma trilha distinta que dá toda uma emoção durante a aventura da personagem. Se tem algo que merece ser elogiado em Kena é a sua direção de arte, e mesmo que o jogo não tenha sido desenvolvido exclusivamente para a nova geração, ele é bem bonito, e não deixa a desejar em nenhum momento nesse sentido. Falando em nova geração, vale destacar que o jogo usa algumas poucas funções do Dual Sense, como quando usamos o arco e flecha, mas a principal diferença para a versão de PS4 é o seu tempo de loading, que é extremamente rápido. Considerando que morrer é algo bem comum em Kena, essa é uma melhoria bastante bem-vinda.

Conclusão – Kena: Bridge of Spirits – Análise

Para resumir essa análise, Kena: Bridge of Spirits é um jogo que começou aquém das minhas expectativas e foi melhorando conforme a história avançava e novas habilidades eram desbloqueadas. Apesar de ser um jogo bastante simples, e de certa forma limitado no seu gameplay, Kena é bem desafiador e divertido, e se destaca pelo excelente combate contra os chefões. A trilha sonora e os gráficos do jogo também são excelentes, apesar do problema com a variação de FPS nas cenas pré-renderizadas. E só pra finalizar, o jogo não é dublado, mas conta com legendas em português, mesmo que com alguns pequenos erros aqui e ali. Definitivamente Kena tem seus problemas, mas é um bom primeiro título da Ember Lab.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Veja também:

Kena: Bridge of Spirits

Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 7.5
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 9.5

8.4

Ótimo

Kena: Bridge of Spirits tem seus problemas, mas é um excelente primeiro jogo da Ember Lab com bons belos gráficos e chefões bastante desafiadores.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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